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Petrobras (PETR4): tudo o que o investidor precisa saber sobre o futuro da empresa

Após o choque do petróleo em 2020, entenda o que esperar da companhia para os próximos cinco anos

Petrobras (PETR4): tudo o que o investidor precisa saber sobre o futuro da empresa
Petrobras (Sergio Moraes/Reuters)
  • A meta da Petrobras é reduzir o seu endividamento para US$ 67 bilhões até o final de 2021
  • Outro grande fator descrito no plano estratégico da estatal é o desinvestimentos de operações que não fazem parte do core da companhia. Exploração do pré-sal ganha ainda mais destaque
  • Preocupação com a sustentabilidade ambiental também chamou a atenção no plano. A remuneração dos executivos deve estar atrelada a diminuição de emissões de poluentes

Na composição do Ibovespa, as duas ações da Petrobras (PETR4 e PETR3) têm um peso enorme para o sobe e desce da bolsa de valores. Em valor de mercado, a empresa supera os R$ 360 bilhões. Mesmo com esse tamanho, a petroleira sofreu durante o ano de 2020 com as restrições impostas pelo coronavírus, que diminuíram a demanda por combustível no mundo todo. O choque nos preços do petróleo – o tipo WTI negociou abaixo de zero em abril – também foi um desafio para a gigante brasileira e para o mercado de óleo e gás.

No recorte anual, os papéis da companhia PETR4 e PETR3 ainda estavam em queda de, respectivamente, 8,78% e 11,30%, para R$ 27,53 e R$ 28,10, até o fechamento de sexta-feira (4). Contudo, com o caminho mais claro em relação ao curso da pandemia e os ajustes no preço da commodity, a Petrobras já entra em ritmo rápido de recuperação: só nos últimos 30 dias, as ações subiram mais de 30% – e estão entre as mais recomendadas para o mês de dezembro.

Além de superação da crise do coronavírus, o futuro da estatal também está cheio de metas e reestruturações. Depois de um ano tão atípico, a Petrobras lançou na segunda-feira, 30 de novembro, seu plano estratégico, que deve ser o guia de 2021 a 2025, no chamado ‘Petrobras Day’.

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“Comparando o histórico, a companhia nunca teve um plano estratégico tão realista. Isso é positivo não só para a própria Petrobras, mas para os acionistas”, afirma Paloma Brum, analista da Toro Investimentos. “Esse relatório também traz a visão de que a estatal está sendo usada com foco em gerar valor, e não para fins políticos.”

O E-Investidor selecionou os 3 principais pontos de atenção que devem definir o caminho de empresa nos próximos cinco anos.

1 – Endividamento: equilíbrio financeiro

No plano estratégico, a Petrobras deixou claro a preocupação com a gestão da dívida bruta da companhia, que era um dos problemas mais sensíveis da estatal. A meta é reduzir esse endividamento para US$ 67 bilhões até o final de 2021 e chegar aos US$ 60 bilhões no fechamento de 2022. “Isso é muito positivo porque mostra que a companhia segue comprometida com essa linha para melhorar o fôlego, a saúde financeira do negócio”, explica Brum.

Para Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, outro ponto positivo foi a transparência em relação ao tempo para que a dívida diminua. “Eles foram claros sobre o patamar de dívida, já tinham o objetivo de ter um endividamento bruto de US$ 60 bilhões de dólares no plano passado, isso se manteve, mas foram mais claros nesse alcance para 2022”, explica.

O especialista lembra que, pelas novas regras, a maior distribuição de dividendos pela companhia acontecerá quando o endividamento bruto for inferior à meta de US$ 60 bilhões. “Esse era o nível de endividamento que a companhia tinha no começo da década, em 2010”, diz Arbetman.

2 – Desinvestimentos: redução de custos

Outro grande fator descrito no plano estratégico da estatal é o desinvestimentos de operações que não são core da companhia. Com isso, o investimento mais pesado passa a ser em operações de maior retorno, como a exploração do pré-sal.

“Em vez de estar preocupada em fazer uma produção em larga escala de várias coisas, ela tem focado no produto de maior retorno, que tem baixo custo de exploração e traz margens mais altas”, destaca Brum.

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Durante o ano de 2020, por exemplo, a Petrobras embolsou US$ 1 bilhão vindos da venda de ativos. Ano passado, esse número chegou a US$ 16 bilhões. “Mas temos mais de 50 ativos à venda, muitas transações já chegando ao seu estágio final, ou para a assinatura do acordo de compra e venda, ou para o closing, e teremos ainda bons resultados a mostrar, nos próximos seis, sete meses”, disse Roberto Castello Branco, presidente da estatal, durante apresentação.

Na visão de Brum, esse segundo aspecto é bastante positivo, apesar do mercado ter ficado receoso quando a Petrobras divulgou a estimativa de produção abaixo do esperado, em função dos cortes de custos. “Olhando agora para o ano de 2025, vemos uma produção total de 3,3 milhões antes de desinvestimentos e uma produção de 2,7 milhões após os desinvestimentos”, explicou Castello Branco.

Os desinsvestimentos são focados em terra e águas rasas, de onde a estatal sairá integralmente, e também a saída dos campos petrolíferos de Albacora e Albacora Leste. De acordo com Arbetman, é natural ver um ajuste na produção, devido também ao impacto do coronavírus.

3 – Sustentabilidade ambiental: confiança

A terceira questão relevante dentro das metas para os próximos cinco anos e que também chamou positivamente a atenção do mercado, é a preocupação em reduzir o impacto da exploração no meio ambiente. A remuneração dos principais executivos, além de ser variável, será atrelada a métricas sustentáveis.

“Todos os executivos da companhia têm uma meta de topo de emissão de gases de efeito estufa, que é uma média ponderada das emissões da exploração e produção do petróleo e do refino”, afirmou Castello Branco.

Segundo os especialistas, essa preocupação torna a companhia mais longeva e converge com as novas exigências do mercado. “Tende a gerar valor para os acionistas no longo prazo”, afirma Brum. “Fora que evita que os investidores tenham surpresas desagradáveis, como uma multa por dano ambiental ou algum acidente grave.”

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Arbetman concorda. “É claro que a indústria de óleo e gás tem muitas preocupações nesse ponto, mas é muito positivo esse compromisso. A Petrobras faz o que pode”, explica. Na última terça-feira (01), a companhia voltou a integrar o Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3.

Recomendações

As recomendações tanto de Arbetman, quanto de Brum, são de compra para os papéis da Petrobras. “Acreditamos que diferentemente de outros tempos, a empresa formulou um plano mais enxuto, mas mais possível de ser feito. O case de Petrobras me soa mais atrativo, inclusive, do que o case do segmento de petróleo em geral”, afirma o analista da Ativa de Investimentos.

“Vemos os papéis muito descontados ainda, a recomendação é de compra, com preço-alvo de R$ 30. Acreditamos que as ações serão beneficiadas a medida que as pessoas voltem a circular, acelerando assim a demanda por combustíveis”, diz a especialista da Toro.

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