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- Para este ano, o economista Maurício Oreng projeta uma queda de 4,8% na atividade econômica
- “A ociosidade econômica deve aumentar no ano que vem, com a taxa de desemprego média um pouco abaixo de 16%, o que é um patamar alto”, diz
- Cenário de calmaria deixa de existir diante de um aumento dos gastos do governo e uma mudança no regime fiscal
Se o governo brasileiro conseguir manter o teto de gastos em 2021, é possível entrever um cenário de recuperação gradual da economia no ano que vem, com um Produto Interno Bruto (PIB) de 3,4%. A previsão é de Maurício Oreng, superintendente de pesquisa macroeconômica do Santander Brasil (SANB11). O executivo traçou o cenário nesta quinta-feira (3), depois do anúncio dos números do PIB do terceiro trimestre, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No período, houve uma alta de 7,7% da atividade econômica brasileira, o que fez o País sair da “recessão técnica” (quando há dois trimestres consecutivos de queda), mas o índice ficou abaixo das projeções dos analistas.
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Para este ano, o economista prevê uma queda de 4,8% no PIB. “As políticas de combate aos efeitos econômicos da pandemia geraram distorções no consumo, o que acabou alimentando pressões inflacionárias”, afirma Oreng. Foi o caso, por exemplo, de itens da cesta básica: em agosto, o arroz acumulou aumento de 19,25% no ano, enquanto no feijão a alta superou os 30% no período, apontou o IPCA. Oreng lembra que a transferência de renda por meio do auxílio emergencial do governo gerou um forte impulso para a atividade econômica durante a pandemia, o que não deve se repetir no ano que vem.
BC parado e inflação tranquila
“A ociosidade econômica deve aumentar no ano que vem, com a taxa de desemprego média um pouco abaixo de 16%, o que é um patamar alto”, afirma. O economista acredita que não há espaço para uma “inflação muito forte” em 2021: a projeção é de 4,3% este ano, 3% em 2021 e 3,2% em 2022. “As duas últimas projeções abaixo da meta do Banco Central”, diz Oreng.
No que se refere à taxa básica de juros (Selic), o Santander acredita que o Banco Central (BC) deva começar a mexer no indicador apenas no começo de 2022. A Selic, por enquanto, deve ficar no seu mais baixo patamar histórico, em 2%, “Vemos o BC começar em 2022 um processo ainda preventivo de normalização da taxa de juros, levando-a gradualmente para um patamar de 6%”, diz. “Ano que vem prevemos um Banco Central parado, uma inflação tranquila, abaixo da meta, em um ambiente de ociosidade econômica e ancoragem das expectativas”, afirma. Mas tudo depende: este cenário de calmaria deixa de existir diante de um aumento dos gastos do governo e uma mudança no regime fiscal. “Aí é outro ambiente para a inflação e para os juros”.
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