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Veja o efeito da nova configuração no Congresso para o mercado

Eleitos para o Congresso podem "modular" tendências de Lula (PT) e Bolsonaro (PL)

Veja o efeito da nova configuração no Congresso para o mercado
Foto: Roque de Sá/Agência Senado
  • O Ibovespa abre o primeiro dia da semana em alta de 5,54%, aos 116.134,46 pontos
  • Apesar de não ter conseguido superar Lula no primeiro turno, Bolsonaro demonstrou força. Os candidatos do Partido Liberal (PL), do atual presidente, foram eleitos em peso para o Congresso Nacional
  • Para os especialistas consultados pelo E-Investidor, o apoio do Congresso deve facilitar a aprovação de reformas, caso Bolsonaro seja reeleito. Essa configuração também asseguraria uma postura mais moderada de Lula, se o petista vencer as eleições

O Ibovespa encerrou a segunda-feira (3), primeiro dia pós-primeiro turno das eleições, em alta de 5,5%, aos 116.134,46 pontos. Uma valorização expressiva e que reflete o pensamento de alguns atores do mercado de que as tendências dos dois candidatos a presidente que foram ao segundo turno, Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL), sejam “reguladas” pelos novos eleitos para o Senado e Câmara dos Deputados: o ex-presidente não faria grandes guinadas à esquerda e Bolsonaro teria o caminho livre para implementar reformas.

O PL, partido de Bolsonaro, conquistou oito das 27 vagas em disputa no Senado, formando a maior bancada do Senado. O PT foi o quinto com o maior número de cadeiras conquistadas: a sigla de Lula elegeu quatro senadores.

Na Câmara, o PL elegeu uma superbancada de 99 deputados – novamente a maior para o ano que vem. A Federação Brasil da Esperança, formada por PT, PCdoB e Partido Verde, ficou com 80 cadeiras, em segundo lugar.

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Essa configuração do Legislativo garante uma governabilidade melhor ao atual presidente em caso de vitória. Por outro lado, representaria um desafio para a agenda de Lula, que tenderia a adotar uma postura mais moderada e alinhada ao centro. Em seu pré-plano de governo, por exemplo, o petista defende o fim do teto de gastos e rever as reformas trabalhista e da previdência, assim como a política de preços da Petrobras – propostas que desagradam o mercado.

“O ânimo dos investidores deve ser interpretado não por uma questão de costumes ou ideologia, mas por uma perspectiva de que um Congresso mais alinhado com o governo Bolsonaro esteja comprometido com a defesa de reformas estruturais aprovadas nos últimos anos”, explica Matheus Pizzani, economista da CM Capital. “E no cenário de reeleição de Bolsonaro, além da manutenção das reformas feitas, a expectativa é de que os programas de privatizações e concessões avancem.”

Conrado Lima, co-diretor da StoneX Asset Management, também vê uma diminuição do risco de uma agenda populista ser instaurada. “Em um cenário de vitória de Lula, vai ser mais difícil ter um desequilíbrio fiscal muito grande (por conta das barreiras do Congresso). E com Bolsonaro, garante uma agenda microeconômica mais tranquila.”

Essa perspectiva fez não somente o Ibovespa subir nesta segunda, como provocou uma queda acentuada do dólar. A moeda norte-americana terminou o dia cotada a R$ 5,174, após despencar 4,09% frente ao real. “Certamente, caso Lula venha a ser vitorioso, ele vai ter um cenário desafiador para as políticas que prometeu”, afirma Laura Pacheco, economista da Ivest. “Ele vai precisar ceder em muitos lados e isso é visto com bons olhos pelo mercado.”

Rédea curta para os dois lados

Entretanto, não só Lula estaria limitado pelo Congresso. O atual presidente, mesmo com uma grande bancada, não teria espaço para radicalizar à direita. Segundo o economista e consultor financeiro Álvaro Bandeira, o caminho até o segundo turno deve moderar os discursos de ambos os candidatos.

Isto porque Bolsonaro precisa conquistar votos para superar o líder do PT, com possíveis acenos ao centrão. “Lula largou com mais de 5 milhões de votos à frente. O atual presidente vai ter que formar alguns compromissos para tentar ganhar eleições, chegar um poA bolsuco mais para o centro para conquistar eleitores”, diz Bandeira.

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Fora o impacto eleitoral, a bolsa hoje também surfa no aumento dos preços do petróleo. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) sinalizou um possível grande corte na produção, o que fez o barril de Brent subir 4,1% nesta segunda. A guinada da commodity ajudou a sustentar a alta nos papéis da Petrobras. A PETR4 fechou a sessão com valorização de 7,99%, aos R$ 32,18.

“Há um otimismo de mercado diante do cenário consolidado do Congresso Nacional e há também o impacto dos preços internacionais do petróleo”, resume Pacheco, da Ivest.

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