Veja o que esperar da prévia operacional da Vale do segundo trimestre de 2025 (Foto: Adobe Stock)
A Vale(VALE3) deve reportar 82 milhões de toneladas em produção de minério de ferro no segundo trimestre de 2025, dizem analistas em relatórios consultados pelo E-Investidor. A nova cifra equivale a uma alta de 2% na comparação com a produção do segundo trimestre de 2024. Na avaliação dos especialistas, a mineradora deve apresentar melhora da produção, o que compensará a queda nos preços praticados. A companhia divulgará sua prévia operacional nesta terça-feira (22) após o fechamento do mercado.
Entre os três analistas consultados pela reportagem, a Genial Investimentos é que possui a menor estimativa de produção da Vale, em 81,9 milhões de toneladas. Por sua vez, as equipes do Citi e da Ágora Investimentos estimam a produção nos exatos 82 milhões no segundo trimestre de 2025. A Ágora Investimentos diz que essa melhora de 2% deve acontecer devido aos volumes incrementais das minas de Capanema e Vargem Grande.
Apesar disso, as projeções dos especialistas indicam que as vendas de minério de ferro e pelotas devem recuar 3% no segundo trimestre de 2025, para 77 milhões de toneladas, reflexo da estratégia da Vale de concentrar mais embarques para a China. Segundo estimativas da corretora do Bradesco, o Ebitda da mineradora deve somar US$ 3,1 bilhões no período — queda de 20,4% em relação ao mesmo trimestre de 2024.
“Ao mesmo tempo, esperamos que os preços realizados do minério de ferro caiam 14% em relação ao ano anterior, para US$ 85 por tonelada, refletindo índices de referência mais baixos. Já os preços das pelotas também devem cair em meio à queda contínua dos prêmios”, dizem Rafael Barcellos do Bradesco BBI e Renato Chanes da Ágora Investimentos, que assinam o relatório em conjunto.
Os analistas do Citi também acreditam que o preço realizado deve ficar em torno de US$ 85 por tonelada e reforçam a tese de que as vendas devem recuar para 77 milhões de toneladas. Segundo o banco americano, isso deve ocorrer por causa do aumento sazonal dos estoques. Para o banco, o lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da companhia deve atingir US$ 3,2 bilhões no 2T25, o mesmo valor projetado pela Genial Investimentos para o mesmo período.
A corretora lembra que embora esteja estável em relação ao trimestre anterior, o número de US$ 3,2 bilhões representa uma queda de 23,3% em relação ao segundo trimestre de 2024. “Mesmo com a sazonalidade positiva no sistema sudeste, a queda do preço do minério de ferro e o aumento dos custos devem impactar negativamente o Ebitda da Vale”, dizem Igor Guedes, Luca Vello e Iago Souza, que assinam o relatório da Genial.
O que esperar dos dividendos da Vale?
O Citi tem recomendação de compra para as American Depositary Receipts (ADRs) da Vale, com preço-alvo de US$ 12, um potencial de valorização de 22,8% em relação ao fechamento de sexta-feira (18). O olhar do banco é otimista devido ao preço esperado para o minério de ferro no segundo semestre de 2025, que deve ficar em US$ 95 por tonelada.
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“A demanda por aço na China provavelmente permanecerá fraca nos próximos meses, devido à calmaria sazonal do verão. O mercado imobiliário permanece fraco, enquanto a atividade manufatureira enfrenta crescentes obstáculos comerciais. O risco de alta pode advir de cortes nas operações das usinas, que impulsionam as margens do aço e os preços do minério de ferro”, diz o relatório.
A Genial Investimentos projeta um balanço fraco para o 2T25 da Vale e, por isso, reduziu sua estimativa de fluxo de caixa para 2025 de 14% para cerca de 13%. “Isso faz nossa projeção para os dividendos da Vale recuar de 8,8% para 8% no acumulado de 2025, ajustados para refletir o acréscimo de 2,5% nos custos da empresa. Para 2026, projetamos avanço do dividend yield da Vale para cerca de 10%”, pontuam Igor Guedes, Luca Vello e Iago Souza.
A Genial tem recomendação de compra para a ação da Vale com preço-alvo de R$ 64 para o fim de 2025, alta de 17,3% na comparação com o fechamento de sexta-feira (18), quando a ação encerrou o pregão a R$ 54,56. Já a Ágora Investimentos tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 78,00 para o fim de 2025, crescimento de 43% na relação com o último fechamento.
A corretora do grupo Bradesco estima que os dividendos da Vale (VALE3) devem render 7,5% do valor da ação no acumulado de 2025. Diante disso, considera que o papel está atrativo e a empresa deve mostrar em sua prévia um aumento nos custos, parcialmente compensado pela maior produção e preços realizados.