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Rodrigo Abreu: A vitória deste ano foi reconquistar a confiança dos investidores

O CEO da Oi também afirma que o fim da recuperação judicial da companhia está próximo. Leia a entrevista

Rodrigo Abreu: A vitória deste ano foi reconquistar a confiança dos investidores
Rodrigo Abreu, CEO da Oi, explica sobre a separação estrutural pela qual a companhia irá passar. Foto: Divulgação/Oi
  • Rodrigo Abreu é CEO da operadora OI, que está seguindo novo plano de recuperação judicial
  • O executivo explica quais das metas a Oi já alcançou e quais objetivos precisam ainda serem atingidos

(Luiz Felipe Simões, com Jenne Andrade) – A Oi (OIBR3) teve o novo plano de recuperação judicial de empresa aprovado em 2020. Entre os objetivos traçados, estavam a venda da operação móvel da operadora e a concentração no segmento core, de infraestrutura. Tudo isso, com o intuito de diminuir a dívida e devolver competitividade à companhia. Essa estratégia vem sendo perseguida pelos executivos da Oi. E dando frutos.

Se antes existiam dúvidas sobre a perenidade da companhia, hoje a empresa já figura entre recomendações de compra voltadas para investidores com perfil arrojado. Afinal, em um período de 12 meses encerrados em 26 de março de 2021, os papéis OIBR3 despontaram cerca de 250% na Bolsa de Valores, reflexo do movimento especulativo em torno do ativo.

No quarto trimestre de 2020, a Oi registrou um lucro líquido de R$ 1,8 bilhão, revertendo o prejuízo de R$ 2,3 bilhões do mesmo período do ano anterior. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia foi de R$ 1,5 bilhão, 5,5% a mais do que em 2019. E a dívida líquida da Oi está em R$ 21,8 bilhões.

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Na visão de Rodrigo Abreu, CEO da operadora, a empresa está cada vez mais reconquistando a confiança dos acionistas e segue para ter um ano ainda mais favorável. “Nós vamos operacionalizar tudo aquilo que foi desenhado no ano passado, ou seja, será um ano muito intenso”, diz o executivo. “A melhor maneira de reconquistar a confiança do mercado e do investidor é executar aquilo que você falou e prometeu.”

O executivo ainda elenca as metas batidas durante o ano passado, como o fechamento do processo competitivo judicial de venda da parte móvel e a separação estrutural, e explica que a Oi deve, em breve, encerrar o processo de recuperação judicial. “Esse evento está previsto para acontecer até o final do ano, ou no máximo no começo do ano que vem”, diz Abreu.

Leia a entrevista na íntegra:

E-Investidor – No primeiro ano do E-Investidor, a Oi foi a segunda ação mais buscada pelos leitores, atrás de IRB. Por que o Sr. acha que a companhia entrou nos holofotes ? Se você pudesse citar apenas um grande destaque, qual seria?

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Rodrigo Abreu – Começando do final para o começo: a grande vitória deste ano foi a reconquista da confiança dos investidores, isso aconteceu justamente porque a companhia era vista como uma ação de muito risco e de baixa confiança e, por isso, era um papel negociado a valores menores do que os que temos hoje. A companhia acabou mostrando ao longo destes dois últimos anos, que tem um plano sólido que tem uma execução sólida, que tem comprometimento com entregar aquilo que está comunicando ao mercado.

Isso por si só, uma vez que você consegue de maneira sólida trimestre após trimestre que você está executando, que está conseguindo levar a companhia para o caminho que ia levar, diminui o risco percebido pelas pessoas e aumenta confiança na execução de um plano que foi comunicado.

O grande destaque foi o retorno da confiança, obviamente temos muitos desafios pela frente, então temos que continuar a nos provar, executar e entregar nosso plano de transformação. Mas a companhia tem bastante confiança na sua capacidade de execução e tem um time extremamente comprometido, uma estratégia que acreditamos que seja muito sólida, um conselho de administração que tem ajudado a conduzir a companhia e apoiar o plano estratégico da empresa ao longo de todo esse tempo.

