- A operação da Polícia Federal foi deflagrada no dia 5 de junho para investigar a venda de R$ 180 milhões em créditos de carbono
- A relação do fiagro com a operação acontece porque o FIDIC Caetê, que responde por 9,88% do PL do AZ Quest Sole, investe em CRAs emitidos por uma empresa investigada
- Os gestores do AZ Quest Sole informaram que estão exigindo esclarecimentos dos gestores do FIDIC sobre o caso. O evento deve impactar R$ 0,015 nos dividendos mensais do fundo
As cotas do fiagro AZ Quest Sole (AAZQ11) desabam mais de 20% com os investidores repercutindo a polêmica envolvendo a venda ilegal de créditos de carbono. O caso se tornou público após a Polícia Federal (PF) deflagrar a “Operação Greenwashing” em 5 de junho com o objetivo de desarticular uma organização criminosa suspeita de vender cerca de R$ 180 milhões em créditos de carbono em áreas da União invadidas ilegalmente.
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Com a repercussão, as cotas do AAZQ11 acumulam uma desvalorização de 19,30% apenas em junho. No acumulado do ano, as perdas chegam a 20,20% com a cota sendo negociada a R$ 7,11. Já no no pregão desta sexta-feira (14), o fundo ganha fôlego e busca recuperar as recentes quedas. Por volta das 11h, as cotas do AAZQ11 apresentaram uma valorização de 2,13%, negociados a R$ 7,20. Já as 13h30, os ganhos chegaram a 5,25%
A relação do fiagro com a investigação da PF acontece porque o FIDIC Caetê, que responde por 9,88% do patrimônio líquido do AZ Quest Sole, investe em Certificados de Recebimento do Agronegócio (CRAs) de um grupo econômico investigado pela operação. A AZ Quest afirmou, por meio de um fato relevante divulgado na terça-feira (11), que exige esclarecimentos da gestora do fundo.
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Acrescentou ainda que conta com a ajuda de um escritório de advocacia para avaliar as medidas que devem ser tomadas para garantir o interesse dos titulares indiretos dos CRAs tanto na esfera cível quanto na esfera criminal. “Informamos ainda que não foi declarado o vencimento antecipado do lastro dos CRAs, o que será objeto de deliberação pelas Assembleia de Titulares de CRAs, ainda a ser realizado”, escreveram os gestores do AAZQ11.
Os gestores do fiagro também revisaram os procedimentos adotados na constituição do crédito e na securitização dos CRAs. A análise apontou que a documentação seguiu “os padrões adequados para o tipo de operação e foram adequadamente registrados”.
As estimativas do impacto do evento para o valor patrimonial unitário da cota do fiagro é de 7,82%. Na prática, esse porcentual pode reduzir em torno de R$ 0,015 os dividendos mensais do fundo. O AZ Quest Sole atua no mercado desde dezembro de 2022 e entrega aos seus mais de 28 mil cotistas um yield médio da carteira de CDI +5,34% ao ano.