A WEG(WEGE3) deve reportar lucro líquido entre R$ 1,66 bilhão e R$ 1,71 bilhão no segundo trimestre de 2025, altas entre 15% e 18,75% na comparação com o ganho de R$ 1,44 bilhão do segundo trimestre de 2024, segundo projeções de analistas compiladas pelo e-investidor. No entanto, eles afirmam que o resultado será neutro, com a expansão das margens impulsionando a lucratividade, mas com receio de uma desaceleração no crescimento da receita. A companhia divulgará seu balanço na quarta-feira (23) antes da abertura do mercado.
O Santander é o mais otimista e calcula um lucro líquido da WEG de R$ 1,71 bilhão no segundo trimestre de 2025. Do outro lado, a XP Investimentos é a casa mais conservadora e estima um lucro de R$ 1,66 bilhão para a empresa no período. Os analistas projetam que a receita líquida deve crescer 15% em um ano, indo de R$ 9,274 bilhões no segundo trimestre de 2024 para R$ 10,653 bilhões no 2T25. A melhora seria impulsionada por boas vendas no segmento de Geração, Transmissão e Distribuição (GTD), beneficiadas por um ambiente de demanda mais favorável nos EUA e melhor sazonalidade trimestral, compensando parcialmente por um câmbio sequencialmente mais fraco.
“Além disso, estimamos que as vendas orgânicas de Equipamentos Elétricos e Automação Industrial (EEI) possam desacelerar, após um cenário macroeconômico global incerto e uma base comparável mais difícil, já que as receitas da Marathon começaram a ser incorporadas em maio de 2024”, dizem Lucas Laghi, Fernanda Urbano e Guilherme Nippes, que assinam o relatório da XP.
A equipe do BTG Pactual comenta que a receita da WEG deve ficar em R$ 10,9 bilhões, alta de 18% na comparação com o mesmo período do ano passado. Os analistas dizem que o maior destaque do balanço será o crescimento das margens da empresa na comparação com primeiro trimestre de 2025.
O BTG calcula uma alta de 0,3 ponto porcentual da margem Ebitda (relação percentual entre a receita líquida e a geração operacional de caixa) na comparação entre o ciclo de abril a junho com o período de janeiro a março de 2025. O indicador deve ir de 21,6% no primeiro trimestre de 2025 para 21,8% no segundo trimestre de 2025.
“Esperamos essa melhora nas margens devido ao menor mix de geração solar, redução nos custos de insumos e desenvolvimento da integração da Regal”, explicam Lucas Marquiori, Fernanda Recchia e Samuel Alkmim, que assinam o relatório do BTG Pactual.
As estimativas dos analistas do Itaú BBA estão alinhadas com as demais consultadas pela reportagem. Eles projetam um lucro líquido de R$ 1,66 bilhão e um Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 2,37 bilhões no segundo trimestre de 2025, com potencial crescimento de 12,2% no Ebitda na comparação com o mesmo período do ano passado. “Essa melhora também deve ser puxada pelo crescimento da receita do setor de energia solar”, explicam os analistas.
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O que o investidor deve fazer com as ações da WEG?
Em linhas gerais, os analistas apontam que o resultado tende a ser neutro e que o investidor deve ficar atento aos anúncios na teleconferência sobre as tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump. No último dia 9 de julho, o presidente americano anunciou tarifas de 50% para os produtos brasileiros.
A XP diz em relatório que a WEG tem 9,10% das suas receitas atreladas aos EUA, qualquer menção sobre esse ponto pode mexer com o preço do papel. A corretora tem recomendação neutra para a ação WEGE3 com preço-alvo de R$ 46, potencial de valorização de 9,6% sobre o fechamento de segunda-feira (21).
O Itaú BBA diz que os investidores devem ficar atentos se a empresa deve ou não anunciar alguma revisão para 2026 diante desse cenário conturbado, fazendo o banco ficar receoso com a tese da empresa. “Embora a avaliação pareça tentadora, acreditamos haver risco de queda para o consenso de 2026, apoiando, assim, nossa visão ainda cautelosa com o nome”, dizem Daniel Gasparete, Gabriel Rezende e Pedro Tineo, que assinam o relatório do Itaú BBA.
Já a equipe do BTG Pactual é mais otimista e recomenda compra para o papel com preço-alvo de R$ 56 para os próximos 12 meses, potencial de valorização de 33,4% sobre o fechamento de segunda-feira (21). Os especialistas dizem não esperar uma decepção com a margem como foi no primeiro trimestre de 2025, mas enxergam válidos os questionamentos dos investidores sobre o ritmo de crescimento da receita da WEG (WEGE3) diante do cenário global.