E-Investidor – 2020 foi um ano extremamente difícil para as empresas, independentemente do setor. Em março completamos 12 meses desde a explosão da crise do coronavírus no Brasil. Como o Sr.avalia o comportamento da Oi nesse período?

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Abreu – Óbvio que o ano de 2020 foi um ano muito complexo para todo mundo, em qualquer setor e em qualquer país, ou parte do mundo. Para nós na Oi não foi diferente, mas eu diria que no nosso caso teve uma característica bastante diferente dos demais, para nós a pandemia que óbvio trouxe muitas implicações, foi apenas mais um desafio a ser superado, porque tínhamos muitos outros a serem superados e que acabaram sendo nosso foco principal, depois de tomar todas as precauções no início da pandemia para trabalhar de maneira diferente. A pandemia acabou sendo mais um dos desafios que nós tivemos que enfrentar durante 2020, mas que felizmente na nossa visão acabaram sendo vencidos de maneira muito satisfatória.

E-Investidor – O que precisou ser revisto?

Abreu – Nós tínhamos um plano que começou a ser executado lá em 2019, que era o plano de transformação da companhia. O ano de 2020 para nós ainda antes de ter o desafio da pandemia, ele tinha muitos desafios de execução neste plano de transformação. Precisávamos fazer uma aceleração muito grande da nossa fibra ótica, mudar o nosso modelo de negócio, recriar o plano de recuperação fazendo uma mudança, conhecida como ajustamento ao plano de recuperação, aprovar essas mudanças com todos nosso credores, fazer vários processos de M&A, de venda de ativos, conseguir fazer injeção de novos recursos na companhia, mudar a cultura da empresa, tudo isso já era o desafio no começo do ano antes da pandemia.

Quando ela chegou, é óbvio que a nossa primeira preocupação foi garantir que o nosso time estivesse protegido, que a empresa fizesse tudo que pudesse para ajudar não só sua própria equipe, mas a própria sociedade, em um momento em que as telecoms acabaram sendo muito críticas para o enfrentamento da pandemia, mas isso foi feito de maneira muito rápida, foi uma questão de semanas, nós já botamos todo time para trabalhar em casa, ou seja, em questão de uma, duas semanas nós tínhamos 11 mil pessoas trabalhando de casa.

“O plano que nós tínhamos de como transformar a companhia ele realmente se mostrou viável, tanto em relação a estratégia financeira, como também a estratégia operacional, a estratégia de mercado e a de venda de ativos

E-Investidor – Cite um desafio de gestão e coordenação de equipes

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Abreu – Ao mesmo tempo, nas semanas iniciais da pandemia, o setor inteiro, nós e as outras operadoras, acabamos nos coordenando para poder fazer várias iniciativas que ajudaram o enfrentamento da pandemia lá no começo, tanto em relação a manter os serviços funcionando de maneira muito efetiva, até desenvolver pacotes especiais, propor condições especiais Durante um período mais complicado para vários tipos de clientes

Isso foi feito e a empresa continuou a executar os seus desafios de transformação, e olhando para trás, quando a gente faz o balanço é muito gratificante ver que tudo que nós havíamos nos proposto no planejamento do início do ano, foi cumprido. Então, a companhia passou muito bem por um assembleia geral dos credores, aprovou as mudanças no plano de recuperação, consegui fazer no começo do ano a venda de um enorme ativo que era o ativo da África, consegui fazer a injeção de novos recursos na companhia, conseguiu conduzir um modelo inovador da política de venda de ativos dentro da recuperação judicial, foram feitos três processos competitivos já depois da nossa aprovação da assembleia para venda de UPIs, então conseguimos fechar estes processos de venda de torres e data centers e da própria operação móvel.

E ao mesmo tempo entregamos um resultado operacional de crescimento da Oi Fibra muito sustentável e impressionante. Mas ao longo do ano, foi possível acompanhar até pelos resultados que se tornaram públicos pelas divulgações da Anatel que a Oi Fibra é de longe o serviço de Banda Larga que mais cresce no País, atingimos no final do ano a marca de mais de 2 milhões de usuários.

