As ações do Banco do Brasil (BBAS3) operam em alta nesta quarta-feira (10), com valorização de 3,22% próximo das 14h09. Na semana, o salto já é de 4,4%, para R$ 22,09. De acordo com Fabio Louzada, economista e fundador da Faculdade Brasileira de Negócios e Finanças (FBNF), um dos gatilhos para essa movimentação foi uma Medida Provisória (MP) assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na última sexta (5). A MP garante a renegociação de dívidas rurais em condições especiais e libera R$ 12 bilhões para apoiar produtores.
A iniciativa representa um alívio para o setor do agronegócio, cuja inadimplência disparou em 2025 e foi um dos principais detratores do balanço financeiro do BB no ano. “Como o Banco do Brasil é o maior financiador rural, os investidores enxergaram isso como um sinal positivo, elevando bastante o preço das ações”, diz Louzada. No 2º trimestre de 2025, o lucro do banco caiu 60%, a rentabilidade (ROE) chegou ao nível mais baixo desde 2016 e a inadimplência da carteira do agronegócio saltou para 3,49%.
Outro fator que tem alimentado o viés positivo da ação é a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto, feita nesta manhã. O índice inflacionário apresentou um recuo de 0,11% no mês, a primeira deflação de 2025 e a maior desde setembro de 2022. Ainda assim, o resultado ainda inspira cautela no mercado.
“No geral, o resultado reforçou que o alívio nos índices de preços tem sido promovido pelo comportamento benigno de alimentos e bens industriais, mas que a dinâmica da inflação de serviços segue pressionada e sendo um desafio para a queda dos juros. Dessa forma, esperamos que na semana que vem o Copom continue com um discurso conservador, reforçando o cenário de manutenção da taxa básica de juros por um período prolongado”, afirma Flávio Serrano, economista-chefe do Banco BMG.