- O ouro está em alta no mercado internacional há algum tempo, mas o movimento se acentuou agora: a cotação acumula uma valorização semanal de 5,14%, na melhor semana de todo o ano de 2024
- A escalada da guerra entre Rússia e Ucrânia é o principal gatilho na cotação do ouro essa semana
- Especialistas explicam se vale a pena apostar na commodity agora
A cotação do ouro está em alta no mercado internacional há algum tempo. A combinação de conflitos geopolíticos pelo mundo, incerteza com os ciclos monetários nas economias desenvolvidas e o aumento das reservas de ouro por alguns bancos centrais fez a cotação do metal disparar ao longo de 2024.
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Mas o movimento voltou a se acentuar agora: dados do Investing.com mostram que, até esta sexta-feira (22), o ouro acumula uma valorização semanal de 5,14%. Já são quatro pregões consecutivos de alta e, ao que tudo indica, a commodity terá a melhor semana de todo o ano de 2024.
A alta trouxe a onça-troy, sistema de medição do metal equivalente a cerca de 32 gramas de ouro, para perto dos US$ 2,7 mil depois de semanas de queda na cotação desde outubro. O grande fator impulsionando a nova onda de valorização é o agravamento da guerra entre Rússia e Ucrânia.
O conflito já se estende desde fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu o país vizinho, mas teve uma nova escalada esta semana. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deu permissão à Ucrânia para usar mísseis americanos de longo alcance para atacar o território russo. Em resposta, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, reduziu o limiar do país para o uso de armas nucleares.
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“Este é um recado claro ao Ocidente de que o Rússia estaria preparada pra uma futura guerra nuclear. E, toda vez que o mundo se vê em conflito, a busca pelos ativos com maior segurança se sobressai”, destaca Elson Gusmão, diretor de câmbio da Ourominas.
Por ser um ativo de valorização constante e volatilidade inferior a outros produtos de investimento, o ouro é tratado como uma proteção aos portfólios de investimento. Por isso, a cotação saltou na maioria das vezes em que os conflitos geopolíticos se acirraram ao longo de 2024. “O investidor fica com receio e o ouro é o ativo mais seguro do mundo”, diz Vitor Agnello, analista educacional da CM Capital. “Por ser um investimento que oferece proteção do seu capital, o ouro acaba sendo uma alternativa para grandes investidores em meio ao escalonamento de guerras. Dessa vez, entre Rússia e Ucrânia.”
Vale a pena investir em ouro?
O ouro pode ser uma boa proteção em tempos de incerteza. Ele é visto como um ativo seguro que tende a manter ou aumentar seu valor durante crises. Isso ajuda a diversificar e reduzir a volatilidade da carteira
Para Vanessa Leone, especialista em mercado de capitais e sócia da The Hill Capital, o ouro pode ser uma adição valiosa para proteger a carteira de incertezas e volatilidade, mas é preciso fazer uma análise cuidadosa ao optar pelo ativo. “Considere o seu perfil de investidor, para entender se o ouro se alinha aos seus objetivos e tolerância ao risco. Consulte um especialista para entender como o ativo pode se encaixar na sua estratégia; e a mantenha uma carteira diversificada para equilibrar os riscos”, sugere Leone.
Até o início de 2024, os investimentos em ouro também eram encontrados na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), via contratos futuros, nos ativos OZ1D, correspondente a 250 gramas do metal, e o OZ2D, um lote fracionário de 10 gramas. Mas a B3 suspendeu esse tipo de negociação em fevereiro, dada a “evolução do mercado de capitais, que já conta com outros produtos atrelados ao ouro, como ETF e BDR de ETF, que se mostram mais atrativos aos investidores, com mais liquidez e facilidade operacional”.
Agora, investidores brasileiros tem duas alternativas principais para investir em ouro: no mercado de capitais por meio de fundos de investimento, ações ou Exchange Traded Funds (ETFs), ou comprando barras físicas do metal em casas especializadas. “Faz sentido sim ter uma parte da carteira de investimento em ouro, principalmente a parte dedicada à proteção em cenários de grande crises mundiais. E hoje o acesso está muito mais fácil seja por meio de fundos de investimentos, ETF ou mesmo a compra do metal fisico”, destaca Rodrigo Azevedo, economista, sócio-fundador da GT Capital.
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