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- Os novos e mais positivos ventos vindos dos Estados Unidos impactam o mercado brasileiro desde a semana passada
- É a primeira vez desde meados de setembro que a cotação da moeda americana cai abaixo dos R$ 4,90
- Especialistas explicam o que está ajudando o real a se valorizar
Os novos e mais positivos ventos vindos dos Estados Unidos impactam o mercado brasileiro desde a semana passada. Não só a Bolsa voltou a subir, o câmbio também reagiu e o dólar encerrou a segunda-feira (6) cotado a R$ 4,88. É a primeira vez desde meados de setembro que a cotação da moeda americana cai abaixo dos R$ 4,90.
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O humor começou a melhorar especialmente desde a quarta-feira (1), dia de reunião de política monetária no Brasil e nos EUA. Enquanto o Banco Central brasileiro realizou mais um corte de 0,5 ponto percentual na Selic, lá fora, o Federal Reserve (Fed) manteve a taxa de juros americana inalterada. Na sequência, na sexta-feira (3), dados recentes mostraram ainda certo arrefecimento no mercado de trabalho por lá.
Um pacote de sinais que animou investidores globais. “O que ficou evidente é que as taxas permanecerão em níveis restritivos por mais tempo, mas essa decisão já estava precificada”, explica Diego Costa, head de câmbio para o Norte e Nordeste da B&T Câmbio. “O Fed não deu indícios claros de que haverá um novo aumento ainda este ano e isso animou os investidores, levando-os a buscar retornos mais atrativos em outras moedas que oferecem maiores rendimentos, como é o caso do Brasil.”
O cenário de juros altos nos EUA pressiona os mercados globais há alguns meses. Desde que agentes do mercado começaram a entender que a taxa das Treasuries, o Tesouro Americano, ficariam mais elevadas do que o inicialmente esperado, uma onda de aversão a risco tomou os investidores.
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Como contamos aqui, este foi um dos principais motivos para a queda do Ibovespa em outubro, por exemplo. Nos primeiros dias daquele mês, no dia 5, o dólar chegou a superar os R$ 5,16. Em 30 dias, a moeda americana cedeu 5,42%.
Até onde pode cair?
O alívio recente no câmbio pode ser um sinal positivo para investidores interessados na compra de dólar e outras moedas estrangeiras. Mas a cotação atual ainda está distante daqueles R$ 4,73 registrados no início do ano – e que podem não voltar a acontecer em 2023.
Como contamos aqui, desde que o BC começou a reduzir a Selic, agentes do mercado passaram a esperar por um câmbio mais elevado até o fim do ano. A projeção do Boletim Focus segue em R$ 5.
A mensagem menos dura do Fed pode ajudar a fortalecer o real nesse meio tempo, mas não há como garantir, explica Carlos Alberto Rodrigues Junior, gerente de câmbio na WIT Exchange. “Se investidores enxergarem um ambiente mais atrativo para os ativos de risco, ajuda a atrair mais capital para países emergentes como o Brasil. Com o Fed mantendo os juros no mesmo patamar nas próximas reuniões e o Brasil conseguindo controlar os ânimos do mercado, podemos ver ainda uma valorização ainda maior do real frente a outras moedas”.
Mas essa visão não é unanimidade. Bruno Perottoni, diretor de tesouraria do Braza Bank, não vê nenhuma mudança consistente no cenário macroeconômico global que justifique a continuidade da euforia e, portanto, do enfraquecimento do dólar frente ao real. “Existe uma sinalização positiva, o que é diferente de um dado concreto”, ressalta.
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Para Perottoni, os conflitos geopolíticos envolvendo Israel e a Palestina, além da questão fiscal no Brasil – que segue no radar do mercado – ainda jogam a favor de uma maior cautela.
Por causa disso, na visão do especialista, momentos como o atual de alívio na cotação podem ser um bom ponto de compra para aqueles brasileiros que desejam adquirir a moeda no curto prazo. “Para aquelas pessoas físicas que desejam comprar dólar para viajar, a gente sempre orienta a aquisição de moeda estrangeira através de plataformas, de carteiras multimoedas que permitem fazer a remessa ou o pagamento de despesas no exterior, evitando o risco do papel moeda”, destaca.
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