- A reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) não trouxe novidades e nada sobre meta de inflação, como se esperava.
- Lula disse que a meta de inflação, definida pelo CMN, não pode ser a razão pela qual o BC aumenta a taxa básica de juros do País, a Selic.
A sexta-feira é de agenda fraca antes do feriado de carnaval, na segunda e terça-feira e o exterior está fraco de eventos antes do feriado nos Estados Unidos, na segunda-feira. Os destaques hoje são os discursos dos dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano): Thomas Barkin, de Richmond, e a diretora Michelle Bowman.
Leia também
No Brasil, as atenções ficam na teleconferência da Vale sobre o balanço do quarto trimestre. O clima é de cautela nos mercados internacionais diante do temor de que o Fed tenha que ser mais duro no ciclo de aperto monetário para combater a alta dos preços. Os receios foram reforçados ontem após números do índice de prelos ação ao produtor (PPI) dos EUA superarem as expectativas.
Ontem o presidente do Fed em St. Louis, James Bullard, afirmou que não descarta apoiar um aumento de juros em 50 pontos-base na reunião monetária de março e hoje outros dois dirigentes do Fed ficam no radar.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
No Reino Unido, as vendas no varejo cresceram mais do que o esperado em janeiro. Já na Alemanha, o PPI anual desacelerou pelo quarto mês seguido em janeiro, embora continue em patamar elevado.
Após o alívio de ontem, o Ibovespa, o real e os juros futuros podem ser penalizados nesta sexta-feira pelo pessimismo externo que coloca dólar e juros fortes, enquanto as bolsas têm perdas generalizadas. O EWZ, principal fundo de índice (ETF, na sigla em inglês) brasileiro negociado em Nova York, caía 1,40% no pré-mercado às 7h25.
Na Bolsa, no entanto, também fica sensível aos balanços, como o da Vale. A reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) não trouxe novidades e nada sobre meta de inflação, como se esperava, mas o investidor irá olhar a entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à CNN, que aconteceu ontem, com mais críticas ao BC, o que pode trazer incomodo.
Lula disse que a meta de inflação, definida pelo CMN, não pode ser a razão pela qual o BC aumenta a taxa básica de juros do País, a Selic. E Lula voltou a sinalizar que pode discutir a autonomia do BC, caso as ações da autoridade monetária não contribuam para melhorar a economia. O presidente questionou ainda o que conversaria com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, em um eventual encontro se não poderia influir para reduzir a taxa de juros ou falar sobre emprego, mas ponderou que não tem problema em dialogar com quem quer que seja.
Publicidade
A senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS) acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, ocorridos em Brasília. A investigação sobre dados falsos no cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro pode adiar a retirada do sigilo de 100 anos imposto sobre o documento.
O presidente Lula prometeu que todas suas indicações para o STF serão neutras. Nos bastidores do PT, contudo, se diz que o favorito de Lula para a primeira vaga a ser aberta neste ano é Cristiano Zanin, seu advogado nas causas da Lava Jato.
A agenda desta sexta-feira (17) traz discursos de dois dirigentes do Federal Reserve: Thomas Barkin, de Richmond (10h30) e a diretora Michelle Bowman (11h45). No Brasil, tem a segunda prévia do IGP-M de fevereiro (8h00). Além disso, destaque à teleconferência da Vale sobre o balanço do quarto trimestre (11h00).
