Trader em operação na Bolsa de Valores. (Foto: DragonImages em Adobe Stock)
O Ibovespa hoje amplia as perdas da sessão desta quarta-feira (30) e cai 0,84%, aos 133.960,24 pontos. Na abertura de mercado, o principal índice da B3 recuava 0,02%, aos 135.061,21 pontos. O mau humor da bolsa de valores acompanha o desempenho das bolsas de Nova York. Às 12h (horário de Brasília), os índices americanos S&P 500 caem 1,17% e 1,58%, respectivamente. No mesmo horário, o dólar hoje alcança a máxima de R$ 5,6628 após avançar 0,74%. O desempenho volátil dos mercados reflete a frustração dos investidores com o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA que encolheu no primeiro trimestre deste ano.
A economia americana recuou ao ritmo anualizado de 0,3% no primeiro trimestre de 2025, abaixo das estimativas do mercado. No quarto trimestre, o PIB dos EUA teve expansão anualizada de 2,4%. “Houve muito ruído neste relatório, mas o sinal é de uma redução no ritmo de crescimento e a inflação ainda elevada”, avaliou o economista do CIBC Economics, Ali Jaffery, ao Broadcast, mencionando a antecipação de importações nos EUA por conta das tarifas de Donald Trump, presidente dos EUA. Já o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla inglês) do país, também divulgado hoje, recuou 0,1% em março em comparação a fevereiro. Na comparação anual, houve uma alta de 2,3%, acima da meta de 2%.
Os novos desdobramentos da guerra comercial entre os Estados Unidos e China também influenciam na volatilidade das bolsas globais na última sessão de abril. Segundo informações do Dow Jones Newswires, Trump estuda a possibilidade de suavizar o impacto das tarifas de importação sobre o setor automotivo. A ideia é que os impostos sobre os carros produzidos no exterior não sofram com sobretaxas. Já o governo chinês publicou um vídeo nesta terça-feira (29) afirmando que não pretende se curvar às tarifas recíprocas de Trump. Contudo, o gigante asiático não descartou o interesse em negociar com os Estados Unidos.
Além da volatilidade no exterior, as quedas commodities pesam sobre a performance do Ibovespa. As ações da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR3) acompanham o desempenho do petróleo e do minério de ferro. No início da manhã, o barril do petróleo WTI para junho caía 0,74%, enquanto o do Brent para julho recuava 0,70%. O minério de ferro, por sua vez, fechou em queda de 0,78%, cotado a 703,5 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 96,77 em Dalian, na China. Às 11h16 (horário de Brasília), os papéis da mineradora recuavam 1,89%, enquanto as preferencias e ordinárias da Petrobras caíam 0,79% e 0,95%, respectivamente.
O anúncio da JBS (JBSS3) sobre o pagamento de R$ 4,4 bilhões em dividendos, o balanço Santander (SANB11), abrindo a temporada do setor bancário, e os números da WEG (WEGE3) também influenciam nos rumos do Ibovespa nesta quarta.
Bolsas da Ásia
As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta quarta-feira (30), após dados fracos de manufatura da Chinaevidenciarem os primeiros danos da guerra comercial com os EUA.
O índice japonês Nikkei subiu 0,57% em Tóquio, a 36.045,38 pontos, enquanto o Hang Seng avançou 0,51% em Hong Kong a 22.119,41 pontos. O sul-coreano Kospi caiu 0,34% em Seul, a 2.556,61 pontos, e o Taiex ficou praticamente estável em Taiwan, com alta marginal de 0,01%.
Na China Continental, o Xangai Composto recuou 0,23%, a 3.279,03 pontos, em seu quarto pregão negativo seguido, o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 0,70% a 3.279,03 pontos.
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Na Oceania, a bolsa australiana ficou no azul pela quinta sessão consecutiva hoje, com alta de 0,69% do S&P/ASX 200 em Sydney, a 8.126,20 pontos.
Bolsas europeias abrem em alta
As bolsas da Europa abriram majoritariamente em alta nesta quarta-feira, após uma forte concentração de balanços corporativos na região, um dia antes do feriado do Dia do Trabalho, que manterá os mercados do continente fechados.
Nas primeiras negociações do pregão, a Bolsa de Londres subia 0,16%, a de Paris avançava 0,53% e a de Frankfurt ganhava 0,66%. As de Milão e Lisboa tinham altas de 0,61% e 0,09%, respectivamente. Exceção, a de Madri caía 0,63%, pressionada pelo Santander (-1,8%, na abertura), que também divulgou balanço.