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Open banking: o que muda na 3ª fase e quem protege os seus dados

A nova fase irá permitir aos usuários o pagamento via Pix, sem a necessidade do acessar aplicativos bancários

Open banking: o que muda na 3ª fase e quem protege os seus dados
Foto: Pixabay
  • A 3ª fase estava prevista para iniciar no dia 30 de agosto, mas foi adiada pelo Banco Central para o dia 29 de outubro
  • O adiamento foi para atender um pedido das instituições participantes que precisaram de mais tempo para se adequar aos critérios do novo sistema
  • O Open Banking é um sistema financeiro aberto que permite o compartilhamento de dados entre as instituições financeiras aprovadas pelo Banco Central

(Daniel Rocha/especial para o E-Investidor) – O open banking vai oferecer mais um serviço financeiro aos brasileiros. De acordo com o Banco Central (BC), a previsão é que, a partir do dia 29 de outubro, o sistema possibilite o compartilhamento rápido e seguro de dados para pagamentos. A medida pode trazer mais agilidades às compras feitas pela internet via Pix

A mudança é pequena, mas demonstra uma modernização do sistema financeiro. Com o início da terceira fase do open banking, as pessoas vão poder efetuar o pagamento via Pix em sites de e-commerce sem precisar acessar o aplicativo do banco. O chefe-adjunto do Departamento de Tecnologia da Informação do Banco Central, Aristides Andrade, explica que o consumidor irá apenas autorizar o débito solicitado na sua conta corrente.

Isso quer dizer que, ao escolher pelo Pix, você irá apenas informar a sua chave de identificação, que pode ser seu CPF ou endereço de e-mail, no site de e-commerce. A empresa responsável por efetuar o pagamento irá acionar o banco para realizar o débito. No entanto, antes do procedimento ser realizado, a instituição financeira irá emitir um comunicado com todos os detalhes da compra para o correntista.

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“Você irá receber uma mensagem do seu banco solicitando o consentimento para a transação”, explica. Após a confirmação, o pagamento será realizado. A terceira fase só contempla a forma de pagamento Pix, mas a previsão é que os outros modelos sejam incorporados no novo sistema financeiro. “Para 2022, está previsto a iniciação de pagamentos para outros arranjos, como a TED”, afirma.

Para o gerente de estratégia da plataforma de open banking Quanto, Gustavo Bresler, a nova forma de pagamento irá trazer uma comodidade semelhante ao uso do cartão de crédito. “Da mesma forma que você efetua pagamento por meio do cartão de crédito sem precisar acessar o site ou aplicativos das instituições financeiras, o open banking vai permitir esses novos arranjos de pagamento, sempre com consentimento do usuário e de forma segura”, compara.

O serviço do open banking deve chegar ao usuário já com as medidas de segurança adotadas recentemente pelo BC para esse tipo de transação. Por esse motivo, na avaliação de Murillo Restier, diretor de vendas América Latina da Fiserv, empresa de tecnologia de transações financeiras, as pessoas só devem ficar atentas às informações presentes no termo de consentimento para esse tipo de pagamento. “O nosso papel é garantir que as empresas (que irão intermediar os pagamentos) vão poder trafegar e armazenar os dados de forma segura”, informa.

Segurança dos dados

A modernização do sistema financeiro, porém, traz desconfiança para parte da população. De acordo com pesquisa feita pela TecBan e pelo Instituto Ipsos, cerca de 46% da população brasileira está preocupada com a forma como os dados financeiros serão utilizados no open banking.

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O levantamento ouviu mil pessoas de forma online durante o mês de junho em todo o País. Além disso, o estudo mostrou que 57% dos entrevistados esperam que o sistema os proteja de fraudes, conectando-os a um time de atendimento caso o golpe seja detectado.

O Banco Central garante que o sistema Open Banking é seguro para os usuários (Fonte: Shutterstock)

O Banco Central garante a segurança do sistema e informa que as instituições participantes devem obedecer regras estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e também pelo BC. As diretrizes abrangem as responsabilidades pelo compartilhamento e características obrigatórias do procedimento. Todo o processo será supervisionado.

De acordo com Andrade, do BC, quando a instituição financeira atende os requisitos, é emitido um certificado digital. Esse “selo” permite a comunicação de forma segura entre os bancos e outras empresas financeiras. “Uma instituição só se comunica com a outra se as duas tiverem esse certificado digital. Isso é uma das medidas de segurança adotada”, garante.

Mesmo com esses recursos de segurança, os usuários precisam observar os detalhes de cada consentimento antes de autorizar o compartilhamento das informações. De acordo com Juan Ferrés, fundador da Teros, empresa de soluções e inteligência tecnológica para open banking, o termo de pedido deve ser feito pelas instituições de forma simples e objetiva.

“Quando ele receber o pedido de compartilhamento, é preciso verificar quem irá receber os dados, para qual finalidade e prazo”, ressalta. Segundo Juan, o BC não autoriza o uso desses dados para outros fins que não foram definidos no termo de consentimento. “A empresa não pode repassar seu dado para o telemarketing. Se isso acontecer, você tem o direito de denunciar ao Banco Central”, acrescenta.

A troca de informações irá acontecer por meio dos aplicativos e sites oficiais dos bancos e instituições financeiras, o que garante a segurança do fornecimento de dados para o usuário. “Ninguém vai te ligar e dizer: “Olha, você autoriza o compartilhamento de seus dados?”, informa.

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A mesma orientação também é dada por Marcelo Queiroz, head de estratégia de mercado da ClearSale. Segundo ele, as pessoas não devem clicar em links ou conceder informações que não estejam dentro das plataformas oficiais das instituições financeiras. “Sempre deve executar as ações/transações dentro de ambientes seguros logados das suas instituições. Evitar o uso de links ou processos via mensagem”, orienta.

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