E-Investidor – Se a companhia tinha uma visão bem estruturada do que seria feito em  2020, o que deu certo e o que falta fazer?

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Abreu – O plano que nós tínhamos de como transformar a companhia ele realmente se mostrou viável, tanto em relação a estratégia financeira, como também a estratégia operacional, a estratégia de mercado e a de venda de ativos. Tudo isso aconteceu e foi bem sucedido, óbvio que ainda falta pela frente um caminho de operacionalização desta estratégia.

Então, nós temos ainda este ano todo um processo para completar a venda da operação móvel, nós temos um processo que está sendo feito de separação estrutural que foi apresentado no ano passado que vai fazer com que a companhia acabe dando ênfase em duas operações distintas, uma exclusivamente voltada para o atendimento ao cliente, as vendas e o desenvolvimento de produtos e a outra exclusivamente voltada a infraestrutura, na qual nos mantemos uma participação acionária muito relevante, mas não seremos mais controladores.

E-Investidor – Exatamente em que ponto desse plano está a Oi neste momento?

Abreu – Isso tudo tem de ser executado, por isso estamos neste momento em uma discussão com exclusividade com um fundo de investimento interessado em ser um grande investidor na nossa unidade de infraestrutura. Já passamos pelo processo judicial de fechamento da venda da móvel, que agora está na fase de análise regulatória e nós obviamente continuamos a operar nossa fibra e nossos lançamentos de fibra, nosso crescimento da operação de fibra como vínhamos executando no ano passado.

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Este foi um ano que teve características um pouco diferentes, porque nós vamos operacionalizar tudo aquilo que foi desenhado do ponto de vista de operações no ano passado, ou seja, será um ano muito intenso, mas que começa com o mesmo nível de perspectivas de chegar ao final do ano com resultado muito positivo na transformação da companhia, que passou por um momento muito delicado, e nós acreditamos que com todas as mudanças de estratégia e com toda a mudança de governança dentro desse período todo de transformação que imaginamos que pode se completar ao final de 2021 ou início de 2022, a gente tenha no ano que vem uma empresa completamente transformada, viável e que possa ser sustentável, que seria um caso de tremendo sucesso de recuperação judicial.

Obviamente como parte disso tudo a expectativa é que após esse processo a companhia possa sair da recuperação judicial.

“Já passamos pelo processo judicial de fechamento da venda da móvel, que agora está na fase de análise regulatória e nós obviamente continuamos a operar nossa fibra e nossos lançamentos de fibra, nosso crescimento da operação de fibra como vínhamos executando no ano passado.

E-Investidor – No ano passado, o Sr. detalhou na entrevista que nos concedeu sobre os próximos passos para a reestruturação da empresa. O que já saiu do papel?

Abreu – De novembro para cá, nós já fechamos em dezembro o processo competitivo judicial de venda da móvel. Em janeiro, foi firmado o contrato de compra e venda com os três compradores da nossa operação móvel, que agora foi submetido para aprovação regulatória e concorrencial da operação, conseguimos concluir definitivamente os processos de venda de torres e data centers, fizemos também sair do papel nosso processo de separação estrutural, recebemos propostas vinculantes da separação estrutural da área de infraestrutura, que ainda não havia acontecido no ano passado, nós estávamos aguardando o recebimento de propostas que recebemos agora no inicio do ano, estamos negociando com uma delas para seguir com uma operação muito inovadora desta separação estrutural e continuamos executando na Fibra

Além disso, existe toda uma discussão regulatória que vem acontecendo em relação a mudança do regime de concessão da telefonia fixa, que é o regime de concessão de serviço público que deveria passar este ano por uma etapa importante de mudança regulatória que é a definição do que precisará ser feito para a migração para um regime privado, no qual, deixam de existir algumas obrigações que não fazem mais sentido do ponto de vista de tecnologia e de mercado. Ao final do ano, a expectativa é concluir todos esses passos.

E-Investidor – É uma meta viável?

