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- Fontes ouvidas pelo E-Investidor reconhecem que a busca pela apólice Posi (sigla em inglês para seguro de títulos de oferta pública) vem crescendo nos últimos anos, em decorrência de um maior interesse de empresas em abrir capital na bolsa
- Mas existem outros fatores que são imprescindíveis para que essas apólices sejam vendidas: novas ofertas sendo realizadas e empresas tomando consciência da existência e importância desse tipo de seguro
- A Posi é uma apólice exclusiva para ofertas que possuem um prospecto e serve justamente para que, se um investidor se sentir prejudicado por conta de alguma informação do prospecto - e o erro for confirmado pelos reguladores -, a empresa tenha suporte do seguro para arcar com o prejuízo
A procura por abertura de capital na B3 fomenta um segmento específico no mercado de seguros, que é o de apólices para ofertas de valores mobiliários, como o IPO (sigla em inglês para oferta inicial de ações) ou o follow on (oferta subsequente de ações). Se não há ofertas acontecendo no mercado, não há porque contratar este tipo de seguro.
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Por isso, com uma lista de ofertas estacionadas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o cenário para este segmento ainda é incerto em 2022.
Fontes ouvidas pelo E-Investidor reconhecem que a busca pela apólice Posi (sigla em inglês para seguro de títulos de oferta pública) vem crescendo nos últimos anos, em decorrência de um maior interesse de empresas em abrir capital na bolsa.
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A Posi é uma apólice exclusiva para ofertas que possuem um prospecto, que é o documento em que constam todas as informações acerca desse processo, e serve justamente para que, se um investidor se sentir prejudicado por conta de alguma informação do prospecto – e o erro for confirmado pelos reguladores -, a empresa tenha suporte do seguro para arcar com o prejuízo.
A corretora 3 Seg, por exemplo, diz que a demanda por Posi dobrou em 2021 em relação ao ano anterior e que possui um número “considerável” de apólices já estruturadas, aguardando o momento “oportuno”. Sobre os dados referentes a esse tipo de apólice nos últimos três anos, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) informou que o seguro costuma ser contratado como cobertura adicional no ramo Responsabilidade Civil D&O, de modo que não dispõe dos valores de forma segregada para o Posi.
Apesar da maior procura pela apólice, as fontes explicam que existem dois fatores imprescindíveis para o sucesso de venda desse produto: novas ofertas sendo realizadas no mercado e empresas tomando consciência da existência e importância desse tipo de seguro.
“Para saber se o mercado de Posi vai ser bom ou ruim, o principal fator é que nós tenhamos ofertas de valores mobiliários. Sem oferta, não tem por que se falar de Posi, que é um produto exclusivo para esse mercado”, explica João Fontes, membro da Comissão de Linhas Financeiras da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg).
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O prazo de validade desse documento costuma ser de até de cinco anos, a contar da data da oferta. O valor cobrado para este seguro não possui um limite estabelecido pelos segurados, mas, segundo as empresas ouvidas pela reportagem, o prêmio costuma ficar entre 0,5% e 1% do valor-limite da apólice contratada.
“Se a empresa fizer uma oferta de capital no valor de R$ 300 milhões, o corretor pode indicar um valor de limite de 10% dessa oferta (R$ 30 milhões) para a apólice que vai ser contratada, e o prêmio vai ficar entre R$ 150 mil (0,5%) e R$ 300 mil (1%)”, exemplifica Breno Nardy, gerente de linhas financeiras da Austral Seguradora.
Paulo Kalassa, sócio da 3 SEG, explica que as Posi contratadas na empresa nunca ultrapassaram o valor de 1% e que os interessados no produto costumam ser empresas do portfólio da seguradora. “Como já conhecemos o cliente há muito tempo e estamos com ele com uma carteira de outros seguros, nós apresentamos também a Posi”, diz Kalassa.
Alguns fatores influenciam na definição dessa taxa. No caso de apólices para IPOs, o prêmio pode variar de acordo com o tamanho da oferta, a manutenção ou mudança dos controladores (a alteração pode gerar um prêmio mais alto devido ao risco), e o local de emissão (no exterior pode ser mais caro).
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Embora o atual cenário de IPOs esteja incerto, os especialistas avaliam que essa situação pode mudar nos próximos meses porque o volume de ofertas pode inflar caso as perspectivas econômicas do país melhorem.
Pela lista disponibilizada pela CVM, não existe IPO em andamento, e apenas a companhia de agronegócio 3tentos (TTEN3) tem uma oferta subsequente por meio da qual busca captar R$ 4,4 bilhões com a venda de 500.000 ações.
Embora as ofertas de ações estejam escassas, há otimismo para ofertas de outros tipos de valores mobiliários. “Além de IPOs, a apólice também cobre emissão de debêntures e de outros valores mobiliários que tenham prospecto. Esse sim talvez seja uma oportunidade, porque, com a alta de juros, talvez seja interessante para as empresas emitirem mais títulos próprios – apesar de não ter um fomento dos corretores na venda de Posi para debentures”, diz Nardy.