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Mercado hoje: votação de reforma tributária e falas vindas do banco central dos EUA compõem a principal agenda do dia

Presidente Lula se reúne com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e presidente do BC participa de palestra

Congresso Nacional. (Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil)

O discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, fica no centro das atenções uma semana após a autoridade monetária ter mantido os juros na faixa de 5,25% a 5,50% ao ano. Outros dirigentes do Fed também serão monitorados.

No Brasil, o dia reserva a votação da reforma tributária no Senado e a palestra do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, além de resultados do setor público consolidado e vendas no varejo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebe o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em duas reuniões.

A cautela prevalece no exterior, com bolsas em queda na Europa em meio a balanços, alguns bem positivos, e indicadores, enquanto os futuros de Nova York rondam a estabilidade, mas com viés de baixa.

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As vendas no varejo da zona do euro caíram 0,3% em setembro ante agosto, abaixo da expectativa de -0,2%. Na Alemanha, o índice de preços ao consumidor (CPI, pela sigla em inglês) desacelerou para 3,8% em outubro, ante 4,5% em setembro, atingindo o menor nível desde agosto de 2021, em linha com as projeções.

O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane, disse ontem que a autoridade monetária deve manter as taxas em níveis restritivos por “muito tempo” e que os cortes devem demorar a vir. Segundo Lane, o BCE segue dependente de dados coletivos e de cada país da região.

Já nos Estados Unidos, autoridades do Fed – como Neel Kashkari, chefe da distrital de Minneapolis, e a diretora Michelle Bowman – sugeriram que mais aumentos de juros poderão ser necessários para combater a inflação americana.

Entre os balanços, o Commerzbank mais que triplicou o lucro no terceiro trimestre, superando as expectativas. O Crédit Agricole também superou expectativas de lucro e receita no 3º trimestre.

No Brasil

Além de Powell e Campos Neto, o mercado aguarda hoje pela votação da reforma tributária. Ontem o Senado aprovou, por 48 votos a 24, o requerimento de cronograma especial para acelerar a tramitação da reforma na Casa.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o Congresso pode promulgar primeiro as partes da reforma tributária que forem consensuais nas votações da Câmara e do Senado. Na votação da Câmara, no início de julho, a aprovação com larga folga da reforma teve um efeito positivo no mercado financeiro.

Mesmo com novas emendas acatadas, a aprovação da reforma tributária na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado foi comemorada por integrantes da equipe econômica, que avaliam que as alterações no sistema tributário seguem positivas, do ponto de vista de custo e benefício.

Nos mercados, enquanto o Ibovespa pode ter o fôlego limitado pelo exterior, o dólar e rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida emitidos pelo governo estadunidense) mais fortes podem trazer pressão ao câmbio e curva de juros local. Nos juros, o mercado também deve reagir às vendas no varejo e ao resultado do setor público consolidado.

Agenda

A agenda desta quarta-feira traz discursos de dirigentes do Fed, com destaque para participação do presidente da autoridade monetária americana, Jerome Powell, na abertura de evento que marca o centenário da Divisão de Pesquisa e Estatísticas, em Washington D.C. (11h00).

São esperados também discursos da diretora do Fed, Lisa Cook (7h15); presidente do Fed de NY, John Williams (15h40); vice-presidente de Supervisão do Fed, Michael Barr (16h00); vice-presidente do Fed, Philip Jefferson (18h45).

A agenda de hoje traz também dados sobre estoques no atacado dos EUA. No fim da noite de hoje, serão divulgados números chineses sobre inflação ao consumidor (CPI) e produtor (PPI) referentes a outubro.