Abreu – Como eu falei a operacionalização desses passo é o grande foco deste ano, porque uma coisa é falar, vamos só fazer uma separação estrutural, outra coisa, é na prática você separar operações, tecnologia, equipe, criar estratégias e processo separados, criar os contratos entre empresas que irão nortear essas relações entre companhias de infraestrutura. Então, tem muito trabalho pela frente.

Além obviamente de continuar tocando a empresa no dia a dia, fazendo venda, gestão de clientes, atendimento, melhoria de qualidade, melhoria de experiência dos nossos clientes, tudo isso vem sendo feito. Tanto é que nós conseguimos fazer várias coisas bem bacanas no ínicio do ano, com lançamento de serviços novos, com lançamento de marketplace, com o lançamento de serviços de conteúdo cada vez mais interessantes, como o Oi Play lançamento de serviços para casa do usuário, como o Oi place, monitoramento de feed, todas as atividades de gestão de rede.

Então, realmente muita coisa tem acontecido de lá para cá. Isso sem falar de toda a nossa atuação na área corporativa, que foi o crescimento da Oi Soluções, que é a nossa unidade de atendimento aos clientes corporativos, que também tem tido um desenvolvimento fantástico, tem crescido seus serviços de TI, isso tudo vem acontecendo como parte de transformação da empresa. Então a empresa tem se transformado, tem criado uma cara diferente e na prática, já é a busca daquilo que a gente tem como estágio final da transformação da nova Oi.

E-Investidor – Quais são os próximos passos para a Oi reconquistar a credibilidade junto ao mercado e acionistas?

Abreu – Isso já vem sendo feito desde o inicio do anúncio do nosso plano em 2019. Naquele ano, nós traçamos um plano, botamos as metas para o mercado de forma muito transparente e muito clara, nós falamos que a empresa precisaria reduzir seus custos operacionais, focar novamente seu negócio na fibra ótica, precisaria substituir a receita de telefonia fixa, que era uma receita que ao longo do tempo diminuiria por uma questão de tendência de mercado, precisaria rever sua estrutura de capital com a redução das suas dívidas e com a entrada de recurso e precisaria fazer a venda de ativos importantes para poder executar tudo isso

A melhor maneira de reconquistar a confiança do mercado e do investidor é executar aquilo que você falou e prometeu. Nós temos feito isso de maneira muito consistente. Então tudo o que foi falado foi feito, nós reduzimos custos, nós vendemos ativos, nós injetamos mais recursos na companhia, conseguimos aprovar uma assembleia que reestruturou novamente de maneira mais racional a nossa dívida, nós crescemos na fibra, nós vendemos os nossos ativos.

E-Investidor – E para os consumidores?

Abreu – Do lado do cliente, essa reconquista da confiança vem quando você entrega aquilo que promete de maneira inovadora, e tudo isso está sendo feito com a Oi Fibra, que é um produto que nasceu de um jeito diferente dentro da Oi, foi criada praticamente com uma visão de criar um produto novo do zero, com mudanças no modelo de atendimento ao cliente, com a utilização cada vez mais de auto atendimento, de técnicos virtuais por meio de aplicativos, com inteligência artificial para analisar problemas comuns que acontecem no dia a dia, resolvendo problemas sem a intervenção de ninguém, por meio de mais simplicidade nos nosso planos de cobrança, cada vez mais simples e transparente. Isso é o que vem conquistando a confiança seja do lado dos investidores, ou dos clientes.

“Nós estaremos cumprindo praticamente todas as condições que precisamos para formalmente sair da recuperação judicial, e esse evento está previsto para até o final do ano, ou no máximo no começo do ano que vem.

E-Investidor – Quais são os desafios para a concretização do plano de recuperação?

Abreu – A concretização do encerramento da nossa recuperação judicial passa pela conclusão daqueles assuntos que mencionei anteriormente. Então, ao final do processo de separação estrutural com a admissão de um sócio novo na área de infraestrutura, a conclusão da venda da móvel e as incorporações de entidades que nós vamos fazer e que foram planejadas, comunicadas e aprovadas pelos credores no ano passado. Nós estaremos cumprindo praticamente todas as condições que precisamos para formalmente sair da recuperação judicial, e esse evento está previsto para até o final do ano, ou no máximo no começo do ano que vem.

