Como o reajuste de combustíveis impacta as ações da Petrobras (PETR4)

Já o diesel subirá R$ 0,78 para R$ 3,80 por litro, um ajuste de 25,8%.

O aumento de preços vai reduzir a defasagem em relação ao mercado internacional, um ponto que agradou investidores e agentes do mercado financeiro. Desde que a nova política de preços foi instituída, a empresa já havia anunciado alguns ajustes para baixo no combustível, acompanhando o movimento de desvalorização do petróleo no mercado internacional.

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No entanto, pairava certa incerteza se a estatal continuaria seguindo os preços de referência internacional em caso de alta, como aconteceu recentemente.

Entenda a atual política de preços para gasolina e diesel a Petrobras

Um estudo feito pela Genial Investimentos, antes do anúncio da medida, mostra que o preço praticado nas refinarias da Petrobras estavam com deságios de 29,3% na gasolina e de 31,9% no diesel em relação a paridade de preços do mercado internacional. Segundo a corretora, que tem recomendação de venda para PETR4, a análise serviria como um “termômetro a percepção de risco de ingerência por detrás da precificação dos combustíveis comercializados pela Petrobras”.

Com a decisão pelo reajuste, as ações da Petrobras iniciaram o dia em alta na B3. Às 13h desta terça-feira, a PETR4 subia 3,0%, cotada a R$ 31,56. No mesmo horário, a PETR3 tinha alta de 2,38%, a R$ 34,43.

“A decisão foi vista com um viés positivo para as ações, pois desde que houve uma reformulação na cotação do combustível, os preços ficaram defasados no Brasil, uma vez que o petróleo voltou a subir nas últimas semanas, já que hoje o brent está sendo negociado na casa dos 85 dólares o barril”, diz Heitor De Nicola, especialista em renda variável da Acqua Vero Investimentos.

O especialista explica que essa nova medida deve significar algo em torno de 6% ou 7% de um fluxo de caixa livre para o acionista. “Por isso vemos uma resposta positiva nas ações, mas temos que ver como isso vai seguir ao longo dos dias”, frisa.

Impacto no IPCA

Apesar da alta das ações da estatal, o reajuste dos combustíveis será sentido no bolso dos consumidores e na inflação. A Órama Investimentos estima que o efeito da medida no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) seja dividido entre o mês de agosto e setembro.

O economista-chefe da casa, Alexandre Espírito Santo, espera por uma alta de 0,13 ponto percentual na inflação deste mês, cuja projeção passa a 0,36%. Para setembro, o impacto esperado é de um ajuste de 0,25 ponto percentual, levando a projeção de IPCA do mês para 0,57%.

A Órama agora espera que o IPCA fique em 5,1% em 2023, ante 4,8% anteriormente.

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