Bolsas europeias exibiam leve alta no início da tarde, antes do feriado que deixa os mercados fechados amanhã no Brasil, EUA e Europa. Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) manteve inalterados os juros, mas o tom das declarações da presidente da instituição, Christine Lagarde, durante entrevista, foi menos austero do que se previa por parte do mercado, mantendo a perspectiva de fim das compras líquidas de bônus no terceiro trimestre e elevação dos juros “algum tempo” depois disso e lembrou que o impacto da guerra da Ucrânia na zona do euro será maior do que nos Estados Unidos.
Os índices das bolsas de NY iniciam a tarde em queda. A demanda pela divisa americana e o comportamento dos Treasuries refletem a expectativa de aceleração do ritmo de aperto de juros pelo Federal Reserve, reforçada por fala austera do presidente do Fed de Nova York. O anúncio levou o euro ao menor valor em 23 meses ante o dólar e impulsionou o índice DXY de volta aos 100 pontos
No Brasil, com a agenda local esvaziada, as atenções ficam no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2023 a ser apresentado pelo governo. Os mercados operam sob cautela em função das pressões inflacionárias globais e resposta dos bancos centrais, que no Brasil é acentuada pelo risco fiscal após a decisão do governo de conceder reajuste linear de 5% ao funcionalismo público e pela cautela antes do feriado da Páscoa.
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O impacto nos cofres públicos é estimado em R$ 6,3 bilhões, bem superior ao valor de R$ 1,7 bilhão contemplado no Orçamento para aumento salarial a servidores. Um dos mercados mais penalizados é o de juros, com a curva inclinando e taxas longas abrindo cerca de 0,1 p.p., afetados ainda pelas altas nos retornos dos títulos do Tesouro americano, pelo dólar, que avança ante as demais moedas, e pelo leilão de prefixados. Aqui, o dólar tem alta moderada, abrindo a tarde pouco acima de R$ 4,70.
Nas ações, a fraqueza dos índices em Nova York, onde os investidores olham também a temporada de balanços, traz perdas ao Ibovespa. O petróleo em baixa limita a reação positiva das ações da Petrobras às mudanças aprovadas ontem na Assembleia Geral Extraordinária (AGO) da estatal.