Mercado

O que o Pão de Açúcar (PCAR3) fará com os R$ 790 mi da venda do Éxito?

O E-Investidor consultou analistas para entender a expectativa do uso do dinheiro no caixa da empresa. Veja

O que o Pão de Açúcar (PCAR3) fará com os R$ 790 mi da venda do Éxito?
Foto: Jo Galvão/Shutterstock

O Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) receberá R$ 790 milhões decorrentes da venda de sua participação na rede colombiana Éxito – veja nesta reportagem como o mercado avaliou o impacto da operação para as ações da varejista. Com o caixa cheio, o que a companhia deveria fazer para alavancar uma alta dos seus papéis da Bolsa? A totalidade dos analistas consultados pelo E-Investidor afirma que a empresa deve utilizar esse dinheiro para promover uma desalavancagem financeira.

Isso porque o Grupo Pão de Açúcar (GPA) tem um endividamento total bruto de R$ 6 bilhões, com posição de caixa acima dos R$ 3 bilhões, explica o analista de ações da Toro Investimentos Gabriel Costa. O GPA possui um plano de expansão robusto, com a abertura de até 300 lojas em 2024, e isso necessita de um capex, que é um investimento inicial. “Mas de onde sairá esse dinheiro?”, questiona.

Já a analista de ações da Levante Corp, Caroline Sanchez, acrescenta que além da desalavancagem, a empresa deve aproveitar para focar mais no segmento Premium. Ela lembra que a bandeira Pão de Açúcar representa 47% da receita consolidada do grupo. “Com a redução da alavancagem financeira, isso deve impulsionar ainda mais a companhia, permitindo reforço de investimentos no core business [negócio principal]”, afirma.

Em relação à ação PCAR3, Bruno Benassi, especialista de Ações, Crédito e Fundos Imobiliários da Monte Bravo, afirma que o papel do GPA parece precificar uma companhia que está em um processo desafiador de turnaround – termo que designa uma empresa tentando sair de uma dificuldade. “A varejista tem, ainda, uma situação de caixa bastante desafiadora e enquanto a operação não mostrar números melhores, que indiquem que pode ser mais rentável, vemos dificuldades para as ativos na Bolsa de Valores”, destaca.

Publicidade

Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

A Ativa Investimentos, por sua vez, informa que o controlador Casino gera muita incerteza para a companhia brasileira e isso se reflete nos papéis da varejista. “O grupo francês possui diversas questões financeiras que tenta resolver, mas enquanto a solução não surge, os movimentos acabam por impactar o GPA no Brasil. “Caso o Casino decida se desfazer das operações do GPA, o cenário muda e acreditamos que o mercado pode modificar sua percepção acerca da empresa”, frisa.

Como as corretoras se posicionam:

  • BTG Pactual: Neutro, com preço-alvo em R$ 7;
  • Genial Investimentos: Compra, com preço-alvo em R$ 3,88;
  • XP Investimentos: Neutro, com preço-alvo em R$ 4;
  • Monte Bravo: Sem recomendação ou preço-alvo;
  • Ativa Investimentos: Neutro, com preço-alvo em R$ 4;
  • Levante: Sem recomendação ou preço-alvo.