E-Investidor – O 5G finalmente apareceu no mercado. Qual é a sua avaliação sobre a entrada dessa tecnologia para o setor? As ações da Oi podem ser beneficiadas?

Abreu – O 5G vai trazer, sim, várias oportunidades importantes, seja para o setor ou principalmente para os consumidores e empresas que serão os usuários desta tecnologia. Mas, ele vai acontecer em fases, o 5G não vai mudar tudo do dia para noite, vai ajudar a transformar o setor, fazendo com que aconteçam várias ondas de adoção desta tecnologia

Leia também: 5G deve impulsionar setor de teles na Bolsa

Inicialmente, muito mais para a mudança de velocidade e de consistência deste serviço de alta velocidade e de alta qualidade na área móvel. Mas ao mesmo tempo, em paralelo trabalhando com outras aplicações, principalmente no mundo empresarial e corporativo que vende a internet das coisas, que vende sensores, que vende monitoramento de processos, que vende redes privadas, por exemplo, para você usar com o agronegócio, junto com mineração, com áreas industriais específicas antecipando a indústria 4.0 e finalmente vai para uma terceira fase que é habilitar as aplicações de próxima geração, e aqui estou falando de coisas que ainda não são realidade hoje, mas que serão em um futuro próximo, como: carros autônomos, a capacidade de você conduzir cirurgias remotas extremamente delicadas e que precisam de zero latência e de um precisão grande, com monitoramento de realidade virtual e aumentada que também precisam de uma latência incrível para você conseguir fazer as coisas.

Então essas aplicações de próxima geração vão acontecer um pouco mais para frente, mas também vem com a implementação da tecnologia 5G.

E-Investidor – Como a Oi se posiciona no 5G?

Abreu – Para nós da Oi, o 5G acaba sendo uma grande oportunidade independente da nossa presença no setor móvel, porque o 5G precisa de muita fibra ótica, a implementação da tecnologia depende de uma capilaridade de fibra ótica em todo o país muito grande, e muito maior do que aqui existe hoje nas operadoras.

O 5G vai precisar de um número maior de antenas, maior de estações, vai precisar que estas instalações estejam conectadas por fibra óptica de alta capacidade. E nós, estamos nos preparando para sermos os maiores provedores desta capacidade de fibra ótica para todas as operadoras do Brasil

Então o 5G carrega com ele, essa necessidade inerente de utilização de fibra e nós vemos aí nessa necessidade uma enorme oportunidade para o crescimento da nossa operação de infraestrutura, e estamos nos posicionando ser de fato a maior rede neutra de atendimento às necessidades do 5G no país.

Então sem dúvidas será uma tecnologia que vai ajudar muito país, em vários aspectos como: Produtividade, eficiência, possibilidade de novas aplicações, maior qualidade e eficiência, acesso a tecnologia por parte tanto das pessoas quanto das empresas e nós esperamos ser uma parte importante desta cadeia.

E-Investidor – Como a Oi – e os investidores da Oi – devem se beneficiar do surgimento dessa nova tecnologia?

Abreu – Certamente, esta infraestrutura que nós temos é que vai habilitar esse crescimento, e com isso, se espera um crescimento bastante significativo na nossa unidade de provimentos de serviços de infraestrutura. Obviamente, este crescimento vem acompanhado de uma expecativa de valorização da nossa empresa, até em função do fato de que uma rede neutra pode atender mais que uma operadora, porque acaba tendo um potencial de crescimento, muito grande

Então, naturalmente, você tem um mercado no qual você tem um meio que são as fibras, lembrando que nós temos mais de 400 mil Km de fibra implantada no País, e essa fibra vai passar a ser muito demandada, existe aqui naturalmente uma grande oportunidade de crescimento.

E-Investidor – Quais os diferenciais da Oi sobre as concorrentes?

