- Segundo informações da Agência Brasil, os colaboradores e aposentados da companhia e suas subsidiárias terão prioridade na compra de até 10% das ações no processo de privatização da Eletrobras
- A privatização será feita em duas etapas. Na primeira, a Eletrobras fará um processo de capitalização emitindo novas ações da companhia que podem ser compradas no mercado primário, até que a participação da União na empresa seja diluída.
- Segundo os especialistas consultados pelo E-Investidor, a maioria das casas recomendam a compra dos papéis da estatal
Na última semana, o Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI) aprovou a resolução que define o modelo de desestatização da Eletrobras (ELET3, ELET6). Os colaboradores e aposentados da companhia e suas subsidiárias terão prioridade na compra de até 10% das ações no processo de privatização da Eletrobras.
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O conselho também autorizou que até R$ 6 bilhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) sejam usados para pessoas físicas comprarem ações da estatal. Cada investidor individual poderá gastar a partir de R$ 200 do saldo da conta do FGTS para adquirir participação na empresa.
Além disso, também será permitido que qualquer pessoa física residente do Brasil adquira indiretamente ações da Eletrobras por meio de cotas de fundos mútuos de privatização, que são um tipo de fundo de investimento constituído com recursos da conta do FGTS. Os interessados poderão comprar até 50% do saldo da conta no FGTS.
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De acordo com a Agência Brasil, a privatização será feita em duas etapas. Na primeira, a Eletrobras fará um processo de capitalização emitindo novas ações da companhia que podem ser compradas no mercado primário, até que a participação da União na empresa seja diluída.
Caso a participação direta ou indireta da União não caia para menos de 45%, após a oferta primária de ações, o governo venderá os papéis da Eletrobras no mercado secundário. Em nota, o CPPI informou que a União continuará sendo a principal acionista da Eletrobras, mesmo perdendo a maioria na empresa.
O E-Investidor consultou 8 corretoras e bancos para saber suas recomendações para as ações da estatal:
Ativa Investimentos
Recomendação: Compra
Preço alvo: R$ 48,30
“Ainda que seu processo de capitalização possa sofrer percalços, como atrasos na execução de suas fases, acreditamos que, com seu sucesso, Eletrobras negocia atualmente a um atrativo desconto em seus múltiplos, que tendem a convergir com os pares privados à medida que sua capitalização for avançando. Mesmo sendo compreensível que, dado a relevante posição do governo ao término do processo, alguma fração do atual desconto ainda permaneça, seu valor de mercado atual não contempla a evolução que o êxito do processo pode lhe proporcionar operacional e financeiramente, o que motiva nossa recomendação de compra”, diz relatório da Ativa Investimentos.
Bank of America
Recomendação: Compra
Preço alvo: R$ 55
“Reiteramos nossa classificação de compra na Eletrobras, que é uma das nossas principais opções entre o segmento de utilitários. Em nossa opinião, a companhia continua a se beneficiar de iniciativas de eficiência recentes e fundamentos sólidos. Observamos os benefícios significativos da opcionalidade de privatização e alguns catalisadores de curto prazo”, diz relatório do BofA.
BTG Pactual
Recomendação: Compra
Preço alvo: R$ 67
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“Espera-se que a privatização da Eletrobras seja concluída no 1T22, deixando um cronograma muito apertado, considerando a complexidade da transação. A conclusão do dos estudos do BNDES e as aprovações do modelo de privatização e diretrizes tarifárias de Angra 3 são marcos muito importantes no processo e mostram o compromisso do governo e do BNDES. Temos uma visão positiva sobre a companhia, pois acreditamos que oferece um excelente risco-retorno e upside relevante”, diz relatório do BTG Pactual.
Credit Suisse
Recomendação: Neutra
Preço alvo: R$ 45
“Em nossa visão é bom ter o processo de privatização em movimento. Vemos a aprovação da resolução como uma notícia positiva, pois ajuda a Eletrobras a se aproximar da privatização e, consequentemente, do nosso melhor cenário possível para a companhia, de R$ 65,00. Além disso, acreditamos que o governo ainda pode atingir sua meta de privatizar a Eletrobras no 1S22, que depende do parecer do TCU sobre o processo”, diz relatório do Credit Suisse.
Goldman Sachs
Recomendação: Compra
Preço alvo: R$ 53
“Não houveram muitas informações novas apresentadas neste momento, pois o estudo ainda é confidencial, porém a apresentação confirmou que o valor preliminar considerado para a oferta primária é de R$ 23,2 bilhões, com a possibilidade de uma oferta secundária de porte suficiente para reduzir a participação do governo para 45% do capital votante. Lembramos que não temos visão sobre o sucesso do processo, mas reconhecemos que um cenário de capitalização bem-sucedido pode desbloquear um valor significativo para a Eletrobras”, diz relatório do Goldman Sachs.
Itaú BBA
Recomendação: Outperform
Preço alvo: R$ 52,9
“Embora o governo federal tenha reiterado sua meta de concluir a capitalização em fevereiro, estamos céticos diante de todos os desafios. Nosso cenário básico é que a capitalização acontecerá em março/abril, utilizando como base as demonstrações financeiras do 4T21. Acreditamos que a Eletrobras poderia valer R$ 64 por ação se privatizada. Em nossa opinião, o risco-retorno é muito atraente nos níveis atuais de preço dos papéis, com grande potencial de valorização e potencial de queda muito limitado”, diz relatório do Itaú BBA.
Órama
Recomendação: Compra
Preço alvo: R$ 45
“A privatização está programada para acontecer com uma emissão dilutiva, que vai deixar o governo com menos de 50%. Nisso, a companhia terá recurso para pagar a outorga das usinas que estão em O&M e sair do regime. Nosso preço alvo para Eletrobras é R$45. Essa conta foi feita sem contabilizar privatização, só o runoff das concessões atuais trazido a valor presente. O ativo é muito bom, são as principais usinas hidrelétricas e linhas de transmissão do país”, diz a Órama.
UBS
Recomendação: Compra
Preço alvo: R$ 70
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“O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, disse que o estatuto social da Eletrobras vai proibir um acionista de ter um poder de voto superior a 10% de seu capital votante, garantindo o compartilhamento do controle da empresa e tornando-a uma verdadeira corporação. No entanto, o conselho não divulgou prazos, mas o governo reafirmou que a capitalização ainda deve ocorrer no 1T22”, diz relatório da UBS.