

A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China seguiu ditando o rumo dos mercados de investimentos globais. Nesta quarta-feira (16), as Bolsas de NY fecharam o pregão em queda, pressionadas pela notícia de que o governo de Donald Trump vai impor restrições às exportações de chips AI H20 da Nvidia (NVDA) para a China e outras cinco nações. A nova barreira comercial deve resultar em US$ 5,5 bilhões em perda de receita para uma das maiores companhias de tecnologia dos EUA; e é anunciada logo depois de país asiático proibir suas empresas aéreas de aceitar entregas de aeronaves da americana Boeing.
O Dow Jones caiu 1,73%, enquanto o S&P 500 sofreu baixa de 2,24%. O desempenho do Nasdaq, cuja composição é em boa parte empresas de tecnologia, cedeu 3,07%. No setor de semicondutores, a Nvidia liderou as perdas, com um tombo de 6,87%, enquanto AMD (AMD), que está sujeita às mesmas restrições, caiu 7,35%. A Broadcom (AVGO) e a Micron Technology (MU) tiveram perdas de 2,43% e 2,41%, respectivamente.
Também chamou a atenção do mercado um informativo no site da Casa Branca, que diz que a China está sujeita a pagar tarifas de até 245% para exportar seus produtos para os EUA, caso anuncie novas medidas retaliatórias. Não houve nenhum anúncio oficial de novas tarifas, além da alíquota já oficializada por Trump de 145% sobre importações chinesas. Já o governo chinês elevou as tarifas retaliatórias sobre os produtos dos EUA de 84% para 125% na última semana, mas também sinalizou que não pretende mais acompanhar eventuais novos aumentos de tarifas por Washington, com a alegação de que não faria sentido do ponto de vista econômico.
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Por aqui, o Ibovespa também teve um dia de perdas. O índice fechou em queda de 0,72%, aos 128.316,89 pontos. O dólar à vista oscilou entre altas e baixas contra o real. No encerramento, sofreu desvalorização de 0,42%, a R$ 5,8650 na venda. Além da guerra tarifária, investidores brasileiros também repercutem o projeto de Lei Orçamentária de 2026, enviado ao Congresso. O texto já ajudou a impulsionar os juros futuros no fim da tarde de ontem.
Bolsas europeias sobem após dados de inflação
As Bolsas europeias encerraram o pregão desta quarta-feira em alta, impulsionadas pela desaceleração da inflação anual ao consumidor no Reino Unido e na zona do euro. A sessão, contudo, foi marcada por volatilidade.
Em Londres, o FTSE 100 subiu 0,32%, fechando aos 8.275,60 pontos. O CAC 40, em Paris, recuou 0,07%, aos 7.329,97 pontos, enquanto o Ibex 35, em Madri, ganhou 0,49%, aos 12.942,10 pontos. O PSI 20, de Lisboa, teve alta de 0,59%, aos 6.745,91 pontos, alcançando a máxima do dia. Em Milão, o FTSE MIB subiu 0,62%, a 36.067,57 pontos, e o DAX, da Bolsa de Frankfurt, avançou 0,27%, a 21.311,02 pontos, ambos também na máxima do dia.
Bolsas asiáticas fecham em baixa
As Bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em baixa no pregão desta quarta-feira (16), diante das incertezas geradas a partir da guerra comercial travada entre Estados Unidos e China. As implicações para a economia global continuam agora com um novo capítulo: a China proibiu aéreas de receber entregas de jatos da empresa americana Boeing. A Bolsa de Tóquio fechou em baixa com o índice Nikkei recuando 1,01% a 33.920,40 pontos.
O ministro da Economia do Japão, Ryosei Akazawa, planeja visitar Washington de quarta a sexta-feira para se reunir com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e com o representante comercial Jamieson Greer, afirmando que está aberto a solicitações do governo de Donald Trump. Na quarta-feira o governo chinês também anunciou os resultados da economia no primeiro trimestre com um crescimento de 5,4% no PIB.
O sul-coreano Kospi, fechou em queda de 1,21% a 2.447,43 pontos, o Hang Seng, de Hong Kong, caiu 1,91% a 21.056,98 pontos, enquanto o Taiex caiu 1,96% em Taiwan. Na China continental as Bolsas fecharam sem direção única com o Xangai composto em alta de 0,26% a 3.276,00 pontos. O menos abrangente Shenzhen composto recuou 1,10%. Na Oceania o S&P/ASX 200 fechou em queda de 0,4% chegando a 7.758,90 pontos.
Ouro renova recorde com fuga para ativos seguros
Os preços do ouro avançaram para novas máximas nesta quarta-feira, impulsionados pela busca por ativos de proteção em meio à crescente aversão ao risco e à fraqueza do dólar americano. Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato do ouro para entrega em junho subiu 3,27%, fechando a US$ 3.346,4 por onça-troy. Durante o dia, o metal chegou a tocar a máxima de US$ 3.349,2
Petróleo fecha em alta com dólar fraco
Os contratos futuros de petróleo fecharam o pregão desta quarta-feira em alta. Os preços foram impulsionados pela fraqueza do dólar e por relatos de que a China está aberta a iniciar negociações para evitar uma possível guerra comercial com os Estados Unidos.
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Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato de petróleo WTI para maio subiu 1,86%, fechando a US$ 62,47 o barril. O Brent para junho, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), avançou 1,82%, para US$ 65,85 o barril
*Com informações de Broadcast