- Os juros elevados impactaram o resultado da Movida no terceiro trimestre, avaliou o CEO da empresa, Renato Franklin
- Por outro lado, o dirigente aponta que o resultado operacional teve destaques positivos, após expandir a frota na pandemia
- Para 2023, Franklin vê a indústria automotiva com mais oferta e, consequentemente, mais descontos
Mesmo diante de um ambiente favorável para o aluguel de carros – já que a compra está fora do alcance do consumidor -, o ciclo de juros elevados ainda limita a expansão do investimento em frota, afirma o CEO da Movida (MOVI3), Renato Franklin. “Ainda vemos crescimento (do investimento), vamos continuar com um capex muito relevante, preparando a companhia para um novo ciclo de crescimento. Mas obviamente que, com juros mais altos, o crescimento porcentual é menor”, afirmou o executivo em entrevista ao Broadcast.
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Os juros elevados também impactaram o resultado da Movida no terceiro trimestre, contribuindo para a companhia reportar uma queda de 63,9% do lucro líquido sobre um ano antes, para R$ 93,7 milhões. “A conta dos juros altos chegou, mas isso já estava dentro do previsto”, observa Franklin.
Por outro lado, ele aponta que o resultado operacional teve destaques positivos, como consequência da estratégia acertada de expandir a frota na pandemia. “A companhia se transformou, a frota duplicou, trouxemos dois milhões de novos clientes.”
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A receita líquida da Movida de julho a setembro foi recorde, de R$ 2,6 bilhões, alta de 66,1% sobre um ano antes. A receita de locação atingiu R$ 1,2 bilhão e a de venda de ativos, R$ 1,41 bilhão. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) consolidado alcançou R$ 925,3 milhões no terceiro trimestre, alta de 51% sobre igual intervalo de 2021.
O CEO da Movida pondera que a tarifa no aluguel de curto prazo (rent a car, ou RAC) segue em trajetória de crescimento, atingindo média diária recorde de R$ 139 no terceiro trimestre. “A tendência é de continuarmos aumentando (as tarifas), todo trimestre temos conseguido repassar custos, oferecendo carros novos, que entregam mais. Quando o cliente compara com outras alternativas, como o modal aéreo, por exemplo, que está muito caro, o aluguel de carro ainda é mais barato. Financiar carro também está muito caro.”
Na gestão e terceirização de frotas (GTF), ele acrescenta que o ambiente também é favorável para a Movida. “Quando as empresas fazem a conta para saber se vale mais a pena alugar ou comprar suas frotas, acabam optando pelo aluguel”, diz.
Montadoras
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Franklin relata que, atualmente, há uma oferta maior de carros de entrada pela indústria, após um longo período com essa disponibilidade restrita. “Na pandemia, a indústria ficou sem oferta de carros populares, com mais oferta de SUVs. Perseguimos os clientes que buscavam esses SUVs”, diz.
Ele esclarece que, hoje, a Movida tem mais carros de maior valor agregado no balanço – no RAC, o valor médio do veículo é de R$ 85 mil – e a companhia deve conseguir comprar carros com valor médio abaixo de R$ 80 mil, no mix total. “Pela primeira vez (na pandemia), o valor de venda (de seminovos) está subindo, enquanto o valor de compra está caindo, estamos otimizando bastante o capex líquido.”
Para 2023, Franklin vê a indústria automotiva com mais oferta e, consequentemente, mais descontos. “Isso significa que vamos comprar com um pouco mais de descontos”, avalia.
No primeiro trimestre em que o mercado de locação opera com a nova Localiza, pós-fusão, Franklin afirma que, do ponto de vista de competição, o setor continua “bastante racional”. “Ainda vemos espaço para crescimento, não acho que teremos mudanças no curto prazo, a assinatura tende a crescer, assim como os mercados corporativo e de aplicativos. Os fundamentos são sólidos para uma competição racional.”
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