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O que as pesquisas eleitorais pós-sabatina indicam para o investidor

O E-Investidor buscou analistas para avaliar o impacto das últimas pesquisas de intenção de voto

O que as pesquisas eleitorais pós-sabatina indicam para o investidor
Ipec e FSB mostra cenário da disputa pelo Palácio do Planalto. Foto: Ueslei Marcelino/ Reuters, Isac Nóbrega/PR, Adriano Machado / Reuters

De acordo com as pesquisas de intenção de voto para presidente da República, divulgadas na segunda-feira (29), o cenário da disputa indica estabilidade.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera a corrida com 44% das intenções, seguido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), com 32%, de acordo com a pesquisa do Ipec (ex-Ibope).

Ciro Gomes (PDT) tem 7%, Simone Tebet (MDB) aparece com 3%, empatada com o pedetista no limite da margem de erro. Felipe D’Avila (Novo) tem 1%.

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No levantamento da FSB, encomendado pelo Banco BTG Pactual, o petista recuou 2 ponto porcentuais (pp) sobre os 45%. Já o presidente Bolsonaro, manteve o patamar anterior, com 36%.

Ainda segundo o FSB, o pedetista tem 9%, Tebet registrou 4% e Felipe D’Avila não pontuou.

As pesquisas entrevistaram pessoas entre sexta-feira (26) e domingo (28). A divulgação veio após o debate na Band, as sabatinas no Jornal Nacional, da TV Globo, e o início da propaganda eleitoral no rádio e na televisão. Veja como o mercado reagiu aos resultados apresentados nos levantamentos:

Juan Espinhel, economista e especialista de investimentos da Ivest

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Para o mercado as coisas já estão relativamente no preço, colocando no páreo real os dois candidatos principais na disputa do segundo turno. Depois disso, com certeza a história vai ser outra. Esperamos um discurso mais “acolhedor” (de forma a aglutinar votos de outros candidatos) e sinalizações mais positivas para os investidores.

É natural que no primeiro turno não tenha essa sinalização pró-mercado, até por que uma das principais pautas que tem movimentado a opinião pública e os eleitores é a questão da inflação dos alimentos e preço dos combustíveis.

A pesquisa Ipec ainda não capturou na integralidade todo o resultado do debate na Band, após isso podemos ver um melhor desempenho da Simone Tebet que foi bem no debate, mas de qualquer forma não vejo a possibilidade de uma terceira via nascer a tão pouco tempo da eleição.

Após a sabatina, o que o mercado espera é uma sinalização clara de um plano de governo, principalmente, voltado a âncora fiscal. O que mercado está mais precificando hoje é a falta de uma sinalização clara de como será conduzido a saúde fiscal do Brasil nos próximos quatro anos. Hoje, nós não temos mais um teto de gastos, ele foi completamente furado, mas precisa no ano que vem criar um novo mecanismo.

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As pesquisas não mostraram nenhuma alteração de fato, nenhuma alteração significativa. Mas olhando de forma mais generalista, se analisarmos os núcleos, esse tipo de alteração são importantes porque eles ditam qual vai ser o tom e quais vão ser as pautas que os candidatos vão mais abordar nas suas campanhas.

Marcus Labarthe, sócio-fundador da GT Capital

O mercado reagiu com naturalidade. Nada no debate da Band foi novidade e pouco foi falado de economia. Ao longo dos meses, o mercado financeiro soube digerir em parte uma eleição de Lula ou continuidade de Bolsonaro. Entretanto, Lula vem desconversando sobre política econômica, o que deixa o mercado em compasso de expectativa.

Vimos que a estratégia do debate foi marcada pelo populismo, com Lula falando sobre o Bolsa Família e Bolsonaro sobre o Bolsa Brasil, visto que a quantidade de brasileiros influenciáveis por estes benefícios do estado têm crescido desde seu início, no governo Lula. Mas, medidas populares nem sempre são vistas com bons olhos pelo mercado financeiro, afinal quem vai pagar a conta? O teto de gastos será ultrapassado?

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O brasileiro tem receio de votar em uma terceira via e “queimar” o voto em uma possibilidade de ganho no primeiro turno de Bolsonaro ou Lula. Portanto, por mais que o debate tenha sido bem positivo para os candidatos e a terceira via tenha sido notada pela grande quantidade de audiência, uma reviravolta do segundo turno entre Bolsonaro e Lula é improvável.

Gustavo Cruz, economista e estrategista da RB Investimentos

Como o mercado está se mexendo, acho que atrapalhou agora foi o fato de ter muitas pesquisas eleitorais na comparação com as eleições passada. Isso fez com que o mercado não desse tanta atenção às pesquisas, mas imagino que esteja mexendo um pouco menos. O fato do mercado não enxergar um cenário pós eleitoral de Lula e Bolsonaro tão distintos também tira o impacto das pesquisas. Se tivesse a Simone Tebet avançando muito nas pesquisas eleitorais, chegando a se mostrar competitiva, talvez veríamos um efeito maior no mercado financeiro. Enquanto ficar entre Lula e Bolsonaro, terá alguns efeitos específicos em alguns setores do Ibovespa.

Nas próximas duas semanas, teremos um efeito maior da campanha na TV, das entrevistas e debates. A Simone e o Ciro foram bem no debate, acredito que terão margem para crescer. Isso pode ser relevante para ganhar pontos com aqueles que não se identificam com Bolsonaro e nem com Lula, e pode ser suficiente para levar a disputa para o segundo turno, o que mesmo com a polarização parece um cenário mais esperado.

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