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FIIs, Fiagros ou FI-Infras: qual fundo paga mais dividendos ao investidor?

Levantamento identifica qual deles pagou os maiores proventos em 2022

FIIs, Fiagros ou FI-Infras: qual fundo paga mais dividendos ao investidor?
Resultado Mega-Sena: veja números sorteados no concurso 2644. (Foto: Pixabay). (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
  • O resultado mostra os Fiagros como os grandes "campeões" desta disputa ao entregar um retorno médio de 12,4% no acumulado de 2022
  • No caso dos fundos imobiliários, a posição de terceiro lugar se deve ao baixo retorno que os fundos de tijolos, segmento que investe em imóveis físicos, ofereceram aos investidores em 2022

O sonho de viver de renda é o que motiva muita gente a investir no mercado financeiro. E para quem tem esse objetivo, a diversidade de oferta entre produtos que oferecem pagamento mensal de dividendos pode deixar o investidor confuso.

Além dos Fundos Imobiliários (FIIs), um dos investimentos mais populares entre os investidores de pessoa física, há os Fundos de Investimento do Agronegócio (Fiagros) e os Fundos de Investimento em Infraestrutura (FI-Infra) que oferecem benefícios semelhantes aos seus cotistas: renda mensal e isenção no imposto de renda.

Apesar dos pontos em comum, esses fundos atuam em setores econômicos distintos. Mas um levantamento realizado pela Monett, plataforma de investimentos, conseguiu identificar qual desses três fundos pagou o maior dividendo aos investidores.

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A análise levou em consideração os dados referentes ao ano passado. O resultado mostra os Fiagros como os grandes “campeões” desta disputa ao entregar um retorno médio de 12,4% no acumulado de 2022. Ou seja, os investidores posicionados nesta classe de ativos receberam em média um dividendo mensal de 1% durante o período.

Os FI-Infra apareceram em segundo lugar ao entregar um dividend yield de 11,4%, enquanto a média de retorno dos fundos imobiliários ficou em 10,9% durante o mesmo período. Segundo Bruno Santana, CEO e fundador da Kijani, gestora de recursos especializada no agronegócio nacional, as razões para que os Fiagros tenham sido os “campeões” nesta disputa se deve à característica da composição da carteira desses fundos.

“Os Fiagros, em sua maioria, estão indexados ao CDI – que acompanha os movimentos da taxa de juros. Então, os fundos que foram se formando ao longo do ano passado evitaram de estar posicionados à inflação – com a redução da alta dos preços – diante do cenário econômico”, afirma.

O bom desempenho também está atrelado ao risco da atividade econômica. Na avaliação de Felipe Paletta, sócio e analista da Monett, tanto os fundos de investimento em agronegócio quanto os de infraestrutura oferecem riscos ainda maiores devido à sua natureza econômica em comparação aos fundos imobiliários. Desta forma, há uma exigência de um “prêmio” maior para investir nesses produtos.

“A capacidade de pagamento vai depender da atividade que exerce. Se o preço da soja ou do milho despenca no mercado internacional de uma safra para outra, há maior risco do “inquilino” dos fiagros ficar inadimplente”, afirma.

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O mesmo raciocínio se aplica para os fundos de infraestrutura. Se houver aumento dos custos dos insumos, por exemplo, a remuneração aos investidores pode ser afetada. “Trata-se de um modelo de negócio mais arriscado. Então, a lógica é que pague mais dividendos aos investidores”, acrescenta Paletta.

Os fundos imobiliários

No caso dos fundos imobiliários, a posição de terceiro lugar se deve ao baixo retorno que os fundos de tijolos, segmento que investe em imóveis físicos, ofereceram aos investidores em 2022. De acordo Gabrielly Sanchez, especialista de Fundos Imobiliários da Ágora Investimentos, o baixo desempenho ainda é reflexo dos efeitos das restrições impostas pela pandemia da covid-19.

“O setor foi impactado também pelo início da elevação da Selic em 2021, que saiu de 2% para 13,75% em 2022 e deu maior atratividade à renda fixa”, diz Sanchez. Os fundos de lajes corporativas e os de shoppings foram os mais penalizados durante o período. Veja nesta reportagem 5 fundos imobiliários para investir em 2023, segundo a Empiricus.

Na contramão desse desempenho, os fundos imobiliários de “papel” ou de “crédito”, segmento que investe em recebíveis imobiliários, conseguiram apresentar um retorno médio acima de 15% no acumulado do ano, segundo Sanchez. Como esse segmento possui a vantagem de repassar a inflação ou a elevação da taxa de juros de forma mensal, esses fundos conseguiram entregar um desempenho médio expressivo.

“Mesmo com 3 meses de deflação, os fundos de papéis continuam com um dividend yield alto no fechamento de 2022, pois o indicador leva em consideração os últimos 12 meses”, afirma a especialista da Ágora. O mesmo aconteceu com os fundos de papel atrelados ao CDI que acompanham a rentabilidade da taxa Selic, que atualmente segue no patamar de 13,75%.

Onde investir

O primeiro raciocínio que pode vir à mente do investidor ao montar a sua carteira é destinar os recursos para os fundos que apresentaram o maior rendimento. A estratégia pode ser arriscada por dois motivos: performance passada não é garantia de performance futura e altos retornos podem sinalizar riscos elevados. Desta forma, Paletta defende uma diversificação equilibrada nos investimentos.

“Eu recomendaria ter dois terços do seu patrimônio em fundos imobiliários e um terço dividido em fiagro e fi-infra porque você consegue maximizar o seu retorno no longo prazo e não corre riscos tão grandes”, defende o sócio da Monett.

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A diversificação também deve estar presente nos segmentos de cada fundo de investimentos. No caso dos fundos imobiliários, por exemplo, Sanchez acredita que os fundos de papel devem continuar com boas performances ao longo de 2023, principalmente os que estão indexados ao CDI em virtude da continuidade da Selic no patamar de 13,75%.

No entanto, essa perspectiva não inviabiliza os aportes nos fundos imobiliários de tijolos que seguem com preços descontados, o que pode representar uma oportunidade de investimento. “O mais importante é analisar a estratégia adotada pela gestão, escolher imóveis de qualidade, e em relação aos papéis, analisar a gestão, a qualidade dos títulos, das taxas e das garantias”, orienta.

O mesmo cuidado também se aplica para os fiagros. Como o agronegócio é um setor cíclico, a diversificação se torna essencial para mitigar as perdas. Por isso, Santana, da Kijani, recomenda aos investidores a ficarem atentos à composição dos fundos.

“Por causa dessa característica, é importante pulverizar o máximo possível. Nós, por exemplo, tentamos navegar em toda a cadeia do agronegócio e não ficar concentrado apenas em uma região”, afirma. Conhecer o histórico dos gestores  também segue entre as recomendações dos analistas antes de investir nestas classes de ativos.

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