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O que esperar dos dividendos com o Plano Estratégico da Petrobras (PETR4)?

Estatal anunciou as novas diretrizes que estimam investimentos de US$ 102 bilhões até 2028. Confira

O que esperar dos dividendos com o Plano Estratégico da Petrobras (PETR4)?
Ações da Petrobras estão entre as mais importantes do Ibovespa (Foto: Sergio Moraes/Reuters)
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  • O volume destinado para os investimentos é 30% maior em relação ao plano anterior
  • Os números vieram dentro da expectativa do mercado que enxergam uma piora na tese de investimento da companhia

O novo plano estratégico da Petrobras (PETR3; PETR4) prevê a destinação de US$ 102 bilhões para os investimentos, cerca de 30% acima do verificado no plano anterior. Apesar de ser considerado um valor elevado, o montante já era esperado pelo mercado diante da pressão do governo em elevar os gastos da estatal com os investimentos. Os números divulgados nesta quinta-feira à noite (23) pela estatal alertaram os investidores sobre impactos na distribuição de dividendos aos acionistas.

Segundo o plano estratégico, a estimativa da Petrobras é que haja uma distribuição de dividendos entre US$ 40 bilhões e US$ 45 bilhões regulares e de US$ 5 bilhões a US$ 10 bilhões para os proventos extraordinários. “Número interessante, mas não suficiente para que a notícia signifique um gatilho de valor para as ações da empresa”, informou Vitor Souza, analista da Genial Investimento. Por essa razão, a corretora mantém uma recomendação de neutra para o papel, com um preço-alvo de R$ 38.

A Ágora Investimentos, por sua vez, avalia que a companhia permanece atrativa ao investidor diante das expectativas de retornos elevados no curto prazo. “Como o plano de investimento está dividido nos próximos cinco anos e sem um aumento significativo para 2024, entendemos que a Petrobras deve pagar dividendos bem elevados”, afirma Ricardo França, analista da casa. Com essa visão, a corretora mantém recomendação de compra das ações da Petrobras, com um preço-alvo de R$ 38.

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A XP também reiterou compra das ações diante da distribuição de dividendos ainda atrativa no curto prazo, mas alerta para a permanência dos principais riscos na tese da Petrobras. “Consideramos o plano como uma mudança ligeiramente negativa em comparação com o plano anterior”, informaram os analistas da XP em relatório.

Volume de investimento

O aumento dos recursos destinados para os investimentos atende os pedidos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao CEO da Petrobras, Jean Paul Prates, na criação do novo Plano Estratégico 2024-2028. Segundo informações do Broadcast, o chefe do Poder Executivo enxerga a destinação dos recursos para as linhas de negócios da Petrobras como um vetor de crescimento econômico para os próximos anos.

Dos US$ 102 bilhões destinados para os investimentos, US$ 11,5 bilhões devem ser aplicados para os segmentos de energias renováveis e descarbonização. Segundo a companhia, o montante deve ajudar a Petrobras a se preparar para o futuro e fortalecer o seu processo de transição energética. A maior parte dos investimentos, cerca de US$ 73 bilhões, vai continuar voltada para a exploração e produção de petróleo e gás (E&P).

“Historicamente, a Petrobras não tem bons retornos em outras áreas que não são Exploração e Produção de petróleo. Por isso, um aumento do capex (investimentos) destinado aos outros segmentos tende a diminuir a rentabilidade consolidada da companhia”, avalia Ruy Hungria, analista da Empiricus Research. “Algumas petroleiras gigantes, como Shell e BP, que estavam bastante vocais sobre investimentos em renováveis, voltaram atrás nos últimos meses ao perceber isso”, acrescentou Hungria.

Julgamento do acionista

Mesmo com os riscos, os analistas reconhecem a importância da Petrobras em adotar estratégias voltadas para fontes de energias renováveis e que possam garantir uma transição energética eficiente, almejada pela companhia. Cabe ao investidor, avaliar se os esforços da estatal estão gerando resultados positivos. “Com o tempo, iremos conseguir entender se o plano será suficiente ou se a empresa precisará fazer um esforço extra ou repensar a estratégia”, diz Anderson Silva, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital.

As ações da Petrobras permaneceram voláteis ao longo da manhã desta sexta-feira (24). Nos primeiros minutos de pregão, os papéis operaram no campo negativo. A partir do início da tarde, as ações passaram a registrar ganhos, de 0,50% para PETR3, cotada a R$ 38,05, e de 0,88% para a PETR4, a R$ 35,48, às 13h33.

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