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- Segundo a Teva Indices, o ETF ELAS 11 apresenta retornos maiores do que os do Ibovespa, principal índice da B3
- No acumulado do ano, o ETF apresenta uma desvalorização de 6,5%, enquanto o Ibovespa recuou 8,7% durante o mesmo período
- A posição de vantajosa do ELAS 11 também se mantém um intervalo maior. Nos últimos 12 meses, o ETF caiu 11,4%, enquanto o Ibovespa sofreu uma queda de 14,5%
A equidade de gênero no mundo corporativo avança a passos lentos no Brasil, mas as companhias mais comprometidas com essa agenda têm tido retornos mais expressivos na Bolsa do que a média do mercado. A percepção se baseia em um levantamento da Teva Indices, enviado ao E-Investidor, que mostra o desempenho do ETF ELAS 11, formado pelas empresas com a maior representatividade feminina em altos cargos de liderança na B3, superior ao do Ibovespa.
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De acordo com os dados, no acumulado do ano, o ETF, que replica a performance do Índice Teva Mulheres na Liderança, apresentou uma desvalorização de 6,5%, enquanto o IBOV recuou 8,7% durante o mesmo período. A diferença também se repete em outros outros intervalos de tempo. Nos últimos 12 meses, o ELAS 11 recuou 11,4%. Já o principal índice da B3 sofreu uma queda de 14,5% durante o mesmo período.
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“No escopo da presença de mulheres na liderança, vemos normalmente uma mescla no próprio estilo de liderar, com posição mais acolhedora, cautelosa e com visão comumente mais voltada ao longo prazo”, afirma Gabriela Joubert, analista-chefe do Inter. Vale destacar que as mulheres que ocupam os altos cargos de liderança possuem uma especialização maior do que a dos homens, como mostramos nesta reportagem. A característica ajuda em uma gestão mais assertiva e eficiente focada em melhores resultados.
A percepção de que o desempenho das companhias pode ser influenciado pela maior presença das mulheres no comando também pode ser vista em outra análise. Desta vez, realizada pela XP. A corretora reuniu as ações de 15 companhias listadas na bolsa com a maior presença feminina no Conselho de Administração e percebeu que a entrega de resultados costuma ser maior do que a média do mercado.
Isso porque o grupo conseguiu um desempenho em torno de 349% nas ações no acumulado de 2010 até janeiro de 2023, enquanto o principal índice da B3 entregou um retorno de 49% durante o mesmo período. A diferença no resultado se deve à diversidade na perspectiva do negócio da companhia na tomada de decisão.
“Quanto maior a diversidade em determinada companhia, seja ela de gênero, de conhecimentos ou perfis, maior tende a ser a capacidade de inovação e resolução de problemas na hora de mitigar riscos”, diz Luiza Aguiar, analista da equipe de research de ESG da XP. Essas empresas, segundo Aguiar, fazem parte do grupo denominado pela corretora como “nomes de qualidade” que são as companhias que integram em seus processos os critérios de ESG, como a representatividade feminina.
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“Passam por momentos de incertezas/volatilidades no mercado, como o contexto atual que estamos enfrentando, de forma mais resiliente”, acrescenta a analista da XP ao falar das companhias classificadas como “nomes de qualidade”. O aumento do interesse dos investidores por empresas bem posicionadas na agenda ESG também ajuda na valorização desses papéis. Isso quer dizer que as companhias que não estiverem alinhadas à diversidade da sua governança devem ficar para trás.
“Uma empresa não aderente a esta agenda provavelmente será rejeitada não apenas pelos investidores, mas também pelos potenciais candidatos, pela sociedade e demais stakeholders”, diz Joubert, do Inter. Mesmo com essas projeções, 42% das empresas da Bolsa não têm metas para alcançar a equidade de gênero. Veja as razões nesta reportagem.