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Mercado hoje: inflação brasileira e chinesa, petróleo e falas de dirigentes de BCs concentram as atenções na agenda econômica. Confira

A cautela no exterior e o tombo das commodities devem pressionar o Ibovespa nesta terça-feira

Mercado hoje: inflação brasileira e chinesa, petróleo e falas de dirigentes de BCs concentram as atenções na agenda econômica. Confira
Imagem: Adobe Stock

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio concentra as atenções dos investidores, além de uma palestra do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. Na enxuta agenda econômica desta terça-feira (11), são esperados ainda comentários de vários dirigentes do Banco Central Europeu (BCE), o relatório mensal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e os números de inflação na China.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reúne-se com representantes da indústria, agricultura e empresas de petróleo em meio à insatisfação com a medida provisória que limita o uso de créditos de Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para compensar a perda de arrecadação com a desoneração da folha de pagamento de 17 setores e dos municípios este ano. Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne com o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban.

Os mercados passam por ajustes moderados à espera do anúncio de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e de novos dados da inflação ao consumidor (CPI) dos EUA e da China. Os índices futuros em Nova York e os juros dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) recuam moderadamente, enquanto o dólar sobe frente a divisas principais.

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As bolsas europeias e o euro cedem em manhã de queda do petróleo, antes do relatório da Opep. Investidores repercutem também indicadores e comentários de dirigentes do BCE.

No Reino Unido, a taxa de desemprego subiu para 4,4% nos três meses até abril, ante 4,3% no trimestre até março, superando a expectativa de manutenção da taxa em 4,3%. Já o salário semanal médio britânico, excluindo-se bônus, teve avanço anual de 6% no trimestre até abril, um pouco inferior às projeções (6,1%).

A presidente do BCE, Christine Lagarde, disse nesta terça-feira que o corte nas taxas de juros realizado na semana passada não significa que a inflação foi vencida – confira detalhes nesta matéria. “Ainda não terminamos o ciclo restritivo da política monetária e temos de continuar o quanto for necessário para levar a inflação para a meta de 2%,” afirmou.

Enquanto isso, as bolsas da Ásia fecharam sem direção única, sob a expectativa de inflação americana e decisão de juros nos EUA e no Japão.

Agenda econômica no Brasil

A cautela no exterior, o recuo do petróleo e o tombo de 4,16% do minério de ferro em Dalian, na volta de um feriado na China, tendem a pressionar o Ibovespa – que fechou em baixa no pregão da segunda-feira (10) -, assim como ações de Petrobras (PETR3; PETR4), Vale (VALE3) e siderúrgicas. No exterior, as ações das mineradoras BHP e Rio Tinto caíam perto de 3% em Londres.

Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale cediam 1,23% no pré-mercado em NY, e o EWZ, principal fundo de índice (ETF) brasileiro em Nova York, perdia 3,18% perto das 7h30.

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Alta do dólar tende a impulsionar o mercado de câmbio em meio à cautela fiscal doméstica, mas alívio nos rendimentos dos Treasuries pode amenizar os ajustes também na curva de juros futuros. O IPCA deve ainda nortear as expectativas de inflação e juros.

O indicador oficial de preços é o primeiro a apontar os impactos das chuvas no Rio Grande do Sul na inflação, em especial a de alimentos. A mediana do mercado aponta que o IPCA deve acelerar a 0,40% em maio, ante 0,38% em abril, puxado por passagens aéreas, segundo o Projeções Broadcast.

As enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul vão levar a uma inflação mais alta e a um menor crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, disse o diretor de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Paulo Picchetti. O diretor frisou que o Brasil registra uma taxa neutra de juros alta e que “a percepção do mercado sobre o fiscal piorou no passado recente.”

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou que o BC ainda tem o desafio de assegurar a convergência da inflação no Brasil para a meta central de 3%, o que também depende da credibilidade da política fiscal.

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, anunciou que, a partir desta terça-feira (11), empresas afetadas pela tragédia no Rio Grande do Sul poderão solicitar crédito em uma das linhas especiais da instituição.

Agenda do dia

O IPCA de maio (9h) e as primeiras prévias do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) e Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) Capitais de junho (8h) estão programados nesta manhã.

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O presidente do BC, Roberto Campos Neto, profere palestra (10h10). O Tesouro realiza leilões de venda de Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B, títulos públicos atrelados à inflação) e de Letra Financeira do Tesouro (LFT, títulos pós-fixados atrelados à Selic) (11h).

O presidente Lula recebe o presidente da CNI, Ricardo Alban (9h). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reúne-se com os presidentes da CNI, CNA (14h) e com Petrobras, Shell (SHEL), Repsol e Galp (16h).

No exterior, os dirigentes do BCE Villeroy de Galhau e Robert Holzmann (8h), Philip Lane (8h) e Frank Elderson (13h45) participam de eventos. A Opep publica relatório (8h30). À noite, saem dados de inflação na China (22h30).