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O que fazer com o ‘pedacinho’ do Nubank depois de fechar capital na B3

Em seu IPO, o Nubank atraiu uma leva de novos investidores com um BDR oferecido sem custos

O que fazer com o ‘pedacinho’ do Nubank depois de fechar capital na B3
O anúncio do pedido de saída aconteceu nesta quinta-feira (15)(Foto: REUTERS/Brendan McDermid)
  • O Nubank (NUBR33) surpreendeu o mercado financeiro ao anunciar o fechamento de capital na bolsa brasileira
  • A instituição ofereceu aos investidores com BDRs na carteira 3 opções
  • Investidores que aceitaram o 'pedacinho', o BDR oferecido pelo Nubank durante o IPO, estão em dúvida com o que fazer com o ativo

Na última semana, o Nubank (NUBR33) surpreendeu o mercado financeiro ao anunciar o fechamento de capital na bolsa brasileira, a B3. A fintech vai continuar negociando os BDRs (Brazilian Depositary Receipts), mas a partir de agora terá o capital aberto somente na bolsa de Nova York (NYSE), nos Estados Unidos.

Nesta reportagem, contamos como o mercado viu a saída da B3.

Com a mudança, a instituição ofereceu aos investidores com BDRs na carteira trê opções: trocar os ativos por ações negociadas diretamente nos Estados Unidos; trocar o BDR de nível III por um de nível I; ou vender suas posições. Veja as regras para cada uma das opções.

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Entre aqueles que aportaram dinheiro no negócio do “roxinho”, o Nubank conta com uma leva de investidores pessoa física, muitos que nunca haviam investido na Bolsa antes. Eles aceitaram o “pedacinho” oferecido pela instituição na oferta pública de ações (IPO) realizada em dezembro de 2021. Tratava-se de um BDR oferecido aos clientes do banco sem nenhum custo adicional – uma das muitas estratégias do Nubank para conseguir atrair 7,5 milhões de clientes para o IPO.

“É bastante decepcionante para o mercado de capitais que depois de incentivar milhões de brasileiros a se tornarem ‘nu sócios’ o Nubank vê que a liquidez dos papeis não era a desejada e os encargos para manter os BDRs não compensavam os custos”, diz William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue Securities. Entenda nesta análise o motivo da empresa sair do Brasil.

O que fazer agora?

Agora, esses investidores podem estar em dúvida com o que fazer com o BDR em mãos. Para Mario Goulart, analista de investimentos e criador do canal “O Analisto”, na prática, esse investidor vai acabar dividido entre duas opções principais: vender o ativo ou optar pela troca pelo BDR nível I.

“O ‘pedacinho’ do Nubank colocou gente na Bolsa que nunca tinha investido antes e que provavelmente não tem informação e conhecimento suficiente para administrar uma carteira na Bolsa de Nova York”, explica.

O BDR nível I também não é a melhor opção para quem tem um “pedacinho” desde o IPO, diz Goulart. Isso porque, pelas definições da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), esse instrumento de investimento tem menor liquidez.

Por causa da baixa liquidez os BDRs que permanecerão em negociação na B3 podem acabar descontados. Para quem prioriza o desempenho do papel, pode valer a pena realizar a conversão para ações na NYSE (Bolsa de Valores de Nova Iorque, na sigla em inglês) – opção que vai ser disponibilizada no esquema “6 por 1”, com seis BDRs se convertendo em uma ação.

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Além disso, o BDR nível I pode ser mais complicado de administrar por um investidor pessoa física. “Manter conta e realizar operações em corretoras internacionais costuma ser bem mais caro do que fazer isso em instituições nacionais. No final das contas, o investidor precisa ponderar a corretagem em dólar, taxação de imposto, correção de câmbio”, ressalta Gustavo Pazos, analista de research da Warren.

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