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- O mercado considera que as duas empresas são as mais afetadas pela mudança nas normas
- "O limite é um vento contrário para as receitas do Nubank e do PagBank", afirmou o analista Tito Labarta, do Goldman Sachs
- A estimativa feita pelo Nubank, de perda de 2,9% nas receitas, refere-se ao período de 12 meses encerrado em junho deste ano
Após o impacto inicial da nova regra do Banco Central sobre as tarifas de intercâmbio de cartões pré-pagos e de débito, o mercado avalia que as empresas mais atingidas tendem a mitigar as perdas por meio de outros meios. No pregão de ontem (27), os papéis do Nubank (NUBR33) e da PagSeguro (PAGS) recuperaram parte das perdas registradas na segunda-feira, com altas de 1,11% e de 3,33%, respectivamente.
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Como mostrou o Broadcast na segunda-feira (26), o mercado considera que as duas empresas são as mais afetadas pela mudança nas normas, dado que emitem cartões pré-pagos. O BC limitou a 0,7% a tarifa de intercâmbio que pode ser cobrada na modalidade, valor menor que atualmente, acima de 1%. Hoje, não há limite para o intercâmbio do cartão pré-pago.
“O limite é um vento contrário para as receitas do Nubank e do PagBank, mas acreditamos que o impacto deve ser parcialmente compensado na PagSeguro pelo menor custo do intercâmbio e mitigado no Nubank com o aumento de volumes nos cartões de crédito e expansão de operações no México e na Colômbia”, afirmou o analista Tito Labarta, do Goldman Sachs, em relatório divulgado nesta terça-feira (27).
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A estimativa feita pelo Nubank, de perda de 2,9% nas receitas, refere-se ao período de 12 meses encerrado em junho deste ano – a fintech não fez cálculos sobre o reflexo no lucro. A PagSeguro, por sua vez, previu um impacto de 1% no resultado, que pode ser negativo ou positivo, dado que além de emissora de cartões a empresa também é adquirente. Ou seja: o intercâmbio é receita, mas também é custo.
No Itaú BBA, o analista Pedro Leduc também destacou que os impactos devem ser pequenos para as duas empresas. Para ele, os maiores movimentos ocorrerão nas adquirentes, e no sentido positivo.
“Adquirentes vão obter a redução de custos imediatamente e tentarão reter os impactos positivos na margem por quanto tempo for possível antes que o mercado as force a dividi-lo com os clientes”, escreveu. A expectativa do BC é de que as mudanças de regra reduzam os custos de transação para comerciantes e também para os clientes finais.
Para a Cielo, o impacto deve ser de 13% no lucro do ano que vem, segundo o BBA, que espera ainda aumento de 10% nos resultados da Stone.
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