

As Bolsas de Nova York fecharam em queda nesta terça-feira (15), mesmo com expectativa de que o presidente americano, Donald Trump, anunciasse alguma redução tarifária no setor automotivo. O republicano sugeriu que poderia alterar a tarifa de 25% sobre veículos e autopeças, alimentando a expectativa de investidores globais de que novos recuos possam ocorrer em breve. Na sexta-feira (11), a Casa Branca já havia divulgado uma lista de isenções nas tarifas recíprocas para a importação de alguns produtos eletrônicos, como smartphones e computadores pessoais.
As atenções se concentraram nos desdobramentos da guerra comercial dos EUA com a China, que anunciou hoje uma nova retaliação. Pequim proibiu que as companhias aéreas do país recebam novas entregas de jatos da empresa americana Boeing, em resposta às tarifas de 145% sobre produtos chineses impostas por Trump.
As ações da Boeing (BA) chegaram a cair 3,31% no pré-mercado de Wall Street, mas reduziram o ritmo após a abertura. No fechamento, o papel teve queda de 2,36%.
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Pequim também pediu que as transportadoras chinesas suspendessem suas compras de equipamentos e peças de aeronaves de empresas americanas, o que pode beneficiar outras companhias globais, como a Embraer (EMBR3). As ações da companhia estiveram entre os maiores ganhos do Ibovespa, com alta acima de 3%.
Trump acusou a China de renegar acordos comerciais com agricultores dos Estados Unidos e com a Boeing, em publicação na Truth Social, divulgada há pouco. “Nossos agricultores são grandes, mas, por sua grandeza, são sempre colocados na linha de frente com nossos adversários, como a China, sempre que há uma negociação comercial ou, neste caso, uma guerra comercial”, escreveu.
O republicano disse que os chineses foram “brutais” com o setor, assim como estão sendo ao “não tomar posse” do compromisso total com aeronaves da Boeing, na avaliação de Trump. O presidente americano também afirmou que a China tinha “zero respeito” pelo governo do antecessor democrata, Joe Biden.
Em Nova York, o Dow Jones caiu 0,38%, o S&P 500 recuou 0,17% e o Nasdaq teve baixa de 0,05%. No Brasil, as incertezas em relação às tarifas contribuíram para uma sessão negativa. O Ibovespa cedeu 0,16% aos 129.245,39 pontos. O dólar à vista registrou alta de 0,66% a R$ 5,8900.
Bolsas europeias avançam
A guerra comercial seguiu no holofote dos investidores e a possibilidade de anúncio de novas isenções de tarifas trouxe otimismo nesta terça-feira aos mercados do Velho Continente. As Bolsas europeias fecharam majoritariamente em alta, ampliando os ganhos registrados na véspera.
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Em Londres, o FTSE 100 avançou 1,41%, aos 8.249,12 pontos. O CAC 40, em Paris, subiu 0,86%, aos 7.335,40 pontos, enquanto o Ibex 35, em Madri, ganhou 2,1%, aos 12.879,30 pontos. O PSI 20, de Lisboa, teve alta de 1,87%, a 6.706,09 pontos. Em Milão, o FTSE MIB subiu 2,39%, aos 35.843,82 pontos, e o DAX, da Bolsa de Frankfurt, avançou 1,43%, aos 21.253,70 pontos.
No noticiário macroeconômico, a indústria da Zona do Euro surpreendeu com alta mensal de 1,1% na produção de fevereiro, acima da previsão de ganho de 0,7%. Já o índice ZEW de expectativas econômicas da Alemanha despencou para 14 em abril, vindo bem aquém das expectativas, em meio às incertezas comerciais deflagradas pelas tarifas do governo Trump.
Ásia fecha em alta com tarifas e balanços no Japão
Mercados asiáticos fecharam majoritariamente em alta nesta terça, em meio ao anúncio norte-americano de isenções nas tarifas recíprocas. Além da trégua, investidores também se concentram no início da temporada de lucros no Japão, prevista para a próxima semana.
O índice de referência Nikkei subiu 0,84%, fechando a Bolsa Tóquio a 34.267,54 pontos, enquanto o Kospi da Coreia do Sul ganhou 0,88%, para 2.477,41, ambos impulsionados por ações de montadoras.
O Hang Seng de Hong Kong teve uma alta modesta, subindo 0,23%, para 21.466,27 pontos. Já o Taiex apresentou desempenho mais forte em Taiwan, com avanço de 1,77% a 19.857,67 pontos.
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Na China continental, os mercados fecharam sem direção única, com o Xangai composto em alta de 0,15% a 3.267,66 pontos e o menos abrangente Shenzhen Composite recuando 0,19%. Na Oceania, o S&P/ASX 200 da Austrália cresceu 0,17%, para 7.761,70 pontos.
Ouro fecha em alta com incertezas sobre tarifas
Os preços do ouro subiram nesta terça-feira, impulsionados pela incerteza em torno das tarifas comerciais e pela escalada da guerra comercial. O metal fechou próximo ao recorde da semana passada de US$ 3.244,6 por onça-troy. Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato para entrega em junho avançou 0,44%, encerrando a sessão a US$ 3.240,4 por onça-troy. Durante o dia, o ouro chegou a atingir a máxima de US$ 3.249,0.
Petróleo encerra em queda com previsão para demanda em 2025
Os contratos futuros de petróleo fecharam o pregão desta terça-feira em queda, após a Agência Internacional de Energia (AIE) reduzir sua estimativa de crescimento da demanda para 2025 em cerca de 300 mil barris por dia, citando o impacto negativo esperado das tarifas americanas sobre o crescimento econômico global. Na Nymex, o contrato de petróleo WTI para maio caiu 0,33%, fechando a US$ 61,33 o barril. O Brent para junho, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), recuou 0,32%, para US$ 64,67 o barril.
*Com informações do Broadcast