Veja o que esperar das ações até o fim do ano (Foto: Adobe Stock)
O BTG Pactual elevou a recomendação do Nubank(ROXO34) de neutra para compra, após o banco revisar suas projeções de lucro para a companhia em meio à melhora nos resultados. Segundo relatório enviado à imprensa nesta terça-feira (19), os analistas também estão mais otimistas em relação ao futuro da companhia, apoiados pelo impacto dos programas sociais do governo e pelo avanço dos negócios no México.
Essa foi a primeira vez que o BTG recomendou compra para o Nubank desde a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da empresa na Bolsa de Nova York. O banco também elevou o preço-alvo da ação de US$ 14 para US$ 18 para os próximos 12 meses, a cifra equivale a uma potencial alta de 35% na comparação com o fechamento de segunda-feira (18), quando a ação encerrou o pregão a US$ 13,33.
Para os analistas, o Nubank mostrou melhorias sequenciais nos balanços do primeiro e segundo trimestres de 2025, com bons números na margem financeira do banco puxada pelos empréstimos sem garantias por meio do cartão de crédito e do financiamento do PIX.
“Acreditamos que esses avanços devem continuar no segundo semestre de 2025, apoiados pela força crescente do Hyperplane (empresa de inteligência de dados do Vale do Silício adquirida pelo banco em 2024) e pela administração, que pode decidir antes do final do ano se retomará o aumento dos limites de financiamento do PIX para segmentos de baixa renda”, dizem Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paura, que assinam o relatório do BTG.
Quanto o Nubank deve lucrar em 2025?
Os analistas do BTG destacam que o Nubank tem apresentado boas perspectivas no México, onde a expansão em operações de alta renda vem ganhando escala e ajudando a compensar a desaceleração dos produtos mais rentáveis no Brasil.
“Dito isso, acreditamos que a estratégia do banco no México está sendo muito bem executada e agora claramente ganhou força. Em nossa visão, a expansão internacional segue como um dos principais pontos para investir na ação”, afirmam.
Em meio a esses fatores, o BTG elevou a estimativa de lucro do Nubank para 2025 a R$ 2,6 bilhões, sustentada por um crescimento mais robusto da carteira de crédito e por uma maior margem financeira líquida, ainda que parcialmente compensada por uma leve queda na receita de tarifas.
O banco também projeta aumento nas despesas operacionais e nas provisões para perdas com empréstimos, em razão da expansão do crédito — impulsionada pelo novo consignado no Brasil, que vem ganhando tração —, além de maiores investimentos no segmento de alta renda e na continuidade da expansão no México.
Isenção do Imposto de Renda e Bolsa Família podem turbinar o Nubank
O BTG avalia que a linha de baixa renda do Nubank deve ser favorecida em 2026 pela continuidade de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. Além disso, outras medidas esperadas em ano eleitoral, como a provável isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas com ganhos de até R$ 5 mil mensais, também podem impulsionar os resultados do banco digital.
“Nossos números atualizados agora refletem essa dinâmica de curto prazo, ao mesmo tempo em que sustentam o otimismo quanto à lucratividade e às perspectivas de crescimento de longo prazo. Consequentemente, também estamos elevando nossas estimativas para 2026 e 2027 em cerca de 5%, para R$ 3,4 bilhões e R$ 4,3 bilhões, respectivamente”, afirmam Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paura.
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Assim, o otimismo do BTG em relação ao Nubank (ROXO34) não surgiu de forma repentina. Segundo os analistas, a cada trimestre o banco digital mostrou ganhos de solidez até reunir os fundamentos necessários para que a recomendação fosse elevada a compra, com potencial de valorização de 35%.