A quinta-feira (21) traz mais decisões de política monetária e as atenções estarão especialmente no Banco da Inglaterra (BoE). Mas os BCs da Turquia e da África do Sul também anunciam seus veredictos sobre os juros, pela manhã, enquanto o desfecho do encontro do Banco do Japão (BoJ) será à noite.
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A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, também fica no foco. Nos Estados Unidos, saem dados de pedidos de auxílio-desemprego e vendas de moradias usadas.
No Brasil, o destaque é a arrecadação federal de agosto, mas fica no radar o almoço entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, um dia após o Comitê de Política Monetária (Copom) voltar a cortar os juros em 50 pontos-base, para 12,75%.
O tom mais duro do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), sinalizando novo aumento de juros até o fim do ano, ainda ecoa nos mercados internacionais. Os futuros de Nova York recuam e na Europa as bolsas caem mais de 1% em meio às decisões de bancos centrais da região antes do BC inglês, além da queda de mais de 1% do petróleo e de 1,90% do minério de ferro em Dalian.
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Os rendimentos dos Treasuries de 2 e 10 anos seguem em alta, após atingirem máximas em múltiplos anos com o Fed, que também indicou que os Fed Funds deverão ficar em patamares altos por mais tempo.
Os bancos centrais da Suécia e da Noruega elevaram juros básicos, mas o da Suíça optou por uma inesperada manutenção de sua taxa principal, horas antes de o Banco da Inglaterra (BoE) também anunciar decisão de política monetária.
Analistas preveem que o BC inglês deverá anunciar uma última elevação no atual ciclo de aperto monetário, mas não descartam uma pausa após a inflação do Reino Unido desacelerar levemente em agosto.
No Brasil
A cautela nas bolsas internacionais pós-Fed e queda das commodities devem pesar no Ibovespa em meio à repercussão da reunião do Copom. O EWZ, como é conhecido o maior fundo de índice ligado ao Brasil, caía 0,28% há pouco no pré-mercado em Nova York.
Nos juros futuros, o investidor deve reduzir as apostas de corte mais agressivo da Selic nas próximas reuniões, após o comitê ter sinalizado que seguirá na mesma toada, com cortes de 50 pontos-base da Selic, como o que ontem colocou a taxa básica de juro em 12,75%.
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Os juros curtos podem ter leve alta e os demais podem ficar mais influenciados pelo exterior, com retornos dos Treasuries mistos e dólar mais forte. O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, disse que a Pasta recebeu de forma muito positiva o corte na taxa de juros e a sinalização de novas reduções.
O mercado também olha os números da arrecadação de impostos em agosto, em meio á descrença do mercado sobre a capacidade de o governo cumprir a meta de déficit zero em 20024. No Congresso, o líder do governo, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), disse que o governo fará um esforço para votar o projeto de lei do Desenrola na semana que vem. A MP perde validade no início de outubro.
Agenda
A agenda desta quinta traz a decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE), além dos BCs da Turquia (8h) e da África do Sul (10h). A presidente do BCE, Christine Lagarde, profere palestra na França (11h). Nos Estados Unidos, saem dados de pedidos de auxílio-desemprego (9h30) e vendas de moradias usadas (11h).
No Brasil, o dia é de leilão de prefixados do Tesouro (11h) e dados da arrecadação federal (10h30). Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, têm almoço (14h). O Ministério da Fazenda anuncia o lançamento da consulta pública do Plano de Ação da Taxonomia Sustentável Brasileira (15h).