
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Investidores vão conhecer os números do balanço referente ao 4º trimestre de 2024 da Vale (VALE3) nesta quarta-feira (19), após o fechamento do mercado. A maior empresa da Bolsa brasileira divulga seus resultados em um contexto não tão positivo: no ano passado, as ações caíram mais de 23% e o valor de mercado da mineradora bateu o menor nível em 9 anos. Mas isso não significa que a expectativa seja totalmente negativa.
A projeção geral é que a divisão de ferrosos e metais básicos ajude a Vale a entregar uma melhora sequencial no 4T24, ainda que, no comparativo a 2023, os números tenham queda. O Itaú BBA espera que a mineradora entregue um Ebitda consolidado de US$ 3,9 bilhões – seria uma alta de 4% em relação ao trimestre anterior, mas uma queda 43% no comparativo anual. A alta trimestral se deve a uma combinação de preços mais altos e custos mais baixos.
Esta também é a perspectiva do Bradesco BBI para o balanço da Vale no 4T24. O banco espera que o preço realizado da tonelada de minério de ferro seja de US$ 93, ligeiramente acima de trimestres anteriores. Já os custos C1, que medem o custo de produção por tonelada sem considerar despesas administrativas e de transporte, devem cair US$ 3, chegando a US$ 21 por tonelada, favorecidos pela redução na compra de minério de terceiros. O BBI projeta que o Ebitda ajustado seja de US$ 4 bilhões.
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Em seu relatório de Produção e Vendas do 4T24, divulgado no final de janeiro, a Vale reportou uma produção de 85,3 milhões de toneladas de minério de ferro entre os meses de outubro a dezembro de 2024. Os números vieram em linha com o que esperava a Genial Investimentos, que agora projeta um Ebitda ajustado de R$ 4,3 bilhões no balanço trimestral. A corretora estima que o lucro líquido da Vale deve ter queda trimestral, refletindo, além da compressão do preço do minério, a elevação de provisionamento relacionado ao pagamento do acordo de Mariana.
Esta será a primeira conferência de resultados da companhia sob a gestão do novo CEO Gustavo Pimenta, que comentará na manhã da quinta-feira (20) os resultados apresentados. Na avaliação da Genial, para além dos números, os direcionamentos do comando da companhia também importam. “Acreditamos que a nova gestão deverá priorizar a recomposição dos prêmios de qualidade no mix de vendas, reduzindo a elasticidade no volume comercializado. Essa abordagem, embora mais seletiva, tende a mitigar as pressões negativas sobre o preço realizado, especialmente em cenários de elevada volatilidade no mercado spot, como observado em 2024, quando a referência 62% Fe chegou a flutuar abaixo de US$90/t”, diz o relatório.
O que fazer com as ações da Vale (VALE3)
Apesar das perspectivas desafiadoras para o minério de ferro, que seguem pressionando as ações da Vale (VALE3) na Bolsa, os bancos mantém a recomendação de compra do papel. O Itaú BBA tem preço-alvo de US$ 12 para as ADRs da companhia, enquanto a Genial tem preço-alvo de R$ 65,60 para as ações na B3.
Segundo a corretora, apesar de um cenário macroeconômico ainda desafiador, a Vale é negociada com um desconto expressivo em relação a seus pares globais. Atualmente, a companhia é a major mais descontada no mercado global em relação ao preço do minério de ferro. “Embora reconheçamos os riscos associados à desaceleração da indústria chinesa e à possibilidade de maior tensão comercial entre EUA e China e sua respectiva sensibilidade à companhia, consideramos exagerada a magnitude do desconto aplicado pelos investidores nas ações da Vale”, diz a Genial.