(Ryan Vlastelica, WP Bloomberg) – Wall Street continuava firme em seu apoio às ações do Facebook antes da divulgação do relatório de lucros da empresa, na segunda-feira (25), apesar da enxurrada de manchetes negativas e da queda constante do preço de suas ações.
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Cerca de 80% dos analistas monitorados pela Bloomberg recomendavam a compra de ações do Facebook, enquanto apenas 5% apresentam o equivalente a uma classificação de venda. Esse tipo de consenso positivo é comum para os maiores nomes da tecnologia – por exemplo, todo analista da Amazon.com recomenda comprar as ações – mas o Facebook chama a atenção após as ações sofrerem uma queda recorde em seis semanas, empurrando o preço para perto do nível mais baixo desde maio.
O Facebook caiu cerca de 15% em relação ao pico de setembro, um recuo que apagou cerca de US$ 163 bilhões em valor e empurrou brevemente a capitalização de mercado da empresa para uma posição abaixo da Tesla. A empresa enfrentou mais pressão na sexta-feira (22), depois que os resultados da Snap decepcionaram devido aos problemas da cadeia de suprimentos e mudanças na política de privacidade da Apple – fatores que também devem pesar no relatório do terceiro trimestre do Facebook, que deve sair após o fechamento do mercado.
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As ações caíram 1,2% na negociações premarket na segunda-feira (25), depois que um consórcio de veículos de comunicação, entre eles a Bloomberg, divulgou que funcionários da rede social criticaram a empresa por contribuir com o ataque ao Capitólio dos Estados Unidos no dia 6 de janeiro e também disseram que alguns de seus principais produtos agravam a disseminação de informações falsas.
A fragilidade nas últimas semanas foi seguida pelas manchetes negativas e fiscalização intensa sobre a estratégia de conteúdo do Facebook e alguns de seus produtos. Desde setembro, a empresa sofreu uma paralisação global de seus serviços; uma denúncia de uma ex-funcionária, que compartilhou documentos internos com reguladores e a imprensa; e um aumento nos rendimentos do Tesouro que levou a uma fragilidade generalizada em ações de nomes de crescimento.
Os investidores e analistas que continuam a defender a compra das ações mencionam a capacidade do Facebook de se recuperar de selloffs e polêmicas. Essa resiliência se deve em parte à posição crucial da empresa no mercado de publicidade global na internet, onde sua participação de mercado em 2020 ficou atrás apenas do Google, de acordo com dados da Bloomberg Intelligence.
Os orçamentos para anúncios continuam migrando para o online, com o Facebook entre os maiores beneficiados com essa tendência. Esperava-se que o relatório do terceiro trimestre mostre que 2,77 bilhões de usuários ativos usam sua plataforma diariamente, enquanto a receita deve crescer 37%, ampliando uma sequência de anos de crescimento de dois dígitos.
No início deste mês, o JPMorgan recomendou o uso da fragilidade para reforçar posições. Apesar das preocupações com a política de privacidade da Apple, a plataforma de anúncios do Facebook “é extremamente resistente”, escreveu o analista Doug Anmuth.
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A ação também é considerada uma pechincha entre os nomes da tecnologia com grande capitalização. O índice preço/lucro do Facebook é de 24, próximo ao menor desde abril de 2020, e abaixo do índice de 26,4 no índice S&P 500. Ela também está sendo negociada com um desconto em relação à média de seus múltiplos históricos, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. A média do preço-alvo médio dos analistas aponta para uma alta de cerca de 30%, o potencial de retorno mais forte entre os maiores nomes de Wall Street.
Balanço melhor que o esperado
O Facebook divulgou na segunda-feira (25) o seu balanço do terceiro trimestre de 2021. O resultado veio acima das expectativas, depois de liquidação das ações e sucessivas polêmicas.
Após a divulgação dos dados, às 17h20 (de Brasília), a ação do Facebook subiu 2,0% no mercado after hours de Nova York. Confira os resultados.
Tradução:Romina Cácia