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![Veja os motivos que podem gerar esse prejuízo bilionário para a Suzano (SUZB3) (Foto: Adobe Stock)](https://einvestidor.estadao.com.br/wp-content/uploads/2025/02/suzano-suzb3-balanco-4t24-prejuizo_120220251101-710x473.webp)
A Suzano (SUZB3) deve reportar um prejuízo entre R$ 2,3 bilhões R$ 11,29 bilhões no quarto trimestre de 2024, mostram estimativas de três analistas ouvidos pelo E-Investidor. A empresa divulgará seus resultados na noite desta quarta-feira (12). Os analistas estimam um balanço pressionado por preços mais baixos da celulose, perdas com hedge cambial e efeito negativo da variação cambial sobre a dívida bruta.
Para os analistas da Genial Investimentos, a empresa deve apresentar uma aceleração nos embarques de celulose, chegando a 2,9 milhões de toneladas. “Acreditamos que o volume adicional gerará um ganho líquido de capacidade, já considerando o corte de 4% sob na produção anual de celulose na fábrica Cerrado. Dessa forma, o mercado continua precificando excesso de oferta da celulose no mercado internacional, derrubando o preço de referência, que contraiu para cerca de US$ 550 por tonelada na China em dezembro”, dizem Igor Guedes, Luca Vello, Isabelle Casaca e Iago Souza, que assinam o relatório da Genial.
A corretora é a menos pessimistas entre os analistas em meio as estimativas de prejuízo. Os analistas calculam que o prejuízo da Suzano deve ficar em R$ 2,3 bilhões no quarto trimestre de 2024, revertendo o lucro líquido de R$ 4,5 bilhões do quarto trimestre de 2023. O balanço no vermelho ocorreria por perdas de R$ 375 milhões com hedge cambial e piora da dívida devido à disparada do dólar.
Já os analistas da Ágora Investimentos comentam que os embarques de celulose da Suzano devem aumentar 22% no trimestre, para quase 3,2 milhões de toneladas, impulsionados por uma maior contribuição de Cerrado. Eles dizem ainda que a realização de preços deve ficar em média em US$ 580 por tonelada no quarto trimestre de 2024, contra US$ 621 no terceiro trimestre de 2024 e US$ 626 no quarto trimestre de 2023, refletindo o declínio nos níveis de referência, mas ajudada pela depreciação adicional do real.
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“Olhando para o futuro, no entanto, a realização de preços deve aumentar após os recentes anúncios de aumento de preços para janeiro e fevereiro. Além disso, esperamos que o custo de caixa realizado por tonelada caia 6%, para R$ 810 por tonelada, impactado pelo aumento da produção em Cerrado”, dizem Rafael Barcellos, do Bradesco BBI e Renato Chanes da Ágora Investimentos, que assinam o relatório em conjunto.
Os analistas estimam que a empresa deve reportar um prejuízo de R$ 11,29 bilhões no quarto trimestre de 2024 da Suzano, uma reversão do lucro líquido de R$ 4,5 bilhões do mesmo período do ano passado. A estimativa é de que o Ebitda ajustado chegue a R$ 6,29 bilhões, crescimento de 39,6% em relação ao mesmo período do ano passado, puxado pela queda do real ante dólar – a empresa é exportadora e o dólar alto eleva as receitas da empresa.
Na visão dos analistas do Itaú BBA, o prejuízo da Suzano no quarto trimestre de 2024 tende a ser de R$ 10 bilhões. Eles comentam que os preços da celulose devem continuar estáveis, pois os preços mais fracos realizados são compensados por volumes maiores, um real mais depreciado e custos mais baixos. Eles calculam que o preço da celulose deve ficar em US$ 582 por tonelada.
“Prevemos uma redução de 5% no custo caixa de celulose por tonelada (excluindo paradas), para R$ 820 por tonelada. O Ebitda na divisão de celulose deve ser R$ 5,6 bilhões no quarto trimestre de 2024, queda de 1% na comparação com o terceiro trimestre de 2024, mas aumento de 50%. As vendas de papel devem atingir 394 mil toneladas, aumento de 10% entre o quarto trimestre de 2024 e o quarto trimestre de 2023 e crescimento de 2% na comparação trimestral”, dizem Daniel Sasson, Edgard Pinto de Souza, Marcelo Furlan Palhares e Barbara Soares, que assinam o relatório.
Vale a pena comprar as ações da Suzano?
Embora a empresa deva apresentar um resultado negativo na última linha do balanço, os analistas comentam que o papel é um bom negócio para o investidor. Os analistas da Genial Investimentos dizem que enxergam a aceleração da nova planta de Ribas do Rio Pardo (MS) como um catalisador essencial para otimizar a geração de fluxo de caixa (FCF) da Suzano.
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“As projeções divulgadas pela companhia indicam uma redução substancial no custo caixa chegando a R$ 66 por tonelada até 2032, reforçando o Ebitda da companhia com uma queda de R$ 38 por tonelada em 8 anos, sendo 78% dessa redução com perspectivas de ser consolidada já em 2025”, dizem Guedes, Vello, Casaca e Souza.
Eles observam que, embora haja algum risco de revisão para cima no guidance de custos, a desvalorização do real esperada para o ano segue como um fator positivo, com o impacto da conversão da receita exportadora mais do que compensando eventuais pressões inflacionárias. Outro ponto é que os especialistas enxergam que a empresa está sendo negociada a múltiplos atrativos com um desconto que não reflete plenamente os ganhos de eficiência esperados para 2025.
A Genial tem recomendação de compra para as ações da Suzano com preço-alvo de R$ 72 para o fim de 2025, alta de 22,17% na comparação com o fechamento de terça-feira (11). O Itaú BBA segue a mesma linha, e diz que os próximos balanços devem ser melhores e mais estáveis com a melhora do preço da celulose. Os analistas classificam o papel como outperform, desempenho acima da média do mercado, equivalente à recomendação de compra. O preço-alvo é de R$ 82, alta de 39,14%.
Já a equipe da Ágora Investimentos mantém a recomendação de compra para SUZB3 com preço-alvo de R$ 85, alta de 44,23% na comparação com o fechamento de terça-feira (11), quando a ação encerrou o pregão a R$ 58,93.
“Apesar das mensagens mais cautelosas sobre a dinâmica do mercado de celulose para os próximos anos, vemos a empresa bem-posicionada para extrair valor tanto dos ativos existentes quanto das oportunidades de crescimento. A combinação de maiores volumes, queda de custos e real mais fraco deve se traduzir em geração de caixa material em 2025”, salientam Barcellos e Chanes.
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Ou seja, mesmo que a Suzano (SUZB3) reporte prejuízo neste trimestre, os analistas esperam bons resultados ao longo de 2025, o que deve fazer com que a ação tenha um bom desempenho no ano. Ainda assim, o ideal é sempre lembrar que esse é um ativo de risco e que o investidor deve saber se o seu perfil suporta a volatidade do mercado de ações antes de entrar no papel.