Brasil ganha o primeiro ETF com pagamento de dividendos do país

A primeira é uma fintech, ou seja, empresa de tecnologia para o mercado financeiro, que se tornou um neobanco, e a segunda é a empresa de infraestrutura de mercado, que organiza a bolsa de valores do Brasil.

O termo ETF, por sua vez, diz respeito a exchange-traded fund, ou fundo de índice. Trata-se de um fundo de investimento negociado na bolsa como se fosse uma ação.

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Diretor executivo da Nu Asset Management, Andrés Kikuchi explica que o Nu Renda Ibov Smart Dividendos (NDIV11) passa a ser uma opção para qualquer investidor, sem vínculo obrigatório com o Nubank ou a corretora NuInvest.

Segundo ele, qualquer pessoa física – mediante adequação de perfil (suitability) na corretora com a qual tenha vínculo, ou investidor institucional, pode investir no novo ETF.

O executivo destaca, ainda, que o novo índice incluirá em sua carteira empresas do Ibovespa que se destacam nos pagamentos de dividendos aos acionistas.

Também elenca que o índice considera as empresas do Ibovespa B3, que pagam os maiores valores de dividendos em relação ao preço da ação.

Ou seja, esse critério também será utilizado para ponderar o peso da ação na carteira, além da recorrência e menor oscilação nos proventos pagos.

Isso significa que terão maior peso na carteira as empresas que pagam maiores valores proporcionais, com frequência e valor constantes ao longo dos anos.

ETF com pagamento de dividendos

Ainda de acordo com Kikuchi, o a Nu Invest oferecerá, conjuntamente, a partir do dia 29, o Nu Ibov Smart Dividendos (NSDV11), com a diferença de que os dividendos são reinvestidos no próprio ETF. “Este está igualmente disponível para qualquer cliente investidor, seja pessoa física ou institucional”, afirma.

O executivo ressalta que dentro de uma carteira diversificada, o investidor pode compor a sua estratégia com a renda passiva, mas também olhar para um horizonte de prazo ainda mais amplo. “Ao reinvestirmos os dividendos no Nu Ibov Smart Dividendos, o potencial de retorno com a valorização do papel ao longo do tempo é maior”, observa.

Site da B3

Já Henio Scheidt, gerente de Índices da B3, lembra que a carteira poderá ser acessada no site da empresa de infraestrutura de mercado.

A companhia informa, em documento tratando dos índices, que a primeira carteira do Ibovespa Smart Dividendos B3 possui 21 empresas.

E complementa: caso existisse desde 2013, o Ibovespa Smart Dividendos B3 teria acumulado uma variação positiva de 142% até o final de agosto. No mesmo período, o Ibovespa B3 obteve variação positiva de 87%.

Valor inicial para investir

De acordo com o Nubank, o valor mínimo inicial para investir nos dois ETFs do Nubank é de R$ 100, correspondente a uma cota, sendo que ao longo do tempo pode haver variação de acordo também com a variação do índice.

A fintech explica que tanto o NDIV11 quanto o NSDV11 possuem 0,5% de taxa de administração, sem cobrança de taxa de performance.

Também traz que em ambos os ETFs incidem Imposto de Renda no momento da venda e se ocorrer ganho de capital.

No caso do ETF que distribui dividendos, há tributação incidente do referido imposto de 15% sobre o valor de proventos pagos aos cotistas, que será recolhido diretamente pelo administrador do fundo.

Os dois novos fundos listados em bolsa do Nubank possuem liquidez de dois dias úteis.

Objetivo do Nubank

Country Manager do Nubank, Lívia Chanes enfatiza que o papel do banco digital é de inclusão. “Dentro da base do Nubank há uma representatividade do Brasil inteiro, e 70% dos brasileiros que tem renda acima de R$ 5 mil são clientes Nubank”, afirma, elencando que a proporção é de dois a cada três brasileiros.

Ela enfatiza que a fintech quer alcançar investidor local e institucional, dentro e fora do Brasil.

Características dos índices e dados de mercado

Recomposição do índice tem atualização quadrimestral;
Somente aceita ações que fazem parte do Ibovespa;
Embora comece a ser negociado dia 29, o preço do índice estará disponível somente ao final do dia;
O volume investido globalmente em ETFs nas duas últimas décadas apresentou evolução de 20% ao ano, com cerca de US$ 10,6 trilhões (aproximadamente, R$ 53 trilhões) sob gestão em julho de 2023, segundo dados reunidos pela ETFGI;
Apenas na bolsa do Brasil, o volume investido em ETFs era de quase R$ 45 bilhões em agosto, de acordo com o Boletim Mensal ETF da B3.

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