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
A Nvidia (NVDC34) surpreendeu mais uma vez o mercado ao reportar o seu balanço corporativo com números acima das estimativas dos investidores. O lucro líquido da empresa no quarto trimestre fiscal de 2025 foi de US$ 22,09 bilhões, o que representou uma alta de 80% em comparação ao mesmo período do ano anterior. As receitas da fabricante de chips subiram 78% em um intervalo de um ano e alcançaram um volume de US$ 39,3 bilhões.
“A demanda por Blackwell (superchips de IA generativa) é incrível, pois o raciocínio de inteligência artificial (IA) acrescenta outra lei de escala — aumentar a computação para treinamento torna os modelos mais inteligentes e aumentar a computação para pensamento de longo prazo torna a resposta mais inteligente”, disse Jensen Huang, fundador e CEO da NVIDIA, em balanço divulgado na noite desta quarta-feira (26).
Olhando para a frente, as perspectivas continuam positivas com os esforços da companhia voltados para a produção e entrega dos processadores de inteligência artificial Blackwell. A fabricante de chips forneceu um guidance de receita de US$ 43 bilhões para o próximo trimestre. O volume fica acima dos US$ 42,06 bilhões previstos pela FactSet e, caso os números se consolidem, representará um aumento de 65% em comparação ao mesmo período do ano passado.
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“Aumentamos com sucesso a produção em grande escala de supercomputadores Blackwell AI, alcançando bilhões de dólares em vendas no primeiro trimestre. A IA está avançando na velocidade da luz, enquanto a IA agêntica e a IA física preparam o cenário para a próxima onda de IA para revolucionar as maiores indústrias”, acrescentou Huang.
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As projeções otimistas, no entanto, não convenceram Gerson Brilhante, analista da Levante Inside Corp, a manter posição no papel. Para ele, o cenário macroeconômico nos Estados Unidos eleva o risco da Nvidia, assim como o aumento da concorrência no setor de semicondutores. “O valuation não nos agrada muito. Com a recente entrada da DeepSeek no mercado, percebemos uma queda muito forte na barreira de entrada do setor”, diz o especialista.
Gil Luria, analista do DA Davidson, banco de investimentos com sede nos EUA, também mantém cautela sobre a big tech e reiterou a sua uma recomendação neutra para o papel após analisar os resultados do balanço. “Apesar da demanda continuar forte no curto prazo, ainda acreditamos que um declínio na demanda por computação da Nvidia é inevitável, à medida que os clientes começam a avaliar seu retorno sobre o investimento em computação de IA”, disse Luria ao Yahoo Finance.
Essa conclusão sobre o papel não é unânime entre os analistas. Ruben Roy, analista da Stifel, recomenda a compra das ações após avaliar de formar positiva os resultados da companhia e as projeções para os próximos meses. “Acreditamos que o ritmo da aceleração da Blackwell é notável, dadas as expectativas de forte crescimento no primeiro trimestre após a força vista no quarto trimestre no contexto de problemas técnicos no início do ciclo de produção”, ressaltou o especialista ao Yahoo Finance.
Já Felipe Sant’ Anna, especialista em mercado da mesa proprietária Star Desk, ressalta que, nos últimos meses, a ação subiu “sem freio” e esse comportamento do papel mostra que os ganhos da fabricante de chips na bolsa de valores ainda não alcançaram o seu potencial máximo. “O setor de IA está apenas no começo. O crescimento da tecnologia mostra que ainda nem chegou nas médias empresas, quem dirá nas pequenas. Isso desenha um futuro bastante lucrativo”, diz Sant´Anna.
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Por volta das 10h20 (horário de Brasília), as ações da Nvidia (NVDC34) subem 2,7% na pré-abertura da bolsa de Nasdaq, nos Estados Unidos.