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Ação da Sabesp pode valer R$ 100 com privatização, diz JPMorgan

Alta é de 77% em relação aos preços atuais e o dobro do preço-alvo do banco, de R$ 50

Ação da Sabesp pode valer R$ 100 com privatização, diz JPMorgan
Sabesp tem preço-alvo de R$50 | Foto: Estadão
  • JPMorgan considera que companhia paulista privatizada pode valer R$ 100 por ação, alta de 77% em relação aos preços atuais
  • A empresa tem recomendação “overweight” (equivalente à compra), com preço-alvo de R$ 50

Os analistas Henrique Peretti e Victor Burke escreveram em relatório do JPMorgan que, diante do contexto de eleições, “há fundamentos legais e institucionais para viabilizar uma privatização” da Sabesp (SBSP3). No entanto, eles estão céticos acerca do tempo e formato do processo. Conforme o relatório, a companhia paulista privatizada pode valer R$ 100 por ação, alta de 77% em relação aos preços atuais e o dobro do preço-alvo do banco, de R$ 50.

Os analistas detalham que o potencial de ganho (upside) de R$ 50 por ação é dividido em R$ 27/ação para redução de custo e R$ 23/ação em taxas de desconto menores e outros. “A Sabesp já está próximo da universalização (dos serviços de água e esgoto) e muito à frente do setor”, disseram. Atualmente, a companhia tem 98% de cobertura de água, 92% de esgoto e 81% de tratamento de esgoto.

Em contraste, a média do Brasil é de 84% de cobertura de água, 55% de coleta de esgoto e 51% de tratamento de esgoto, destacam os analistas. “Em nosso caso base, projetamos a Sabesp universalizando até 2035, enquanto no exercício de privatização antecipamos a universalização para 2030 por meio da aceleração do capex. Excluindo uma expansão para além das fronteiras de São Paulo, não vemos grande diferença em termos de faturamento anual, capex e velocidade de crescimento da cobertura entre os dois cenários”, afirmam.

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Incertezas

O relatório aponta que a probabilidade de privatização é difícil de estimar, por isso os analistas não incluíram qualquer vantagem no atual preço-alvo. “Nós nos abstemos de estabelecer uma probabilidade de privatização por ser um evento binário influenciado por diversas variáveis ao longo de um extenso intervalo de tempo”, destacaram. “A privatização seria um processo complexo e demorado. Baseado em privatizações anteriores no setor de serviços públicos e de exigências legais, um esboço de um cronograma provisório mostra que o processo poderia ser finalizado em algum momento a partir de 2025 apenas”, acrescentam.

Segundo o documento, isso significaria que investidores apostariam nesse cenário com a necessidade de suportar muita volatilidade ao longo do caminho. Os analistas lembram ainda que a Cesp (de energia) foi a última empresa privatizada pelo estado de São Paulo e o processo levou anos.

Eleições

O relatório aponta que as pesquisas de intenção de voto mostram Tarcísio Freitas (Republicanos) à frente de Fernando Haddad (PT) no segundo turno das eleições para o governo de São Paulo.

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“Se Tarcisio vencer em 30 de outubro, vemos uma probabilidade maior de reestruturação da Sabesp, não necessariamente uma privatização”, disseram os analistas. “Como novo governador de um partido de direita, Tarcisio provavelmente indicaria novos conselheiros e executivos, realizando programas de eficiência para aumentar a lucratividade da empresa. De qualquer forma, os motores para uma privatização só poderiam ser acionados em janeiro de 2023.”

O JPMorgan tem recomendação “overweight” (equivalente à compra), com preço-alvo de R$ 50.

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