Mercados globais sem direção clara antes do PPI e de reunião entre EUA e Rússia
Bolsas operam mistas, juros dos EUA seguem com expectativa de corte em setembro e atenção se volta para possíveis avanços em trégua na guerra da Ucrânia
Índices futuros em Nova York recuam, enquanto bolsas europeias avançam levemente nesta manhã. (Foto: Adobe Stock)
Não há uma direção clara nos principais mercados acionários nesta manhã. Os índices futuros em Nova York operam em baixa, enquanto as bolsas europeias avançam levemente. Ainda assim, o mercado mantém totalmente precificada a expectativa de um corte de 0,25 ponto percentual nas fed funds na reunião de setembro do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), com algumas apostas até mesmo em um movimento mais agressivo, impulsionadas pelos dados positivos de inflação divulgados nesta semana. Nesse contexto, a divulgação do índice de preços ao produtor (PPI) dificilmente alterará o cenário desta quinta-feira (14).
O presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, reforçou essa perspectiva ao afirmar que é possível cortar juros de forma preventiva, desde que haja confiança de que a inflação está sob controle.
Nos demais mercados, o dólar opera próximo da estabilidade frente às principais moedas, os rendimentos dos Treasuries recuam e os contratos futuros de petróleo avançam, revertendo perdas recentes. Já o minério de ferro registrou queda de 2,94% na madrugada, em Dalian, cotado a US$ 108,00 por tonelada.
A atenção se volta para a possibilidade de uma trégua na guerra da Ucrânia, que deve ser discutida amanhã por Estados Unidos e Rússia.
Esse cenário externo indefinido tende a limitar o avanço dos ativos locais hoje (14). Internamente, a percepção de perda de dinamismo da economia brasileira – que pode ser confirmada pelos dados do setor de serviços de junho – pode reforçar a expectativa de antecipação do início do ciclo de corte da Selic, possivelmente já em dezembro.
Além disso, seguem as incertezas em torno do plano “Brasil Soberano”.
O mercado aguarda definições sobre o cronograma e as condições da linha de crédito de R$ 30 bilhões voltada a empresas afetadas pelo tarifaço, que devem ser anunciadas na reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional (CMN) na próxima semana.
Essas decisões podem gerar novas preocupações fiscais e influenciar especialmente os juros de vencimentos mais longos.