- O banco espera estabilização da receita até o segundo semestre deste ano e melhorias de margem sequenciais
- UBS BB estima Ebitda 16% abaixo de consenso para 2022
- Do lado positivo, o banco pontua que a marca Natura retomou o crescimento no Brasil no primeiro trimestre deste ano, o que espera que continue, sustentado pela força de sua marca
Por Luísa Laval – O UBS BB iniciou a cobertura da ação da Natura com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 19, implicando em potencial de alta de 18,2% ante o fechamento de ontem. O banco também estabeleceu preço-alvo de US$ 6,90 para o ADR da companhia, com perspectiva de ganho de 10%.
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Segundo os analistas Vinicius Strano, Rodrigo Alcantara e Igor Spricigo, o ímpeto da companhia se deteriorou materialmente após o segundo semestre do ano passado, em meio a uma reviravolta desafiadora da Avon e desaceleração das vendas diretas à medida que as economias reabriram, enquanto o cenário inflacionário obscureceu a sinergia de fusões e aquisições.
“Embora não esperemos uma reversão material das tendências de curto prazo, a avaliação atual parece pouco exigente, já que as ações são negociadas a 6 vezes EV/Ebitda 2023 em nossas estimativas, bem abaixo dos pares históricos e globais (11 vezes)”, afirmam em relatório.
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Além disso, o banco espera estabilização da receita até o segundo semestre deste ano e melhorias de margem sequenciais, impulsionadas por alta da produtividade na Avon e Natura na América Latina, e um desempenho sólido da Aesop, o que poderia compensar uma deterioração mais acentuada da Avon International e apoiar os níveis atuais de avaliação .
O UBS BB lembra que as ações da Natura caíram drasticamente desde que a empresa divulgou seu guidance de margem em um ano (de 2023 a 2024), em meio à inflação elevada e renda disponível fraca. Além disso, a Avon enfrentou desafios na implementação de seu novo modelo comercial, juntamente com sua exposição direta à Rússia e à Ucrânia, enquanto os franqueados da The Body Shop lutaram com excesso de estoque.
Como esses fatores podem levar a um risco adicional de queda nas estimativas de curto prazo, o UBS BB estima Ebitda 16% abaixo de consenso para 2022 e 5% inferior para 2023.
Do lado positivo, o banco pontua que a marca Natura retomou o crescimento no Brasil no primeiro trimestre deste ano, o que espera que continue, sustentado pela força de sua marca.
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“Também esperamos que a Aesop mantenha seu sólido impulso. A Natura deve ter uma estrutura mais enxuta após sua reorganização societária, juntamente com um controle de custos mais rígido, o que poderia suportar a melhoria de margem no longo prazo e a desalavancagem do balanço”, dizem os analistas.