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Suzano (SUZB3) reforça contratos de seguros de operações; ação oscila

Empresa é líder mundial no mercado de papel

Suzano (SUZB3) reforça contratos de seguros de operações; ação oscila
Suzano (SUZB3) . Foto: Divulgação/Suzano Papel e Celulose/
  • No dia 1º de novembro a Suzano (SUZB3) assinou a renovação de um contrato de intermediação de seguros
  • As negociações iniciaram em junho e foram concluídas somente agora
  • A apólice alcança US$ 1 bilhão

A Suzano (SUZB3) assinou a renovação de um contrato de intermediação de seguros com a empresa portuguesa MDS no dia 1º de novembro. Com o movimento, a Tokio Marine assumiu como seguradora líder e a Zurich e a Swiss Re Corporate Solutions foram posicionadas em co-seguro. A apólice alcança US$ 1 bilhão.

As negociações iniciaram em junho e foram concluídas somente agora porque a companhia brasileira buscava atualização do contrato, mas com taxas menores. A Suzano é a maior produtora global de celulose de eucalipto e uma das 10 maiores de celulose de mercado, além de ser líder mundial no mercado de papel. Também dispõe de 13 fábricas e 20 locais de risco. Por aí se vê a razão pela qual o contrato é tão “robusto”.

O “tamanho” da apólice coloca o contrato entre os três maiores do País. Ainda assim, além das coberturas clássicas do patrimonial e lucros cessantes, há cobertura para obras de engenharia e para mercadoria estocada nas fábricas, contratado à primeiro risco absoluto, sem cláusula de rateio.

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Por volta das 11h desta terça-feira (7) a ação SUZB3 reportava alta de 1,29%, cotada a R$ 52,56. O ativo registra queda de 0,85% nos últimos 12 meses.

Mitigar os riscos

Analista da Suno Research, José Eduardo Daronco explica que é praxe de grandes empresas mitigar os riscos associados à sua operação por meio de apólices de seguros. Nesse sentido, a Suzano mantém a sua prática de reduzir os riscos associados aos seus negócios. “No caso em específico, a companhia realizou o seguro para coberturas como incêndios, furtos etc”, afirma.

Daronco destaca que o objetivo é manter o seu foco no operacional e deixar os demais riscos garantidos pela apólice, pois isso reduz o risco e garante maior eficiência de gestão de tempo e atenção dos colaboradores. Ele também lembra que o setor de papel e celulose enfrentou um cenário adverso recentemente, com os preços nas mínimas históricas.

O especialista pontua que o principal mercado consumidor é o continente asiático, especialmente a China. Com os dados mais fracos da economia chinesa no início do ano, acabou pressionando os preços das commodities – e também papel e celulose. Por outro lado, o cenário começou a se inverter, e a Suzano começou a reajustar os preços dos seus produtos no mercado asiático.

“Vejo o mercado de papel e celulose com otimismo. Muito embora haja alguns percalços no caminho, como teve neste ano, a tendência é um crescimento secular, com elevação dos preços. A Suzano é um dos players com menor custo marginal de produção, o que lhe garante uma posição de destaque mundial”, ressalta.

Em relação aos resultados recentes, afirma que estes foram impactados negativamente por preços abaixo do esperado em celulose, seu principal produto. No entanto, a partir do segundo trimestre a Suno começou a ver uma retomada nos preços, que deve continuar se refletindo nos próximos resultados. “Assim, estou otimista com a Suzano para os meses à frente”, frisa.

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Complexidade e tamanho da operação

Para Fabiano Vaz, sócio e analista de ações da Nord Research, a renovação desse contrato não chega a ser uma surpresa e se trata de um movimento convencional para cobertura dos ativos da empresa. “Mas esse valor é, sim, elevado devido à complexidade e ao tamanho da operação”, diz.

A Nord não tem recomendação para Suzano, pois a Research se diz mais interessada em empresas que conseguem crescer a produção de forma contínua e relevante, com exposição aos preços internacionais, mas com os custos controlados, de maneira a reduzir a volatilidade da operação.

“Também não vemos como uma oportunidade de compra. Acho que no final das contas ela acaba dependendo muito da celulose e, consequentemente, da China. E hoje, quando se olha para o país asiático, é possível observar que os estoques de celulose estão bem elevados”, aponta.

Em relação ao futuro, Vaz indica que não tem uma perspectiva de crescimento de oferta da celulose no mundo, com várias plantas que começaram a operar recentemente, ou com a expectativa de começar a operação nos próximos anos. “Isso vai incrementar a oferta de celulose”, afirma.

Balanços recentes

Vale lembrar que no terceiro trimestre de 2023 a Suzano obteve prejuízo líquido de R$ 729 milhões, revertendo lucro líquido de R$ 5,4 bilhões do terceiro trimestre de 2022.

Já no segundo trimestre de 2023 a companhia reportou lucro líquido de R$ 5 bilhões, alta de 2.690% frente ao segundo trimestre de 2022.

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Por fim, no primeiro trimestre de 2023 a Suzano registrou lucro líquido de R$ 5,2 bilhões, queda de 49% frente ao primeiro trimestre de 2022.

SUZB3

O BB Investimentos elenca, em relatório, que as ações da Suzano acumulam valorização próxima de 7% em 2023, versus 4% do Ibovespa. No entanto, apenas nos últimos 10 pregões, o papel acumula queda superior a 10% refletindo a expectativa de resultados mais fracos em meio a um ambiente ainda desafiador em termos de demanda para os segmentos de papel e celulose.

Embora os preços da celulose permaneçam em níveis deprimidos, o aumento de preços anunciado recentemente (+USD 50/ton na China e +USD 80/ton na Europa) deve impactar positivamente os resultados do quarto trimestre.

“Apesar das perspectivas positivas em relação ao crescimento da companhia e sua disciplina financeira de alocação de capital, optamos por manter a cautela diante da previsão de entrada de novas capacidades de celulose (inclusive da própria Suzano, no Projeto Cerrado) diante das incertezas em relação à demanda na China.

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