As ações do Magazine Luiza (MGLU3) recuam 56,2% no acumulado de 2024 até o fechamento de segunda-feira (11), quando a ação encerrou o pregão a R$ 9,40, segundo informações do Broadcast. Para os analistas consultados pelo E-Investidor, a compra da ação pode ser um bom negócio, mas para uma parte do mercado os riscos de investir na empresa ficam altíssimos devido ao cenário macroeconômico adverso, com alta de juros e da inflação.
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Entre os analistas consultados pelo E-Investidor, três casas têm recomendação neutra e outras duas sugerem compra para MGLU3. Para os analistas da Ágora Investimentos e Bradesco BBI, a recomendação é neutra por causa do preço atual da ação.
De acordo com os especialistas, a ação do Magalu está sendo negociada a um Preço sobre Lucro para 2024 de 17,5 vezes, o que não deixa o papel nada atrativo. A Ágora Investimentos tem recomendação neutra para as ações do Magazine Luiza, com preço-alvo de R$ 15 para o fim de 2025, alta de 59,6% na comparação com o fechamento de segunda-feira (11), quando a ação encerrou o pregão a R$ 9,40.
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“Reconhecemos que os resultados do terceiro trimestre de 2024 mostram que o Magazine Luiza está na direção correta. No entanto, mantemos nossa recomendação neutra com base no preço pelo qual a companhia é negociada”, apontam Pedro Pinto do Bradesco BBI e Flávia Meirelles da Ágora Investimentos.
Por que o Magazine Luiza ainda tem que melhorar?
Para os analistas do Itaú BBA, a companhia ainda tem muito o que melhorar, principalmente no segmento de e-commerce. Os especialistas lembram que a empresa está se esforçando para melhorar esse ponto e até fechou uma parceria com o AliExpress, mas o movimento não surtiu efeito no balanço. O crescimento das vendas do marketplace no 3P foi de apenas 1,4% no terceiro trimestre de 2024 na comparação com o terceiro trimestre de 2023. O segmento 3P inclui produtos de terceiros no marketplace do Magalu: a loja virtual da companhia é utilizada como vitrine e esses lojistas se responsabilizam pela venda e entrega do produto.
“Apesar desses esforços, o crescimento ainda não se materializou. Com a empresa negociada a 12 vezes o Preço sobre o Lucro estimado para 2025, o que se alinha com a média do setor, optamos por ficar à margem por enquanto”, argumenta Rodrigo Gastim e sua equipe, que assina o relatório do Itaú BBA. O banco tem recomendação de market perform, que é equivalente à recomendação neutra. O preço-alvo é de R$ 15 para o fim de 2024, alta de 59,6% na comparação com o fechamento de ontem.
A XP Investimentos também tem recomendação neutra. Os analistas lembram que a companhia ainda deve lutar contra o cenário macroeconômico. O novo ciclo de alta de juros deve complicar o cenário para a varejista da família Trajano, causando volatilidade para as ações. Por isso, a XP tem recomendação neutra com preço-alvo de R$ 14 para os próximos 12 meses, uma alta de 48,9% na comparação com o fechamento de segunda-feira (11), quando a ação encerrou o pregão a R$ 9,40.
Investidor pode pensar em comprar as ações MGLU3?
Para a analista do BB Investimentos, o Magazine Luiza pode ser uma boa oportunidade de investimento. A varejista da família Trajano teve um lucro líquido de R$ 70,2 milhões no terceiro trimestre de 2024, uma reversão em relação ao prejuízo de R$ 143 milhões do mesmo período do ano anterior. Segundo a analista, a melhora ocorreu devido ao aumento da eficiência operacional e à diluição das despesas financeiras.
“Vale mencionar que um dos grandes destaques do 3º tri do Magalu foi o crescimento das vendas das mesmas lojas nas estruturas físicas da companhia, que ficou em 15,2%. Já a margem bruta atingiu o patamar de 31,5%, alta de 7,9 pontos porcentuais. O número está acima do registrado no mesmo período do ano anterior”, afirma Andréa Aznar, que assina o relatório do BB Investimentos.
A especialista comenta ainda que as ações MGLU3 apresentam queda superior a 56% desde o início do ano, reflexo do movimento de alta da taxa Selic, que afeta de forma mais direta as ações de papéis cíclicos, como no Magalu. Ela comenta que, apesar de esse fator macroeconômico ser menos favorável à companhia, a taxa de desemprego continua em queda e a massa de renda real está subindo.
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“A estratégia da empresa de manter foco em rentabilidade e lucratividade tem trazido bons resultados, consequência do robusto crescimento nas vendas de lojas físicas, que possuem melhores margens. Ainda enxergamos boas perspectivas na parceria com a plataforma chinesa AliExpress”, explica Andréa Aznar.
Desse modo, a especialista se mantém positiva com a ação e recomenda compra para o Magazine Luiza (MGLU3), com preço-alvo de R$ 20,30 para o fim de 2025, uma potencial alta de 115,9% na comparação com o fechamento de segunda-feira (11), dia em que o papel terminou o pregão a R$ 9,40.
Alta de juros mexe até com os otimistas com MGLU3
A Genial Investimentos também tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 17, alta de 80,85% na comparação com o fechamento de segunda-feira. Os analistas dizem que a ação está sendo negociada a um valor atrativo, com a companhia elevando em 13 vezes o Preço sobre Lucro. No entanto, eles reduziram o preço-alvo devido ao ciclo de alta de juros.
“Estamos incorporando a abertura da curva de juros em nosso modelo, que impacta, principalmente, em maiores despesas financeiras para os próximos anos. Com isso, estamos cortando o preço-alvo para R$ 17,00 (anteriormente em R$ 19,50) — implicando em uma potencial alta de 81% em relação ao último fechamento”, explicam Iago Souza e Nina Mirazon, que assinam o relatório da Genial.
O investidor deve entender que a empresa se recuperou, mesmo que ainda tenha alguns pontos para resolver, como a questão do marketplace. No entanto, a rentabilidade está elevada e a varejista opera no lucro há alguns trimestres. Mas é preciso lembrar que o cenário macroeconômico deve ser um risco para o investidor ficar alerta se optar pela compra de Magazine Luiza (MGLU3).
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