Raymundo Magliano Filho, ex-presidente da Bolsa de Valores de São Paulo, faleceu nesta segunda-feira (11), aos 78 anos, vítima do coronavírus. Segundo informações do Estadão/Broadcast, o empresário lutava contra a covid-19 desde novembro.
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Como presidente da Bovespa no período de 2001 a 2008, Magliano Filho foi um dos primeiros a levantar as bandeiras da educação financeira e apresentar uma ideia audaciosa: popularizar a Bolsa de valores.
Nos anos do seu mandato, ele criou o programa o “Bovespa vai até você”, iniciativa que levava profissionais da Bolsa por meio do ‘Bovmóvel’ para todos os cantos do País para tirar dúvidas sobre o mercado de capitais.
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“Quando começamos, muitos corretores criticavam e não queriam que a Bolsa deixasse de ser elitista para ser popular. Rompemos com essa estrutura”, disse em entrevista ao E-Investidor, em agosto do ano passado.
Através da parceria com figuras como o ‘Paulinho da Força’ e Gilberto Nirvana, ex-superintendente da Bovespa, Magliano Filho levou educação financeira para trabalhadores de sindicatos e moradores de regiões periféricas, além de ajudar na entrada das mulheres no mundo dos investimentos. “As mulheres são muito eficientes, têm a racionalidade e o sentido profundo das coisas”, afirmou.
Em uma nota de pesar encaminhada à imprensa, a B3 lamentou a morte do empresário. “Perdemos hoje um dos nossos fundadores, um dos pioneiros do mercado de capitais e uma das pessoas que mais incansavelmente nos ajudaram a transformar, inovar e nunca perder o espírito de quem aprende”, diz o comunicado.
Veja, aqui, a história da Bolsa na visão de Magliano, em sua última entrevista.
Quem foi Magliano Filho
Paulista, Magliano Filho nasceu no dia 12 de junho de 1942 e era graduado em administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Desde muito cedo atuou no mercado financeiro e liderou a Magliano S.A Corretora de Câmbio e Valores Mobiliários, corretora registrada com o número 0001 na bolsa brasileira, antes de assumir a Bovespa.
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Magliano Filho também é autor dos livros “Por uma Bolsa Democrática” e “Um caminho para o Brasil a reciprocidade entre sociedade civil e instituições” e fundou o Instituto Norberto Bobbio para pesquisar e divulgar o legado do pensador italiano no Brasil.
“Ele plantou a semente da democratização e do acesso à bolsa e não há orgulho maior para nós do que ajudar a colher esses frutos”, diz o CEO da B3, Gilson Finkelsztain.