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Como ficam as ações da Oi (OIBR3) após início de 2ª recuperação judicial

O processo começa apenas 3 meses após a companhia encerrar uma das maiores 'RJs' da história

Como ficam as ações da Oi (OIBR3) após início de 2ª recuperação judicial
Foto: Shutterstock/Gajus/Reprodução
  • A Justiça autorizou a Oi a iniciar seu segundo processo de recuperação judicial
  • O processo se inicia apenas três meses depois de a companhia encerrar, em dezembro de 2022, uma das maiores recuperações judiciais da história do Brasil
  • Agora, analistas explicam como o novo processo deve impactar as ações e como o investidor deve agir

A segunda recuperação judicial (RJ) da Oi (OIBR3) promete novas perdas aos acionistas da companhia. O processo foi autorizado pelo Juízo da 7ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro na quinta-feira (16) e acontece apenas três meses depois de a empresa de telefonia encerrar uma RJ de quase seis anos de duração.

A Oi saiu de uma das maiores recuperações judiciais da história, iniciada em 2016, no dia 14 de dezembro de 2022. Mas, mesmo após todo o processo, segue com dívidas de R$ 18 bilhões – por isso, recorreu à Justiça no início de março. Na ocasião, as ações da companhia cederam mais de 12%.

Na visão de analistas ouvidos pelo E-Investidor, trata-se de uma tentativa de “turnaround” na companhia, termo utilizado no mercado para descrever a reestruturação de determinada empresa. Apesar disso, a situação deve seguir desafiadora, especialmente aos acionistas que já amargam perdas nas ações há alguns anos.

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“Isso não é nada bom para quem tem as ações da Oi”, diz Marco Monteiro, analista CNPI da CM Capital. “Já vem mostrando prejuízo e não é uma empresa que consegue dar lucro. E, quando entra em RJ novamente, deixa evidente a falta de preparo e de competência em honrar seus pagamentos.”

Na abertura do pregão desta sexta-feira (17) as ações da companhia ensaiaram uma ligeira valorização. Como contamos aqui, às 10h57, a OIBR3 era cotados a R$ 1,36, com alta de 4,62%.

No entanto, o bom humor durou pouco. Às 13h, a OIBR3 caía 0,77%, a R$ 1,29.

João Bertelli, sócio da A7 Capital, explica que as quedas das ações acontecem porque a RJ acende um alerta de desconfiança no mercado para com a empresa. “Apesar disso dar mais tempo para a empresa tentar equilibrar suas contas, para o mercado, é um alerta de que a empresa não está conseguindo se recuperar, e isso acaba atraindo uma aversão à risco maior para essas empresas”, diz.

O que fazer?

Para quem tem as ações da Oi na carteira, a perspectiva não é promissora. Mesmo que a companhia consiga se reerguer e melhorar sua saúde financeira nesta segunda recuperação judicial, esses processos costumam levar anos.

Para João Bertelli, da A7 Capital, os atuais acionistas da companhia estão em uma situação delicada. “A tese de comprar ações e enxergar valor para o médio/longo prazo está diretamente ligada à capacidade da empresa em ser viável financeiramente”, pontua.

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Coisa que não parece muito fácil no atual momento da companhia telefônica. A alavancagem da Oi segue elevada, um cenário ainda pior dado o atual patamar de Selic, de 13,75% ao ano, que encarece o custo de capital e dificulta a vida das empresas endividadas.

Marco Monteiro, da CM Capital, também não vê com bons olhos o futuro das ações. O analista explica que, ao escolher um papel na bolsa, o investidor deve buscar empresas com bons múltiplos, que estejam entregando um resultado positivo. E não aquelas endividadas, que têm um prejuízo cada vez maior, como a Oi.

“Se a OIBR4 perder os patamares de R$ 2,84, que é um fundo importante no preço, seria um momento de sair. Quanto à OIBR3, eu já não ficaria no ativo se ele perder o patamar de R$ 1”, afirma.

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