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Vale pode pagar dividendo extraordinário até o fim do ano

Analistas do Bradesco informam que há a possibilidade de uma nova distribuição extraordinária em 2021

Vale pode pagar dividendo extraordinário até o fim do ano
(Fonte: rafapress/Shutterstock)

Os analistas Thiago Lofiego e Isabella Vasconcelos, do Bradesco BBI, informam os clientes do banco, em relatório enviado na sexta-feira (17), que a mineradora Vale está pagando mais dividendos do que esperava o mercado e que ainda há possibilidade de uma nova distribuição extraordinária até o fim do ano. Na quinta-feira (16), a mineradora informou que vai pagar agora em setembro R$ 40,2 bilhões (US$ 7,6 bilhões), equivalente a R$ 8,1083 por ação.

“A distribuição é positiva, pois a Vale está realmente pagando um pouco mais do que a nossa estimativa e do consenso de mercado de dividendo extraordinário de US$ 1 bilhão a US$ 2 bilhões para a tranche de setembro, com espaço para mais até o final do ano, considerando o cenário de preço do minério de ferro”, afirmam.

Eles explicam que o dividendo de US$ 7,6 bilhões a ser distribuído é dividido em dividendo mínimo, de acordo com a política da mineradora e com base nos resultados do primeiro semestre de 2021 (US$ 5,3 bilhões), bem como uma tranche extraordinária de US$ 2,3 bilhões, dada a forte perspectiva de geração de caixa para o segundo semestre deste ano.

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“Estava dentro de nossas expectativas que a Vale distribuiria outro dividendo extraordinário no segundo semestre de 2021, dadas as fortes condições de mercado e baixa alavancagem. Esperávamos que a Vale pagasse US$ 6,8 bilhões agora em setembro (mínimo de US$ 5,3 bilhões mais US$ 1,5 bilhão extraordinário), seguido por outro dividendo extraordinário de US$ 1,5 bilhão no quarto trimestre deste ano. Dessa forma, a empresa superou nossas expectativas”, dizem.

De acordo com os analistas, levando em consideração o anúncio de dividendos de  de US$ 7,6 bilhões; dividendos semestrais mínimos a serem pagos em março de 2022 (relativos ao segundo trimestre de 2021) de US$ 3,0 a 3,5 bilhões (considerando preços de minério de ferro de US $ 100/t até o final do ano); programa de recompra total de US$ 5,5 bilhões (270 milhões de ações a um preço médio de US$ 20 por ADR), do qual o banco estima que 80% já esteja concluído, a dívida líquida expandida da Vale alcançaria US$ 12 bilhões no segundo trimestre de 2022. Esse valor, dizem está abaixo da meta estrutural de US$ 15 bilhões.

“Dito isso, vemos espaço para outra tranche de dividendos extraordinários de US$ 3 bilhões a ser anunciada nos próximos três trimestres”, comentam.

Além disso, os analistas afirma que a Vale está dando andamento ao seu programa de recompra de ações, que o Bradesco BBI estima ser de aproximadamente 80%, com cerca de US$ 1 bilhão sobrando. Portanto, eles dizem que a remuneração total dos acionistas até o segundo trimestre de 2022 deve girar em torno de US$ 15 bilhões, representando 18% do valor de mercado atual da Vale de US$ 82,5 bilhões.

No documento, os analistas reiteram a recomendação de Outperform (acima da média) para a Vale e estabelecem preço-alvo de US$ 26 (ADR).

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