As ações da Suzano (SUZB3) sobem no pregão desta sexta-feira (22) após a companhia elevar os preços da celulose no mercado internacional. Para os analistas da Ativa Investimentos e BTG Pactual, a alta contribui para recompor margens comprimidas, sinaliza confiança da empresa na recuperação da demanda global e mostra que os preços estão chegando às mínimas após quedas nos últimos anos.
Por volta das 14h30, as ações da Suzano subiam 2,66%, a R$ 53,69. Segundo os analistas do BTG, a Suzano elevou o preço da celulose em US$ 20 por tonelada na China e na Ásia, com os preços indo para a faixa de US$ 530 a US$ 540 por tonelada. Na Europa, o aumento foi mais acentuado, de US$ 80 por tonelada. Na visão dos analistas do BTG, companhia está mirando um preço de lista de US$ 1.080 por tonelada na Europa, enquanto mantém o preço de referência norte-americano em sigilo.
“Embora o mercado não tenha previsto movimentos tão agressivos em um período tão curto, acreditamos haver sinais claros de que os preços estão chegando ao fundo do poço. A implementação será desafiadora, mas a direção é encorajadora”, dizem Leonardo Correa e Marcelo Arazi, que assinam o relatório do BTG.
Eles recordam que os preços da celulose a US$ 500 por tonelada na China estão insustentavelmente baixos. Isso porque os níveis estão efetivamente levando cerca de 20% da capacidade global no vermelho, gerando um Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda, na sigla em inglês) negativo para as empresas do setor.
“Embora não antecipemos uma recuperação em formato de ‘V’, dado o mercado ainda em excesso de oferta e taxas de operação abaixo de 90%, vemos espaço para os produtores recomporem a rentabilidade a partir dos níveis extremamente deprimidos atuais”, argumentam Correa e Arazi, do BTG.
Segundo eles, o fato de os preços continuarem por volta dos US$ 500 por tonelada mostra que o pessimismo ainda continua, sinalizando uma demora para uma reversão de sentimento do mercado. Ainda que os ventos do mercado sejam contrários para as commodities, a equipe do BTG segue vendo a celulose como um vencedor relativo, sustentado por sua posição mais forte na curva de custos e menor exposição relativa à China.
“Com os preços atuais de celulose em cerca de US$ 500 por tonelada, acreditamos que o risco de queda é limitado. Dito isso, a avaliação segue atraente, com a ação SUZB3 sendo negociada a 5,6 vezes EV/EBITDA 2026, contra cerca de 7 vezes que consideramos valor justo”, explicam.
O BTG tem recomendação de compra para a Suzano com preço-alvo de R$ 73 para os próximos 12 meses, alta de 39,6% na comparação com o fechamento de quinta-feira (21), quando a ação encerrou o pregão a R$ 52,30.
Ativa vê possível melhora no resultado da Suzano do terceiro trimestre
Já os analistas da Ativa Investimentos dizem que o reajuste reforça as condições para melhores resultados já no terceiro trimestre de 2025, sustentado também pelos sinais de estocagem e pela demanda mais firme da China mencionados pela administração na última teleconferência dos resultados.
“Em nossa visão, a medida é positiva, pois contribui para recompor margens comprimidas e sinaliza confiança da Suzano na recuperação da demanda global, mesmo em um ambiente de volatilidade cambial e incertezas tarifárias”, explicam os analistas da corretora.
A Ativa também tem recomendação de compra para a Suzano (SUZB3) com preço-alvo de R$ 68, possível avanço de 30% em relação ao último fechamento.