

As ações da Vale (VALE3) buscam recuperar parte das perdas que as tarifas de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, causaram nos últimos dias. Às 12h (de Brasília), os papéis da mineradora tinham leve alta de 0,12%, sendo negociados a R$ 49,28. Apesar disso, a cotação das ações ainda permanece no seu menor patamar desde novembro de 2021, segundo dados do Broadcast. Fecharam com alta de 5,30%, a R$ 51,81, após a euforia que tomou conta do mercado com o anúncio de Trump sobre a suspensão das tarifas recíprocas por 90 dias, exceto a China.
A desvalorização da companhia na Bolsa de valores reflete a apreensão dos investidores nos últimos dias com o risco de recessão em nível global, causado justamente pelas tarifas de Trump. Como mostramos aqui, as medidas protecionistas do presidente americano geraram retaliações entre os países atingidos, desencadeando uma guerra comercial. Nesta quarta-feira (9), a China aumentou as tarifas sobre os produtos americanos para 84%. O ajuste trata-se de uma resposta às invertidas do governo dos EUA contra o gigante asiático.
A União Europeia também deu seu primeiro recado. O bloco europeu aprovou nesta quarta-feira (9) a aplicação de 25% sobre os produtos dos EUA, em resposta à alíquota de 25% sobre o aço e o alumínio vindos do continente europeu. A tarifa entrará em vigor no dia 15 de abril. Assim como ocorre com os índices globais, as retaliações pressionam o desempenho do minério de ferro no mercado internacional.
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Na manhã desta quarta, a commodity, negociada na Bolsa de Cingapura, recua 1,06%. Já na Bolsa de Qingdao, o contrato do minério de ferro caiu 1,92%, a US$ 98,48. Contudo, essa depreciação não deve abalar os negócios da Vale (VALE3). Segundo os analistas do Itaú BBA, a demanda dos EUA pela commodity produzida no Brasil representa menos de 1% do total das exportações brasileiras. Isso mostra que as tarifas possuem impacto limitado para o setor.
“Acreditamos que os impactos potenciais das novas tarifas sobre os níveis de exportação de aço da China, somados à oferta sazonalmente mais alta prevista para o segundo semestre de 2025, podem contribuir para pressionar os preços do minério de ferro para baixo”, diz o Itaú BBA. Apesar desse contraponto, a ação VALE é a principal escolha do banco dentro do setor de siderurgia e mineração.
O motivo tem relação com a defasagem do papel ante o minério de ferro. Isso melhorou a relação risco-retorno da companhia e representa uma oportunidade para os investidores dispostos a enfrentar a volatilidade de curto prazo. “Nossa projeção oficial para o preço médio do minério de ferro é de US$ 100/tonelada em 2025. Nesse nível, vemos uma avaliação atrativa, com a ação sendo negociada a um múltiplo EV/EBITDA estimado para 2025 de 3,4x, um rendimento de fluxo de caixa livre (FCF) de 13% (excluindo desembolsos relacionados a Mariana e Brumadinho) e um dividend yield de 12%”, ressalta o banco.
Diante dessas condições, o Itaú BBA recomenda compra para os ADRs (recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) com um preço-alvo de US$ 13, o que representa uma alta de 46,9% para os próximos meses.
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