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Ações do Nubank desabam 16% e atingem o menor valor desde o IPO

Os BDRs, recibos de empresas listadas no exterior listados na B3, também apresentaram quedas expressivas

Ações do Nubank desabam 16% e atingem o menor valor desde o IPO
(Foto: Paulo Whitaker/Reuters)
  • O fraco desempenho do banco brasileiro impressiona mesmo em um cenário de aperto monetário com a alta de juros que costuma beneficiar as instituições financeiras
  • Para Gustavo Pazos, analista do time de research da Warren, o desafio de monetizar a sua base de clientes é comum entre as fintechs. Segundo ele, os bancos tradicionais conseguem gerar receita por cliente dez vezes maior do que o próprio Nubank

As ações do Nubank seguiram em forte queda nesta segunda-feira (9) na bolsa de Nova York (NYSE). Os papéis encerraram o pregão com uma desvalorização de 16,25%, cotados a US$ 4,38, o menor valor desde a Oferta Pública de Ações (IPO).

Os BDRs (recibos de empresas listadas no exterior) listados na B3 também apresentaram quedas expressivas no pregão desta segunda. Os tickets NUBR33 sofreram uma desvalorização de 14,41%, negociados a R$ 3,81. Com a queda, o banco digital passa a ter um valor de mercado de cerca de US$ 20,5 bilhões, segundo o Estadão. O volume é a metade de quando a fintech era avaliada na sua estreia na bolsa.

O fraco desempenho do banco brasileiro impressiona mesmo em um cenário de aperto monetário com a alta de juros que costuma beneficiar as instituições financeiras. No entanto, Rodrigo Lima, analista de Investimentos da Stake, aponta que o principal problema do banco digital é atingir uma lucratividade atrativa para os acionistas.

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“Apesar de ter mais de 54 milhões de usuários, (a fintech) ainda sofre para atingir a lucratividade, registrando um prejuízo líquido de US$ 66 milhões no último trimestre de 2021”, ressalta Lima.

Para Gustavo Pazos, analista do time de research da Warren, o desafio de monetizar a sua base de clientes é comum entre as fintechs. Segundo ele, os bancos tradicionais conseguem gerar receita por cliente dez vezes maior do que o próprio Nubank.

No entanto, o analista da Warren aponta outro problema que pode ter desagradado o mercado: a remuneração de R$ 804,4 milhões aos oito integrantes da diretoria executiva do banco neste ano.

Segundo ele, o pagamento milionário condicionando aos executivos a manter as ações em determinados patamares trouxe um alerta vermelho para os investidores. “Isso é extremamente negativo porque estimula a diretoria a adotar medidas de curto prazo e que possam impactar de forma positiva nas ações em vez de tomar decisões que gerem valor de longo prazo para os acionistas”, critica Pazos.

De acordo com a apuração do E-Investidor, dos R$ 804,4 milhões pagos aos executivos, 85% do valor seria destinado para o CEO da fintech, David Vélez. No entanto, para alcançar a remuneração, uma das exigências para o executivo era garantir o preço médio por ação igual ou superior a US$ 18,69 por 60 dias consecutivos.

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Diante das polêmicas e do pessimismo do mercado para o banco, o “rouxinho” terá a oportunidade de “acalmar os ânimos do mercado” na próxima segunda-feira (16) com a divulgação do seu balanço referente ao primeiro trimestre deste ano.

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