Cotação do ouro supera US$ 4.000 por onça pela primeira vez na história, impulsionada pela busca global por segurança diante das incertezas nos EUA. (Foto: Adobe Stock)
As cotações do ouro dispararam nas últimas horas, ultrapassando pela primeira vez na história a marca de US$ 4.000 por onça. Com isso, o metal precioso acumula alta superior a 50% no ano, o maior ganho para o período desde 1979. Isso reflete as preocupações com a economia americana e os possíveis impactos da paralisação do governo nos Estados Unidos.
Apesar do movimento de aversão ao risco, os índices futuros em Nova York e as principais bolsas europeias avançam, sinalizando continuidade do rali global e indicando um forte fluxo de recursos direcionado ao setor de inteligência artificial (IA).
Nos demais mercados, o dólar se valoriza pelo terceiro dia consecutivo, enquanto os rendimentos dos Treasuries (os títulos do Tesouro norte-americano) recuam. Entre as commodities, os contratos futuros de petróleo sobem após a divulgação de um relatório misto sobre os estoques nos EUA, ao passo que os preços do minério de ferro permanecem estáveis.
Após um pregão mais negativo, esse cenário externo favorável pode estimular alguma recuperação dos ativos locais, embora o quadro fiscal doméstico siga inspirando cautela. Terça-feira (7) à noite, a comissão mista do Congresso aprovou, por margem apertada, a Medida Provisória (MP) alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que eleva a alíquota do Imposto de Renda (IR) sobre rendimentos financeiros de 17,5% para 18%, mantendo inalterado o tributo sobre apostas.
Vale lembrar que o texto ainda precisa ser aprovado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado para não perder validade. A proposta original previa arrecadação de R$ 10 bilhões em 2025 e R$ 20 bilhões em 2026, mas as mudanças podem reduzir esse montante em cerca de R$ 3 bilhões no próximo ano.