- A Americanas (AMER3) propôs novamente aos bancos credores uma injeção de R$ 6 bi por seus acionistas de referência
- A companhia tem hoje cerca de R$ 800 milhões em caixa, diante do congelamento de recursos por bancos
- Credores consideram que trio de acionistas de referência teria de injetar ao menos R$ 15 bilhões na empresa
A Americanas (AMER3) voltou a propor aos bancos credores uma injeção de R$ 6 bilhões por seus acionistas de referência, acompanhada de uma conversão de dívidas em ações, segundo apurou o Broadcast. A proposta é semelhante à que foi rechaçada pelas instituições na sexta-feira passada (13), com a diferença de que o caixa da varejista minguou desde então.
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A companhia tem hoje cerca de R$ 800 milhões em caixa diante do congelamento de recursos por bancos, que fizeram frente ao vencimento antecipado de dívidas. Além disso, a Americanas não tem conseguido antecipar recebíveis e outros ativos são pouco líquidos.
Entre os credores, o valor de R$ 6 bilhões é visto como mais do que insuficiente. Considera-se que o trio de acionistas de referência, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, teria de injetar ao menos R$ 15 bilhões na empresa. No final da semana passada, os bancos acreditavam que a Americanas precisava de ao menos R$ 10 bilhões, ou seja, a necessidade de capital cresceu.
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A empresa havia apresentado uma proposta em que o trio aportaria os R$ 6 bilhões e os bancos, mais R$ 6 bilhões, por meio da conversão de dívidas. Essa proposta foi rechaçada e as negociações pioraram depois que a varejista foi à Justiça para impedir os bancos de declararem vencimentos antecipados das dívidas. Alguns dos negociadores souberam dessa movimentação pela imprensa – confira tudo o que é preciso saber sobre o caso nesta reportagem.
Desde então, a Americanas contratou a Rotschild para intermediar as conversas, mas o relacionamento entre as partes segue estremecido. Os bancos estão dispostos a negociar um alongamento das dívidas da empresa, mas apenas mediante uma injeção de capital em valor considerado o suficiente para que a companhia siga operando. Sem isso, o processo se transformaria em uma recuperação judicial ou mesmo na quebra da companhia.
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