Abreu – Em relação à infraestrutura, sem dúvida nenhuma é a empresa que mais tem infraestrutura de fibra óptica no país, mais do que o dobro de qualquer competidor. E essa capacidade de chegar ao país inteiro, talvez seja uma característica muito única da nossa companhia. Porque a Oi, como foi formada para ser a empresa que atende a todos os serviços fixos do país com concessionária em todo o Brasil, com exceção do estado de São Paulo, embora neste estado, nós também tenhamos presença com a rede de fibra, entramos como competidor adicional. Essa capacidade faz com que a quantidade de infraestrutura que a empresa tem, seja única, seja um ativo único e que, obviamente, deve ser utilizado como diferencial competitivo e está sendo usado desta forma.

Na área de atendimento ao cliente, isso faz com que tanto para os consumidores residenciais ou empresariais, tenhamos possibilidade de oferecer a fibra como uma empresa que vai levar o serviço da fibra ótica para o maior número de cidades do país, que terá um serviço extremamente diferenciado e com capacidade de evoluir com a tecnologia pelo menos pelos próximos 25, 30 anos, que é o horizonte que a gente consegue enxergar aqui de utilização da tecnologia como, talvez, o principal elemento de provimento de serviços de conectividade para o país.

Então, essa capacidade, de um lado você tem a infraestrutura, do outro tem uma base de clientes muito grande que vai se beneficiar dessa infraestrutura, acaba fazendo com que Oi tenha um diferencial competitivo significativo.

E-Investidor – Há uma mudança no modelo de negócio?

Abreu – Com a nossa mudança no modelo de atuação, nós estamos fazendo uma separação, de infraestrutura de um lado e serviços, atendimento e prestação de serviços ao cliente do outro.

E ao fazer isso, a nossa visão para a nova Oi é ser uma empresa de mais do que conectividade, mais do que telecom. Temos chamado nossa empresa de experiências digitais, que vão incluir muito mais do que só a conexão de banda larga e fibra ótica, mas vão incluir os serviços associados a capacidade de ajudar o consumidor a gerenciar a sua tecnologia dentro de casa, a instalar e levar e distribuir soluções eletrônicas e de tecnologia para os nossos usuários, levar soluções de TI para pequenas e grandes empresas, levar soluções até mesmo de compra de produtos e de marketplace e de soluções financeiras para boa parte dos nossos clientes, é trabalhar com conteúdo para complementar a tecnologia de conectividade de banda larga e fibra.

Então, a empresa já está se transformando gradualmente em uma companhia de mais do que conectividade mais do que telecom. Uma empresa de experiências digitais

Acreditamos que fazendo isso de maneira focada, tendo uma empresa de infraestrutura separada, a empresa de infraestrutura pode se focar só na tecnologia de crescimento e investimento da rede. Já a empresa de cliente, pode se focar de fato no cliente que acho que é uma característica muito única que nós vamos conseguir ter devido a essa configuração de empresa.

“Para nós, o grande destaque foi o retorno da confiança, obviamente temos muitos desafios pela frente, então temos que continuar a nos provar, executar e entregar nosso plano de transformação

E-Investidor – Como a companhia se posiciona em torno da possibilidade das redes neutras e a negociação com os detentores de títulos em dólar?

Abreu – As possibilidades de criação da rede neutra faz parte da estratégia central da companhia que é como eu disse algumas vezes ao longo da nossa conversa, de um lado a infraestrutura, do outro, a empresa de cliente.

Então, nós acreditamos no conceito das redes neutras, principalmente para as redes neutras de fibra ótica que demandam um investimento muito grande e precisam para ser mais eficientes serem compartilhadas, e nós estamos atuando para criar não só uma empresa separada para nos atender, mas para ter mais co

Isso já está acontecendo. Nós já temos clientes que não são Oi, que são outra operadoras se beneficiando dessa infraestrutura de rede neutra, e obviamente, as negociam.

As negociações de dívida com todos os nossos credores, acontecem como parte natural deste processo de transformação. Certamente, toda vez que tivermos uma novidade, de um fato relevante, ele será devidamente comunicado.

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