A agenda de indicadores é mais fraca nesta quinta-feira (9) e os mercados devem repercutir a aprovação da reforma tributária no Senado e focar no presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, que fará palestra e terá reunião com investidores em Nova York nesta manhã.
Os diretores do BC Diogo Abry Guillen (Política Econômica), Gabriel Galípolo (Política Monetária) e Otavio Ribeiro Damaso (Regulação) também têm compromissos públicos ao longo do dia.
Vários balanços corporativos são esperados, com destaque para Petrobras (PETR3; PETR4), Bradesco(BBDC3) e B3 (B3SA3). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa da posse do novo presidente da Caixa, Carlos Vieira, e estará em evento do Itaú Unibanco (ITUB4).
Lá fora, estão previstos os pedidos semanais de auxílio-desemprego e comentários do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central estadunidense), Jerome Powell, além de outros dirigentes da instituição, do Banco Central Europeu (BCE), incluindo a presidente, Christine Lagarde, e do Banco da Inglaterra (BoE).
Uma nova rodada de números fracos de inflação pesou nos negócios da Chinae de Hong Kong, mas o petróleo ignora os dados da segunda maior economia do mundo e ensaia uma recuperação, após os riscos à demanda e o recuo dos juros pelo mundo ontem pressionarem o barril do Brent abaixo de US$ 80 pela primeira vez desde julho.
Os preços ao consumidor da China tiveram queda anual de 0,2% em outubro, enquanto os preços ao produtor recuaram 2,6% na mesma comparação, sinalizando que a demanda segue fraca à medida que a segunda maior economia do mundo ainda luta para se recuperar dos efeitos da pandemia de covid-19.
Os índices futuros das bolsas de Nova York e os mercados europeus ensaiam recuperação de perdas de mais cedo e passaram a subir na maioria, mas o fôlego curto em meio a balanços, como da siderúrgica Arcelormittal.
Os juros longos dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano) mostram ligeira alta, após o recuo da véspera, enquanto o dólar está oscilando perto da estabilidade frente outras moedas rivais à espera também de comentários de dirigentes de Fed, BCE e BOE.
No Brasil
Os investidores podem se animar com a aprovação em segundo turno da Reforma Tributária, por 54 votos a 23, mesmo placar da votação em primeiro turno, mas a fraqueza da inflação chinesa deve pesar na abertura dos mercados bem como os comentários de Campos Neto e outros dirigentes de BCs aqui e no exterior devem ajudar a nortear os negócios ao longo do dia.
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Com apenas cinco votos além dos 49 necessários, a aprovação da reforma tributária veio após o relator, Eduardo Braga (MDB-AM), fazer uma série de concessões que ampliaram as exceções previstas no texto, como a criação de um Fundo de Sustentabilidade e Diversificação Econômica dos Estados da Amazônia Ocidental e do Amapá para contemplar senadores de Estados do Norte.
O economista-sênior da LCA e pesquisador-associado do FGV-Ibre, Bráulio Borges, avalia que, mesmo distante do ideal, os efeitos macroeconômicos da reforma tributária são altamente favoráveis. Agora, o texto será encaminhado à Câmara, para que haja uma nova análise sobre as modificações feitas pelos senadores. O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), indicou um possível fatiamento da reforma.
Na Bolsa, os negócios serão movimentados ainda por balanços corporativos, como de Banco do Brasil (BBAS3) e Braskem(BRKM5).
O Relatório de Estabilidade Financeira do primeiro semestre será publicado hoje (8h). O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participa de evento em NY (10h40) e tem reunião com investidores (11h45).
Os diretores do BC Diogo Abry Guillen (11h), Gabriel Galípolo (16h) e Otavio Ribeiro Damaso (17h) falam também. O Tesouro faz leilão de LTN e de NTN-F (11h). Petrobras, Bradesco, B3, Lojas Renner (LREN3) e Sabesp (SBSP3) publicam balanços, após o fechamento dos mercados.
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No exterior, estão previstos os pedidos semanais de auxílio-desemprego (10h30), os dirigentes do Fed, Raphael Bostica, de Atlanta (11h30) e Tom Barkin, de Richmond (13h), além do presidente da instituição, Jerome Powell (16h).
A presidente do BCE, Christine Lagarde, também é esperada (14h30). A secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, encontra vice-premiê da China, He Lifeng, para dois dias de reuniões bilaterais.